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Segundo Alexandre Carrijo, a Oskalunga segue em alto astral no mundial de corrida de aventura

Redação Webventure/ Corrida de aventura

A Oskalunga no ARWC da Tasmânia (foto: Alexandre Carrijo)
A Oskalunga no ARWC da Tasmânia (foto: Alexandre Carrijo)

O organizador da Brasília Multisport, Alexandre Carrijo, manda notícias da equipe brasileira Oskalunga, que está correndo na Tasmânia (Austrália) o ARWC, campeonato mundial de corrida de aventura. Alexandre está trabalhando na organização do evento. A prova começou na quarta-feira (dia 2 na Austrália, ainda terça no Brasil). Acompanhe pelo site oficial www.arwc2011.com a posição da Oskalunga, que no momento deste texto estava em 17ª lugar, no posto de controle (PC) 22.

Leia aqui entrevista especial com o capitão do time, com detalhes da prova.

A Oskalunga Kailash chegou ao posto de controle 22 transição do segundo trecho de canoagem para uma perna de mountain bike às 10h09 da manhã de sexta-feira, dia 4 aqui e noite de quinta-feira (3) no Brasil. Eles estavam na 17ª posição.

Os atletas estavam bem animados por terem terminado a canoagem e, principalmente, por terem vencido os 60 quilômetros de trekking que os levaram ao ponto mais alto da prova, aonde chegou a nevar durante a noite, mesmo sendo primavera.

Eles também passaram por um cânion totalmente inexplorado, onde fizeram as técnicas verticais, antes de continuarem pelo vale de um rio, até atingirem a primeira parte da canoagem.

Já na remanda havia apenas um barco para os quatro atletas, devido a dificuldades de logística da organização para acessar o local. Então, só depois de 8 quilômetros com os quatro em um mesmo barco inflável, o time recebeu outros dois barcos rígidos, para seguir por mais 20 quilômetros até a próxima área de transição, na cidade de Tullah.

No total, eles já completaram 195 quilômetros de prova, somando esse trekking de 36 horas de caminhada mais as duas partes de canoagem. Tudo em pouco mais de dois dias de competição, período no qual não pararam para dormir em nenhum momento.

A estratégia do time, segundo me contaram no posto de controle, é atingir o próximo acampamento o mais rápido possível, pois lá existe uma parada obrigatória de 6 horas para todas as equipes. A questão é que ainda faltam 106 quilômetros de mountain bike até lá.

A Oskalunga fez a transição em 58 minutos, média da maioria dos times. Apenas os líderes da Seagate.com (Nova Zelândia) e as equipes Silva (Suécia) e Thule (Suécia) fizeram a transição em menos de 1 hora.

A Seagate.com foi a primeira a partir, ainda na noite de terça, 14 horas à frente do time brasileiro, que agora esta na 17ª posição. Antes desses dois trechos a diferença entre eles era de apenas 2h40.

Astral lá em cima. Nesta transição para a MTB, os atletas da Oskalunga me contaram detalhes do que passaram até aqui. Rafael Melges disse, logo ao desembarcar, que o astral do time “é o melhor possível e vai melhorar assim que ganharmos algumas posições. Estamos apenas esquentando!”, contou, bem animado. “Foi um trekking longo e doido. Tivemos que nadar na água congelante. Foi meio insano, bem perigoso mesmo.”

Complementando, Diogo Malagon falou sobre o frio: “cara, nevou! Pensei que fosse morrer de frio. Aliás, no primeiro dia, achei que iria morrer de frio umas três vezes. Agora já estou acostumando. No final do trekking tivemos de nadar na água gelada, ainda durante a noite.”

O navegador do time, Caco Fonseca, falou sobre sua especialidade durante o trekking: “a navegação estava bem difícil. Tivemos alguns problemas e nos perdemos meia horinha em dois PCs bem complicados. Mas, no geral, estamos bem, abaixo da média de tempo que tínhamos previsto.”

Bárbara Bomfim resumiu bem o que enfrentaram até agora: “a canoagem foi rápida, para relaxar. Não passamos frio nesse trecho, pois estávamos cheios de roupa e entramos na água quase amanhecendo. Mas, o trekking foi de matar. A prova é muito técnica. Fora o terreno, o clima e tudo mais. A orientação está casca-grossa. Não está pra criança não.”

Ainda segunda Bárbara, a equipe já fez duas refeições quentes e a parte de nutrição está indo bem. Mas, a hidratação não está o ideal, por causa do frio.

Outro brasuca na corrida. Outro atleta brasileiro, Marco Amselem, está correndo pela equipe Tecnu-Extreme, dos Estados Unidos. O time dele chegou nesta área de transição às 5h04, na 13ª posição.

Eles não pareciam afetados pelo frio. Marco me falou que eles tiveram problemas com integrante mulher. “Ela comeu algo estragado e passou mal. Estávamos muito bem, mas tivemos de andar mais devagar por causa disso. Agora, vamos fazer uma transição rápida. Mas, ainda não é hora de pensar em posição, pois a prova é longa e não chegamos ainda nem na metade.”

Notícias dos primeiros. A Seagate.com já completou os 106 quilômetros de MTB que leva até o acampamento de descanso. Eles levaram 10 horas para completar este percurso e já pagaram as 6 horas de descanso. Eles pedalaram durante a noite, ao contrário dos brasileiros, que irão pedalar de dia, o que facilita a navegação.

Neste momento, enquanto eu escrevo, apenas a Seagate.com e a Silva iniciaram o trekking de costeira pelo sudoeste da Tasmânia, região que abriga a maior floresta temperada do Hemisfério Sul ali, a organização topou com nove cobras durante o levantamento de percurso.

Segundo os organizadores, esse trecho é remoto, sem acesso a veículos. E, de acordo com a maré e os ventos, vai ser perigoso cruzar os rios que desembocam no mar. No manual dos atletas está escrito: levar comida extra, pois a navegação será difícil, e não subestimar o tempo mínimo de 15 horas para as primeiras equipes e 30 para as mais lentas.

Este texto foi escrito por: Alexandre Carrijo, especial para o Webventure

Last modified: novembro 4, 2011

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