Sertões: tudo sobre os cuidados médicos

Com a experiência de dez Sertões, o doutor Clemar Corrêa da Silva também pode ser considerado doutor em matéria de esportes radicais. Responsável pela equipe médica que acompanhará o comboio de 1.100 pessoas por 4.500 km pelo sertão do Brasil, doutor Clemar escreveu um “Manual de Sobrevivência” para orientar os participantes desta aventura.

São dicas de primeiros socorros, informações sobre doenças infecto-contagiosas, atendimento médico em situação de acidente, mosquitos e outros bichos, além de um check-list básico e orientações sobre como preparar o corpo e o espírito para enfrentar situações difíceis.

Como o número de pessoas é grande e o acesso a farmácias ao longo do percurso é difícil, é imprescindível que cada pessoa leve seu próprio kit de primeiros socorros, que deve ser composto por medicamentos que podem resolver pequenos problemas causados por comidas diferentes, poeira e pequenos traumas. Medicamentos de uso constante não podem ser esquecidos.

Check-up – Antes de enfrentar as condições extremas de sono, muito esforço físico, acampamentos, água e comidas suspeitas, ação do calor e do sol, é importante visitar um médico, fazer um check up geral, sem se esquecer dos dentes. “Que tal uma dorzinha de dente, daquelas que precisam de tratamento de canal, no meio da madrugada, no acampamento, longe de uma grande cidade?”, sugere o doutor Clemar.

Outro ítem essencial e que deve ser inseparável desde a largada em Goiânia até a chegada em Fortaleza, é a ficha médica, que será fornecida pela organização. Este cartão será muito útil na hora do atendimento médico, pois informações como convênio, alergias, doenças prévias, medicamentos de uso constante e telefone de familiares estarão ali listados e à mão da equipe médica do rali.

Diferente de anos anteriores, desta vez o rali não passará por lugares onde existem doenças infecto-contagiosas, como malária ou febre amarela, por isso, não há necessidade de vacinas específicas. Mas a vacinação contra Tétano é importante, uma vez que é uma doença grave e pode surgir mesmo em um pequeno corte.

A equipe médica do rali será formada por nove médicos especializados em resgate, mais 12 militares (bombeiros), além de um carro e dois helicópteros equipados para resgate. Em caso de acidente grave, o helicóptero removerá o participante até o hospital mais próximo e retornará para a prova. Como o número de médicos é restrito para a competição, o participante ficará sozinho no hospital, aos cuidados da equipe médica local.

“A equipe médica atenderá além dos competidores, todas as pessoas envolvidas diretamente no evento. Obviamente, como em qualquer evento desse porte, o atendimento tem suas limitações. A rapidez no atendimento se fará, além do posicionamento estratégico, com o auxílio da radiocomunicação e dos transportes por carros, motos e helicópteros. A equipe médica se incumbe do primeiro atendimento e resgate. O tratamento de ferimentos será feito onde for necessário, adequando-se às condições de segurança”, esclarece doutor Clemar.

Vale lembrar que cada veículo deve levar um pano ou bandeira de cor vermelha, com um metro quadrado, para ser estendido ao lado do veículo em que houver feridos. Este é o sinal para o helicóptero aterrissar e fazer o resgate.

Sem estresse – Descansar, dormir e se alimentar bem, tomar um bom banho, fazer a barba e uma massagem são essenciais para aliviar o estresse físico e mental. Manter-se sempre hidratado, não só com água, mas com bebidas isotônicas, ajuda a prevenir cãibras e desidratação.

Para saber mais detalhes sobre os cuidados médicos, faça o download do “Manual de Sobrevivência” no site www.rallydossertoes.com.br

Medicamentos que devem fazer parte do kit de primeiros socorros:

Além de itens básicos como curativos tipo Band-Aid, gazes estéreis, pequeno rolo de esparadrapo, atadura de crepe, cotonetes, pinça, agulha, tesoura pequena e um par de luvas de borracha descartáveis, o ideal é que cada um leve o seu kit composto por: