Após cinco etapas, o Mundial de Saltos em Penhasco 2017 chegou ao fim neste sábado (21), com uma prova inédita em Lago Ranco, no Chile, que nunca havia sido palco de uma etapa do Red Bull Cliff Diving. Sobre plataformas com mais de 20 metros de altura instaladas nas Cachoeiras de Riñinahue, com águas congelantes que chegaram a 9ºC, 21 atletas saltaram em busca da vitória e, alguns, do título mundial. Jonathan Paredes e Rhiannan Iffland superaram o frio e subiram ao topo do pódio chileno, levando também o título mundial de 2017.
Na final masculina, o inesperado aconteceu. O britânico Gary Hunt, hexacampeão mundial, precisava apenas da sexta colocação para conquistar seu sétimo título, e tinha o mexicano Jonathan Paredes e o conterrâneo Blake Aldridge como rivais nessa disputa, embora eles tivessem chances menores de ganhar o troféu. Em seu último salto, Hunt recebeu nota zero: nas regras do Mundial, o atleta deve informar aos juízes o salto que executará e o britânico realizou movimentos diferentes daquilo que havia informado. Com esse resultado e com um salto bastante consistente, Jonathan Paredes venceu no Chile e se tornou, pela primeira vez, campeão mundial do Red Bull Cliff Diving.
“A ficha ainda não caiu para mim. Quando vim para o Chile, queria vencer a competição e pressionar o Gary, mas eu sabia que o vencedor era ele. Eu queria mesmo manter o segundo lugar geral e terminar o ano em uma boa posição depois de muitos altos e baixos. Agora me sinto nas alturas. Normalmente choro [quando acabam as competições], mas hoje estou em choque. Estou muito feliz e ao mesmo tempo um pouco triste pelo Gary, mas esse é o esporte. Espero manter esse nível para os próximos anos!”, explica Paredes.
Entre as mulheres, a disputa foi bastante acirrada, com três mulheres na briga pelo título na reta final. A mexicana Adriana Jimenez, uma das candidatas a levantar o troféu, teve que deixar a competição por conta de uma lesão sofrida em seus primeiros saltos no Chile. Com isso, o caminho ficou aberto para duas australianas: Rhiannan Iffland e Helena Merten. Iffland, campeã mundial em 2016 – seu ano de estreia no Mundial – superou a água fria, venceu em Lago Ranco e sagrou-se bicampeã do Red Bull Cliff Diving.
A brasileira Jaki Valente, única representante do país no Mundial, também se destacou ao longo do ano. Convidada a participar da prova da Itália, em julho, ela conquistou o segundo lugar, resultado inédito para o Brasil. Com isso, recebeu novo convite para fazer parte do Red Bull Cliff Diving, sendo uma das atletas a saltar no Chile. Sob condições difíceis, Jaki encerrou a prova em quinto lugar, e agradeceu a experiência.
“A água gelada foi o que me desfavoreceu nessa etapa, porque eu não conseguia aquecer meu corpo entre os saltos, mesmo correndo e fazendo flexões nos intervalos. Mas ainda assim a experiência foi incrível, foi minha primeira vez em temperaturas tão baixas e para as próximas já vou estar mais acostumada. Agora é seguir treinando e evoluindo cada vez mais. Eu já tenho muitas ideias para novos saltos, estou me adaptando a movimentos diferentes e espero para o ano que vem seguir com a série de saltos mais dificeis entre as mulheres”, conta Jacqueline.
Em 2017, seis etapas foram disputadas no Red Bull Cliff Diving: Inis Mór, na Irlanda; Açores, em Portugal; Polignano a Mare, na Itália; Texas, nos Estados Unidos; Mostar, na Bósnia e Herzegovina; e, por fim, Lago Ranco, no Chile.
Confira os resultados do Red Bull Cliff Diving Chile:
Masculino
1. Jonathan Paredes (MEX)
2. Michal Navratil (CZE)
3. Alexandre De Rose (ITA)
4. Sergio Guzman (MEX)
5. Kris Kolanus (POL)
6. Blake Aldridge (GBR)
7. Andy Jones (USA)
8. Gary Hunt (GBR)
9. Nikita Fedotov
10. Steven LoBue (USA)
11. Orlando Duque (COL)
12. Kyle Mitrione (USA)
13. Miguel Garcia (COL)
Feminino
1. Rhiannan Iffland (AUS)
2. Yana Nestsiarava (BLR)
3. Helena Merten (AUS)
4. Anna Bader (GER)
5. Jaki Valente (BRA)
6. Cesilie Carlson (USA)
7. Adriana Jimenez (MEX)