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Seletiva Brasil de Vela definiu mais cinco atletas para Pequim


Bimba confirmou o favoritismo na RS:X masculina (foto: Divulgação/ ZDL)

Entre os dias 8 e 15 de fevereiro aconteceu, na Baía de Guanabara (RJ), a Seletva Brasil de Vela que definiu os componentes da equipe brasileira nas classes Star, Finn, RS:X masculino e feminino e 470 feminino para as Olimpíadas de Pequim, em agosto deste ano. A marca da competição foram as regatas muito disputadas.

As primeiras a conquistarem a vaga para os jogos, foram as velejadoras Fernanda Oliveira e Isabel Swan, da 470 feminino. Após conseguirem o melhor resultado de uma dupla feminina brasileira na 470, elas se classificaram ao término do primeiro dia de competições, pois somente elas estavam inscritas para a categoria na seletiva. “Na verdade, não garantimos a nossa vaga na olimpíada nesta seletiva. Conseguimos muito antes, quando fizemos uma campanha bem consistente. Ganhamos os principais títulos nacionais e sul-americanos e acho que acabamos desestimulando as adversárias” afirmou Fernanda.

A vaga brasileira para Pequim na 470 feminina havia sido conquistada por Fernanda e Isabel com o sétimo lugar no Mundial de Cascais, em Portugal, em 2007. A dupla já acumula no currículo títulos importantes como o tricampeonato brasileiro (2005, 2006 e 2007), o bicampeonato sul-americano (2005 e 2006) e o quarto lugar no Mundial da China em 2006, melhor colocação de uma dupla feminina brasileira em uma classe olímpica. Para Fernanda Oliveira, de 27 anos, essa será a sua terceira participação em jogos olímpicos. Ela disputou o torneio em Sydney (2000), junto com Maria Krahe, chegando em 19º lugar, e em Atenas (2004), ao lado de Adriana Kostiw, terminando em 17º. Já para Isabel Swan, de 24 anos, essa será a estréia em olimpíadas.

Star – Outros classificados para Pequim que tiveram que suar para conseguirem a vaga foram Robert Scheidt e Bruno Prada, da classe Star. Apesar de terem conseguido o título da seletiva com duas regatas de antecendência, os atletas travaram uma batalha emocionante contra a dupla Lars Grael e Marcelo Jordão. Scheidt e Prada iniciaram a competição na frente, mas chegaram a ocupar a terceira colocação na seletiva, após algumas combinações de resultado. No entanto, com as más colocações de Lars e Jordão nas sétima e oitava regatas, os campeões mundiais reassumiram a ponta, a qual não largaram mais até o fim da competição.

Após as regatas do penúltimo dia da disputa, Scheidt e Prada acumulavam 15 pontos perdidos, contra 21 dos segundo colocados Lars e Jordão. Como não havia mais possibilidade de ultrapassagem por nenhum dos concorrentes, já que a partir da 11ª regata estava permitido o descarte dos dois piores resultados, os velejadores decidiram cancelar as duas últimas etapas do evento para que pudessem se preparar para outros campeonatos. A dupla vencedora decidiu descansar até o final de fevereiro, quando seguirá para Miami onde disputarão a Bacardi Cup, em março, e o Campeonato Mundial, em abril.

“Disputar uma Olimpíada na classe Star é mais um sonho que realizo. Estou muito animado com o que está acontecendo na nossa parceria e o objetivo é representar bem o Brasil na China”, disse Scheidt, que aos 34 anos, vai para a sua quarta olimpíada. Ele ganhou a medalha de ouro nas edições dos jogos olímpicos de Atlanta (1996) e Atenas (2004), e de prata em Sydney (2000), todas na classe Laser.

Outro atleta brasileiro a carimbar o seu passaporte para China foi o carioca Ricardo Winicki, o Bimba. Ele havia ganho as quatro primeiras regatas da Seletiva Brasil do seu único concorrente, o seu pupilo Albert Carvalho, de apenas 18 anos, quando os dois realizaram um acordo e decidiram que a vaga caberia a Bimba, campeão mundial da RS:X masculina em 2007. Carvalho treina com Bimba e durante a Seletiva Brasil de Vela estava utilizando equipamentos emprestados pelo treinador.

Na classe RS:X feminina, a disputa ficou entre as irmãs Patrícia e Catarina Freitas e Patrícia Castro. Após uma disputa acirrada entre as três a classificada para as olimpíadas foi Patrícia Freitas. “Treinei muito nos últimos meses e o que eu fiz foi correr atrás de um sonho. A minha ficha não caiu ainda. Estou pensando nas viagens que vou ter de fazer e as aulas que terei de perder”, disse a atleta de 18 anos, após a conquista da vaga.

Por fim, o último atleta a se classificar para os Jogos de Pequim, durante a Seletiva Brasil de Vela, foi Eduardo Couto da classe Finn. A disputa entre o vencedor da competição e a revelação Jorge João Zarif, de apenas 15 anos, também foi muito parelha e durou até o último dia de competições. Couto, campeão mundial de Laser Radial, em 2005, e campeão sul-americano de Laser Standard, em 2006, teve maus resultados nas duas regatas do último dia. No entanto, a sua pontuação anterior garantiu a sua vaga na disputa durante o mês de agosto.

Ventos fracos e ondas – Os atletas da Seletiva Brasil de Vela enfrentaram condições muito parecidas com aquelas que irão encontrar em Qingdao, na China. Com ventos fracos e ondas, muitos dos competidores tiveram dificuldade durante a disputa. Por exemplo, a primeira regata do segundo dia de competições da classe RS:X feminina chegou a ser cancelada faltando 20 metros para o fim da etapa, pois parou de ventar e as velejadoras ficaram boiando na água.

Entre os dias 22 e 29 de fevereiro acontecerá, também no Rio de Janeiro, a seletiva de vela para os concorrentes da classe Laser Standard. O Brasil ainda pode aumentar a sua equipe de vela se os atletas brasileiros conseguirem bons resultados nos campeonatos mundiais das classes Tornado e Laser Radial. Ambos acontecerão em Auckland, na Nova Zelândia, sendo o da Tornado entre os dias 22 de fevereiro e 1 de março e o da Laser Radial de 13 a 20 de março. Bruno Di Bernardi e Mário Tinoco concorrerão a uma das quatro vagas restantes na Tornado, enquanto Adriana Kostiw irá em busca de uma das seis vagas a serem preenchidas na Laser Radial.

Este texto foi escrito por: Webventure