Webventure

Salvini corre atrás da Tríplice Coroa


Caminhão Mercedes de Salvini pelos Sertões (foto: Marcelo Krings)

No futebol, um time ganha a Tríplice Coroa quando vence as três maiores competições que disputou. No Rally dos Sertões, no entanto, a Tríplice Coroa vai para aqueles que conseguem completar a prova em três categorias: motos, carros e caminhões. Até hoje, ninguém conseguiu o feito. Mas, se o piloto Carlos Salvini conseguir chegar à Fortaleza, no dia 21, ele se tornará a primeira pessoa na história do Sertões a realizar o feito. Este será o sétimo Sertões de Salvini, que disputou cinco ralis com motos e um com carros.

Hoje, Salvini está competindo na categoria caminhões, ao lado de Ivan Raposo da Silva e Carlos Eduardo Andrade. Segundo o piloto, correr com um caminhão não se iguala à emoção de andar com motos. “Os pilotos de moto merecem um prêmio. Eles tem que desligar a cabeça do corpo de tanta dor.Mesmo assim, correr com o carro, assim como com caminhão, não é tão emocionante quanto andar de moto”, afirma.

A nova experiência no entanto, está sendo prazerosa para o piloto.
“Demorei apenas um mês e meio para montar o caminhão e ele ainda não deu um problema”, orgulha-se. O único imprevisto mecânico que Salvini enfrentou foi com algumas adaptações feitas no veículo. “Colocamos amortecedores novos, que quebraram. Se não tivéssemos mexido em nada, não tínhamos tido nenhum problema”, lembra o navegador do caminhão, Carlos Eduardo Andrade. Apesar da satisfação com o caminhão, Salvini e sua equipe ainda estão se adaptando ao novo veículo.

“Nos primeiros dias, testamos os freios e nos acostumamos com o tempo de parada. Para o navegador e para o piloto, esse tempo de adaptação é muito importante”, ressaltou o navegador. Salvini só teve problemas para passar pelas trilhas até agora na Serra da Canastra, quando seu caminhão ficou entalado em uma porteira. “Raspamos as duas laterais.

Aí, tivemos que dar marcha ré e derrubar a cerca, senão não atravessávamos”, afirma. Apesar do tamanho do caminhão, engana-se quem pensa que o veículo é um marcha lenta das trilhas. Salvini é o segundo colocado em sua categoria e, se o tempo dos carros fosse computado junto com o dos caminhões, o caminhão estaria à frente de cerca de 20 carros. “Ontem mesmo, ultrapassamos quatro carros. No tempo acumulado, estávamos com menos tempo do que o Klever (Kolberg, piloto de carro que já venceu o Rali Paris-Dakar)”, vangloria-se.

Para as etapas do Jalapão, as próximas do rali, os integrantes do caminhão prometem surpresas. “Vamos andar mais rápido do que os carros lá. Estamos andando com o caminhão vazio e ele conseguiria carregar até 14 toneladas de carga”, fala o navegador. Salvini, no entanto, não tem boas recordações do deserto do Tocantins. “Foi no Jalapão, no ano passado, que me aposentei das motos. Fiquei quase 24 horas por lá, sofrendo com problemas da moto, que esquentou, e com a falta de água para beber”, conta.

Este texto foi escrito por: Bruno Doro