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Salvamentos nas alturas

Redação Webventure/ Montanhismo, Outros

Vista das torres gêmeas do World Trade Center que mediam 420 metros (foto: Corbis/ Banco de Imagens)
Vista das torres gêmeas do World Trade Center que mediam 420 metros (foto: Corbis/ Banco de Imagens)

Imagine-se realizando um sonho: chegar em Nova York e visitar o famoso edíficio World Trade Center na Ilha de Manhattan. Que maravilha! Maravilha, se não fosse por um detalhe: justo no dia de sua visita, os Estados Unidos sofrem diversos ataques terroristas e um deles tem justamente como alvo as torres gêmeas do edifício em que você se encontra. Esse episódio pode ter ocorrido com muitas pessoas que transitavam pelos famosos edifícios símbolo de Manhattan pela manhã do dia 11 de setembro.

Qualquer um pode até pensar que as pessoas que lá estavam não teriam salvação. Mas fica uma pergunta no ar: e se os prédios não desabassem, como seria feito o salvamento? Seria através de alguma técnica vertical, que além de ser utilizada no montanhismo também é utilizada por bombeiros para auxiliar no salvamento de pessoas em grandes alturas?

World Trade Center – Segundo o montanhista Luís Makoto Ishibe, de acordo com as condições do tempo mostradas pela televisão e a grande altura das torres gêmeas, haveria pouco o que fazer. “Além do vento que dificultaria a ação de bombeiros, só seria possível fazer um resgate através da tirolesa se houvesse um edifício vizinho com altura semelhante ao lado do World Trade Center (420 metros)”, arrisca Makoto. “O edifício era muito alto, provavelmente o salvamento seria feito pelo lado de dentro”, conclui o tenente Renato De Natali Jr, especializado em salvamentos em grandes alturas.

As técnicas de salvamento evoluiram muito no mundo inteiro, principalmente no Brasil. No exterior, os bombeiros atuam em áreas segmentadas: alguns só atuam em combate a incêndios, enquanto outros, só em salvamento em grandes alturas. No Brasil, os bombeiros atuam em todas as áreas. Um bombeiro brasileiro é capacitado para apagar incêndios, fazer salvamentos em grandes alturas e ainda realizar os primeiros socorros de um corriqueiro acidente de carro.

Em chamas – Porém, há algumas restrições quanto ao salvamento usando técnicas verticais. “Não dá para realizar esse tipo de salvamento se o edifício já estiver em chamas, a corda derreteria”, diz Makoto. “Um jeito para esse tipo de salvamento seria através de um helicóptero que poderia pousar na cobertura panorâmica, caso o edifício tivesse”.

“Antigamente, os bombeiros realizavam os salvamentos atráves da força, utilizando cabos de sisal. Era um trabalho de muita coragem, coordenados com movimentos circenses”, relembra o tenente De Natali, referindo-se à época em que não eram usadas as técnicas verticais.

Os cursos de salvamento em altura estão se difundindo pelo país. “Em um salvamento através da ancoragem de apenas uma corda, onde é feita a tirolesa, é possível salvar uma pessoa a cada dez segundos”, diz Makoto, sobre a eficiência da técnica.

O Corpo de Bombeiros tem um curso específico para esse tipo de resgate, com duração mínima de sete semanas. “O curso foi desenvolvido em 88. Porém, só a partir de 95 os bombeiros passaram a usar a técnica de descida para salvamentos”, diz o tenente De Natali.

Para aprender realizar salvamento em grandes alturas é preciso fazer cursos de técnicas verticais, ter “aptidão física e técnica e, principalmente nunca se envolver numa situação no qual você possa ser a próxima vítima”, diz o montanhista Luís Makoto.

Este texto foi escrito por: Romena Coelho

Last modified: setembro 13, 2001

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