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Santa Catarina proporciona belos locais para escalada e passeio de bike

Redação Webventure/ Biking, Montanhismo

Morro do Rio Bonito (foto: Arquivo pessoal/ Danielle Pinto)
Morro do Rio Bonito (foto: Arquivo pessoal/ Danielle Pinto)

Santa Catarina já é destino certo quando o assunto é lindas praias, surfe e uma natureza exuberante. No mês de março descobri que o estado oferece ainda mais para quem gosta de uma boa aventura sob duas rodas. Trata-se do Circuito Vale Europeu de Cicloturismo. O trajeto de 300 km foi todo planejado para percorrer regiões pouco habitadas, quase sem transito de veículos e com forte influência cultural da colonização alemã, italiana e polonesa. O circuito é proposto para ser realizado em sete dias, são cerca de 45 km por dia, com local de saída e chegada pré-definidos, geralmente pousada ou hotel de alto nível.

A idéia de fazer um pedal pelo interior de Santa Catarina surgiu com a notícia que iria acontecer na região de Rio dos Cedros, que abriga o Circuito Vale Europeu, um encontro de escaladores. Pedalar para escalar. Perfeito! A escaladora Luana Hudler, de Joinville, sempre parceira, aceitou a empreita e saímos da cidade, numa quarta feira chuvosa, com a intenção de pedalar um trecho do circuito Vale Europeu e chegar na sexta feira no Morro do Rio Bonito para encontrar a turma e escalar.

O percurso completo do Circuito Vale Europeu pode ser visto no site www.circuitovaleeuropeu.com.br. Optamos por iniciar o percurso na cidade de Indaial e conhecer o trecho que, segundo informações, transcorria por uma área mais rural e menos habitada. Saindo de ônibus de Joinville chegamos em Indaial às duas horas da tarde de quarta feira, nosso objetivo era realizar o trecho até Rodeio (proposto no circuito como roteiro do terceiro dia). Chegamos em Rodeio no final da tarde, mas acabamos fazendo um caminho diferente do proposto, o que nos fez subir uma serra bem íngreme, inclusive não provamos nada igual em todo o trajeto. Em Rodeio optamos por passar a noite acampada no quintal da casa de moradores. Dona Ana Maria e Seu João José, além de pouso, nos ofereceram café da manhã e muita prosa.

Subida – No segundo dia começamos a pedalar as oito da manhã e já de cara toca para cima no Morro Ipiranga. Durante os 40 km do dia passamos por um povoado com mais de cinqüenta estátuas de santos e um Cristo Redentor, lindos rios, grupos de crianças voltando da escola de bicicleta e muita plantação de pinus. Com o sol a pino chegamos em Dr. Pedrinho e atacamos um super x-salada, e depois disso só foi possível passar o resto do dia sentada na praça da cidade, na sombra, é claro. Em Dr. Pedrinho existe um hotel fora do circuito que oferece cama e banho por R$ 20,00 por pessoa, ficamos por aí mesmo.

Com o objetivo de chegar no Morro do Rio Bonito no final do dia e com a idéia de ficar a sombra no horário do sol forte, começamos o pedalar antes do sol nascer. As oito da manhã já tínhamos subido a primeira serra do dia. Fizemos um break no Paradeiro da Montanha, na região chamada de Alto Cedro. Uma linda pousada que abriga pessoas tão lindas quanto. Os proprietários nos receberam muito bem e ganhamos até jarra de limonada geladíssima. Descansamos no deck a beira do Lago Pinhal. Dali, descemos para Palmeiras, saindo do proposto pelo circuito, mas nos economizou uns 20km de pedalada e garantiu o jantar e o pernoite aos pés do Morro Bonito, na fazenda do seu Bona.

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Eu já havia escalado no Morro do Rio Bonito anteriormente, a última vez em 2008. O lugar é peculiar devido à existência de paredes fendadas, coisa rara aqui no Brasil. As vias são em sua maioria com proteções móveis (camalots, nuts, friends) e algumas proteções fixas (grampos e chapeletas). A parede é bem vertical, algumas vezes até negativa e possuiu muitos blocos, lacas e pedras soltas, é uma característica da escalada aí. Os olhos precisam estar bem abertos para não ver pedras rolando para baixo. Mas tirando isto é tudo muito lindo, escalada com gostinho de aventura, visual lindo da pedra, platô do tamanho de uma sala de estar no meio da parede, natureza vibrante com rasantes do urubu rei. E para fechar com chave de ouro, a parede não molha quando chove porque é protegida por um grande teto.

O setor existe desde 2005 e a cada dia cresce o número de vias, todas, porém, comprometidas. As mais escaladas são a Subindo a Serra, um 5sup e a Gosto Amargo, um lindo diedro com crux de 7a. Mais informações sobre o pico podem ser encontradas no site www.garraaventura.com.br.

O escalador Daniel Fernandes, organizador do encontro que aconteceu nos dias 21 e 22 de março, conseguiu reunir gente de Criciúma, Blumenau, Florianópolis, Itajaí, Balneário Camboriú, Joinville, Campo Alegre, Jaraguá e Curitiba. Alem de confraternização e escalada, também aconteceram palestras com os escaladores Edmilson Padilha e Reginaldo Carvalho, sobre conquista da via Place of Hapiness e a Conservação e Manutenção de Trilhas, respectivamente.

A região – O local também dispensa apresentação. O Morro Rio Bonito fica as margens da barragem de mesmo nome, localizado na propriedade do Seu Bona, a Pousada Vale dos Ventos, que cedeu as instalações para a realização do evento e ainda promoveu um costelaço no almoço de domingo. O costela eu perdi, mas no dia escalamos, passeamos de caiaque e pedalamos cerca de 40 km até Jaraguá do sul, onde pegamos um ônibus para Joinville, e aí acabou nossa aventura.

Ao todo pedalamos cerca de 200km, tentamos três vias no Morro Bonito conseguimos subir duas, demos uma banda de caiaque na barragem, trabalhamos na recuperação da trilha de acesso as vias do Morro Bonito e colocamos o papo em dia.

Este texto foi escrito por: Danielle Pinto

Last modified: abril 21, 2010

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