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Scheidt e Prada comentam o ano e falam sobre 2007


Robert durante o Pré-pan no Rio de Janeiro (foto: Divulgação)

Robert Scheidt e Bruno Prada, dupla líder do ranking da Isaf (Federação Internacional de Vela) na classe Star concederam uma entrevista coletiva na manhã dessa quinta feira (30), em São Paulo, na qual fizeram uma avaliação da temporada e comentaram sobre o planejamento de 2007.

O comentário mais aguardado foi sobre a decisão de Scheidt em competir as Olimpíadas de Pequim 2008 (China) na classe Laser, na qual ele é octacampeão mundial, ou na Star, em que ele estreou em 2006. Após o anúncio que ele competiria na Star, o espaço ficou aberto para outras questões, como a participação dele no Pan 2007 na Laser.

“Vou me preparar até fevereiro, mas se eu não me classificar a vida segue e volto a pensar nas Olimpíadas. O peso e a pressão são muito grandes e talvez eu não esteja 100%, mas vou fazer o meu melhor”, advertiu Scheidt.

Sobre as Olimpíadas, ele afirmou que não conhecesse a raia, pois nunca esteve na China, mas já sabe que vai encontrar situações adversas. “É uma raia com neblina, vento fraco e condições extremas”. Porém, para se habituar ao local ele vai usar a mesma estratégia que deu certo na Laser. “Se nos classificarmos, pretendo fazer alguns treinos por lá, o que é fundamental para nos darmos bem”.

Lazer X Star – Sobre as principais diferenças e dificuldades, ele explicou que os barcos nas competições de Laser são iguais para todos, não há muitas regulagens que possam ser feitas, ao contrário da Star. “Na Laser o contato com o barco é que faz a diferença; ao contrário da Star, que é necessário regular as velas, mexer no mastro e em outras partes”.

Sempre acostumado a velejar, ele disse que ter que dividir as decisões com Bruno Prada é importante. “O convívio é importante e nem sempre estamos 100% bem, mas a gente consegue se entender na água. Ele me ajuda na parte tática da regata e o ganho de peso dele foi muito importante para o contrapeso do barco”.

Bruno, por sua vez, esclareceu: “Nunca saímos do barco sem ter o assunto resolvido após uma discussão. Nosso objetivo é ser competitivo e superar limites”. Ele também comentou sobre a personalidade da dupla, disse que ele gosta de assistir televisão, por exemplo, ao contrário de Robert, que é mais ativo.

Prada não vai competir os Jogos Pan-Amerincanos de 2007 no Rio de Janeiro, pois “o Pan é ingrato para os gordinhos”, segundo o proeiro. Atualmente pesando 115 quilos, ele disse que o peso máximo nas categorias da competição é de 80 quilos, o que descarta totalmente sua participação.

Enquanto o companheiro compete na classe Laser e tenta trazer mais uma medalha de ouro, ele vai se dedicar aos treinos na Star em competições internacionais. “Nosso próximo compromisso será apenas em abril. Quero achar um bom companheiro e participar de uma prova em Miami, em janeiro”.

Ele também falou que vai se dedicar mais ao condicionamento físico e transformar a gordura que ganhou, em massa muscular. “Não tive muito tempo para realizar um bom condicionamento devido às sucessivas viagens”, lamentou Bruno.

Sobre o assunto, Robert Scheidt aproveitou para comentar sobre o embargo nas obras de ampliação da Marina Glória e disse que não é necessária uma grande estrutura para abrigar uma competição de vela. “Não é igual ao futebol, que é necessário construir um estádio, por exemplo. O mar já está lá, o que precisa é de um bom apoio para lavar e guardar e os barcos, além de uma boa comissão de regatas”. Ele sustenta sua opinião com dois exemplos práticos. “No Pan de Mar del Plata e de Winnipeg a estrutura era pequena e tudo funcionou bem”.

Novo barco – A partir de janeiro do ano que vem um novo barco estará à disposição de Robert e Bruno. De acordo com o proeiro, a parceria que eles fizeram com o designer de barcos argentino Juan Kouyoumdjian poderá trazer melhoras durante as competições. Juan projetou os dois barcos da equipe ABN Amro durante a Volvo Ocean Race 2005/ 2006, que culminou com a vitória do ABN Amro 1.

“O novo barco traz novidades no casco, no design e na concentração de peso. Não é garantia que teremos uma melhor performance, mas queremos ser pioneiros, testar novidades”, comentou Bruno.

Segundo ele, a idéia de firmar essa parceria veio após uma dupla da Suíça ter fracassado na tentativa de desenvolver uma embarcação com estaleiro próprio. “Aprendemos com os erros dos outros”, brincou Bruno.

Este texto foi escrito por: Alexandre Koda