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Sertões abre passagem à solidariedade


Crianças acompanham o rali em Natividade (TO) (foto: André Chaco/Webventure)

Nem só de velocidade, técnica e muita adrenalina vive uma prova como o Rally dos Sertões. Cruzando algumas regiões mais empobrecidas do Brasil, do Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, o evento também abre espaço à solidariedade. Médicos estão sendo disponibilizados para atender a população por onde a caravana do Rally passa.

Médica desde 1994, Silvia Regina Freitas é especialista em ginecologia. Sua função no evento é o atendimento às mulheres das cidades-sede do rali. “Estamos fazendo dois tipos de trabalho, que visam o atendimento e a orientação para as mulheres”, explica. Em seu primeiro trabalho no gênero, Silvia espanta-se com o grande número de pessoas sem nenhum tipo de orientação.

“É incrível e, ao mesmo tempo, triste. São muitas as pacientes que nunca tiveram a mínima informação ou fizeram um exame ginecológico. Infelizmente, nós não conseguimos fazer os tratamentos necessários, mas pelo menos indicamos o que deve ser feito”, explica. A iniciativa deste atendimento é do Banco Real, um dos patrocinadores da prova.

Atendimento a doentes – Outro grande exemplo de que a solidariedade faz parte da filosofia do Sertões aconteceu na terceira etapa, disputada ontem. Durante a especial (trecho cronometrado) entre Unaí (MG) e Alto Paraíso de Goiás (GO), um dos moradores das fazendas precisava entrar no caminho para levar a filha doente ao posto médico. No mesmo momento, os organizadores acionaram o helicóptero médico, bem como um dois médicos que ficam dentro da trilha (de moto), para o atendimento à jovem. Diagnosticada uma virose, a menina foi medicada, descartando-se a transferência para um hospital.

“Isso é mínimo que podemos fazer diante do que essas pessoas nos oferecem. Na primeira etapa, por exemplo, a prova atrasou a entrega de leite de um produtor rural. Um dos fiscais comprou todo o leite, 1300 litros, e pediu que fosse entregue a uma escola e entidade social. Não adianta apenas pensar em ajudar. O que importa são as ações”, destaca Marcos Ermírio de Moraes, diretor da Dunas Race, organizadora do prova.

Ecologia – A preservação do meio-ambiente também faz parte da pauta do rali. Na edição passada, a categoria Expedition (apenas para turismo) distribuiu sacos de lixo e procurou orientar as pessoas sobre a importância de não jogar lixo. Este ano, a ação foi mais efetiva: uma equipe, a Canastra, de Minas Gerais, fez um rali contra a sujeira. Eles largam após o último caminhão e recolhem qualquer tipo de lixo ou sucata deixada pelos pilotos.

“Até agora recolhemos apenas peças quebradas e pouco lixo. Isso mostra que há uma conscientização do participantes com relação à poluição do meio-ambiente. Mas quando isso não acontecer, estaremos lá para fazer a faxina”, destaca Carlão, um dos integrantes do grupo.

Este texto foi escrito por: Webventure