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Saiba tudo sobre malária

Redação Webventure/ Aventura brasil

Esta é uma doença que pouco atinge os grandes centros brasileiros. No país, ela está concentrada principalmente na região amazônica, onde é registrado o maior número de casos. Em geral é conhecida em nosso meio como uma doença que acomete os viajantes.

Entretanto é a mais comum das doenças infecciosa sérias, sendo ainda considerada uma das maiores pragas da humanidade. Deve haver atualmente cerca de 200 a 300 milhões de pessoas infectadas em todo mundo, sendo que cerca de 3 milhões morrem todos os anos.

Agente e sintomas

A malária é causada pela presença no sangue de pelo menos uma de quatro espécies de parasitas unicelulares do gênero Plasmodium, das quais apenas três ocorrem no Brasil (ver tabela). Plasmodium vivax e P. malariae, que são mais amenas e não costumam levar o paciente a morte, e P. falciparum, que é mais nociva e pode ser fatal.

A quarta é a P. ovale, que também é amena e não ocorre no Brasil. Entretanto, todas as espécies causam os acessos maláricos de febre e anemia.

Antes do paciente apresentar o primeiro acesso malárico, aparecem sintomas como mal-estar, dor de cabeça e indisposição, seguidos por uma febre que vai aumentando até o acesso malárico. Este se caracteriza por calafrio, calor e suor. Apesar da febre elevada, o paciente começa a tremer de frio.

Depois de uns 30 minutos de calafrios, sente um calor intenso, quando a febre se eleva para 39 a 41°C, permanecendo assim por duas horas, quando cessa. O acesso se repete com uma periodicidade própria da espécie (ver tabela), bem como o tempo que demora para aparecerem os primeiros sintomas.

No P. falciparum, além do acesso malárico, a anemia é mais intensa, podendo ocasionar falta de oxigênio a órgãos vitais como o cérebro, o que pode levar o paciente a morte. O P. malariae pode causar um quadro semelhante em crianças.

Espécie No Brasil Causa Malaria Ciclo febril Aparecimento dos sintomas

P. ovale

P. vivax

P. malariae

P. falciparum


Não

Sim

Sim

Sim


Terçã benigna

Terçã benigna

Quartã benigna

Terçã maligna

48 h

72 h

36 a 48 h

+ 14 dias

+ 30 dias

+ 12 dias

A transmissão se dá pela fêmea de algumas espécies de mosquitos do gênero Anopheles, que somente picam durante a noite. Quando a fêmea do mosquito pica, o parasita, presente na saliva do mosquito, entra na nossa corrente sangüínea, infectando-nos. A partir daí, o parasita infecta células do fígado, onde se reproduz por uma semana ou mais.

Neste momento, infecta células vermelhas do sangue, onde cresce e se multiplica. Em um dado momento, todos os novos parasitas escapam simultaneamente e invadem novas células vermelhas do sangue. Este escape é que causa o acesso malárico de febre e calafrios. Algumas das células contidas nas células vermelhas não se dividem, mas se transformam na forma infectante do mosquito.

Sendo picado, o indivíduo estará contaminando o mosquito, que poderá contaminar outras pessoas. Os sintomas da malária são sérios e em geral a pessoa acometida por eles toma a resolução correta de procurar um médico.

Em geral a anemia e o tipo de acesso de febre, assim como a resposta a tratamentos, pode levar a um diagnóstico de malária, mas a identificação da espécie necessita de exames laboratoriais.

Em regiões onde a ocorrência da doença é incomum, pode ser difícil ao médico associar os sintomas a doença de imediato. Assim, se você esteve viajando em regiões de ocorrência de malária, e precisar ir ao médico, comunique-o seu roteiro.

A prevenção da malária gira em torno de não se expor à picada do mosquito com o uso de telas para fechar o ambiente e repelentes. Em alguns casos, procura-se evitar a infestação pelo parasitas com o uso de quimioprofiláticos.

  • Como os mosquitos Anopheles picam somente durante a noite, a primeira medida preventiva deve ser tomada no local de dormir, colocando telas nas janelas, mosquiteiros nas redes e barracas ou capuz no saco de dormir;

  • Caso tenha que ficar exposto ao mosquito após o noitecer, recomenda-se proteger as partes desabrigadas do corpo, geralmente a mão e a cabeça, pois todo o restante costuma ficar coberto pela roupa;

  • Para proteger a mão, diminuindo as picadas de mosquitos, pode-se usar repelentes químicos ou então pode-se mantê-las dentro de bolsos enquanto não forem necessárias. Fora do bolso elas devem ficar em movimento para dificultar o pouso do mosquito;

  • Proteger a cabeça já é uma tarefa mais complicada. Passar repelente até pode ajudar, mas as partes sensíveis, como as pálpebras e os lábios, ficariam desprotegidos. Para protege-la recomenda-se o uso de capuz de filó (muito usado por pescadores) sobre um boné ou chapéu;

  • Os quimioprofiláticos são medicamentos antimaláricos, que podem ser aplicados antes mesmo da entrada em área endêmica e que atuariam sobre a infeção antes mesmo dela demonstrar seus sintomas.

    Entretanto, estes medicamentos são agressivos ao organismo, tendo vários efeitos colaterais conhecidos. Seu uso somente pode ser indicado por autoridade médica competente, para casos específicos. Além disso, devem ser tomados pelo menos uma semana antes de entrar na área endêmica e até pelo menos 30 dias após a saída da mesma.

    Este texto foi escrito por: Cláudio Patto

    Last modified: dezembro 5, 1999

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