Os campeões da edição passada do sertões Guilherme Spinelli e Marcelo Vívolo (foto: Theo Ribeiro/ www.webventure.com.br)
A décima terceira edição do Rally Internacional dos Sertões já tem roteiro determinado, que foi divulgado no briefing na noite de ontem (21/06). Até então era sabido apenas que a prova teria largada e chegada em Goiânia. O rali irá passar ainda pelos estados do Mato Grosso, Pará, Tocantins e retorna para Goiás, com uma passagem por Brasília, no Distrito Federal, e no Maranhão. Isso para a categoria Cross-country.
Já a Regularidade não entrará nos estados do Mato Grosso e Pará Porque as estradas são péssimas e muito movimentadas por caminhões, disse Marcos Ermírio de Moraes, diretor da Dunas Race, organizadora do evento. Essa edição completa o décimo ano que a prova é organizada pela Dunas.
Um dos pontos altos da prova, segundo a organização será a passagem por um trecho da Floresta Amazônica no sul do Pará. Onde será bom as equipes levarem um facão. Tem muita onça nessa região e se o veículo quebrar por ali ficará complicado, alertou Marcos.
Outro destaque será o retorno da prova ao Jalapão, o coração do rali, onde vocês irão encontrar condições ímpares de traçado, roteiro e dificuldades, disse Marcos às equipes presentes no briefing de ontem. Grande parte dos percursos anteriores pelo Jalapão virou Parque Nacional, mas conseguimos achar algumas saídas para o rali entrar lá, completou o organizador. A cidade de São Félix do Jalapão será uma das cidades dormitório da prova.
Números – Pela primeira vez na história da prova, o percurso terá mais quilometragem em especiais do que deslocamento. Serão ao todo 4.553 de rali, sendo que 2.437 serão de trechos cronometrados o que corresponde a aproximadamente 53% do total. Trilhas Off-road também serão maioria na prova, até nos deslocamentos. Está previsto que 3.441 quilômetros sejam de terra e apenas 1.112 de asfalto.
Nos trechos do Mato Grosso e Pará não tivemos opção, tem muito pouco asfalto mesmo. Já nos outros estados optamos por colocar maioria de terra nos deslocamentos, ao contrário da edição passada, revelou Moraes.
Confira o roteiro detalhado da prova na categoria Cross-country
Deslocamento inicial: 105 km
Especial: 140 km
Deslocamento final: 254 km
Optamos por uma especial pequena para as equipes entrarem no ritmo, disse Marcos Moraes. A etapa será dividida em três fases, começa rápida até a entrada da primeira zona de velocidade controlada (Radar). Depois a trilha começa a estreitar, surgem travessias de rios e aumentam as pedras, a situação melhora até perto da próxima zona de Radar, possibilitando maior velocidade. O último trecho da etapa será bem rápido, porém traiçoeiro, com muitas curvas.
ETAPA MARATONA
Deslocamento inicial: 360 km com travessia de duas balsas
Especial: 264 km
Na etapa maratona dessa edição do Sertões, não é permitida nenhuma forma de apoio e manutenção entre uma etapa e outra. Os carros só poderão ser abastecidos e guardados no parque fechado. O primeiro apoio permitido é no final da primeira especial do dia seguinte. Areia e travessia de pontes serão a marca dessa etapa. Os competidores irão encontrar todo tipo de terreno, trilhas, alagados, pedras, mas a areia predomina. Todas as pontes serão controladas por zona de radar.
Especial:200km
Deslocamento final: 296km
O dia mais travado do rali, com muita areia e poucos trechos de alta. Haverá apenas uma Zona de Velocidade Controlada (Radar).
Deslocamento inicial: 147 km com a travessia de uma balsa
Especial: 183 km
Deslocamento final: 76 km
O trecho será rápido, mas com muitos obstáculos nessa etapa. Os primeiros quilômetros terão depressões e curvas fechadas, depois são os buracos que atrapalham os pilotos. Os últimos 100 quilômetros serão mais travados, com pontes de madeira, pedras e lombas.A chegada em Palmas será por uma pista travada, com muitos buracos e pontes de toras.
Deslocamento inicial: 200 km
Especial: 405 km
O trecho será beirando o Parque Nacional do Jalapão com trilas rápidas no começo até as fazendas da região. Lá o trecho fica mais travado, com travessia de pontes e areia. Os competidores também passam por 110 quilômetros das areias do Maranhão. Haverá dois pontos de abastecimento no dia
Especial: 463 km
Deslocamento final: 87 km
Será a especial mais longa da prova, era para ser a Especial de 600 quilômetros, que foi diminuída em nome da segurança e logística. Os competidores irão entrar no trecho do dia anterior, em sentido contrário. Areia, pedra, riachos e serras serão os obstáculos do dia.
Deslocamento inicial: 40 km
Especial: 287 km
Um labirinto entre as fazendas com trilhas cheias de curvas, pedras e lombadas serão o desafio para pilotos e navegadores nessa etapa. No final a prova fica mais rápida, com travessias de grandes rios e serras sinuosas. Travessias de rios grandes, erosões e subidas de serra aguardam os competidores. A especial terá duas zonas de radar e um abastecimento.
Deslocamento inicial: 5 km
Especial: 302 km
Deslocamento final: 64 km
Um dos dias mais complicados do Sertões começa descendo uma serra sinuosa, passa pela primeira zona de radar e entra em um trecho travado com subidas íngremes. Os veículos passarão a andar no topo de serras por grande parte da especial, até um trecho de descida bem sinuoso com trial bem pesado. Haverá um desvio para os caminhões, e a especial para eles terá 62 quilômetros a menos. Apenas as motos irão abastecer nesse dia.
Deslocamento inicial: 42 km
Especial: 79 km
Deslocamento final: 120 km
Será a etapa mais difícil da prova. Quem pensar que já ganhou pode se complicar aqui, alertou Marcos Ermírio de Moraes. O trecho será todo em subidas e descidas de serra, terá muitas erosões, trechos de trial e abismos dos lados.
Deslocamento inicial: 165 km
Especial de 114 km
Deslocamento final: 145 km
Ao final dessa Especial será conhecido o campeão do Rally do Sertões 2005, mas até lá os competidores irão enfrentar muitas curvas, trechos de trial pesado e travessias de rios com pedras grandes.
Este texto foi escrito por: Daniel Costa