Visão do Cho Oyo no início do ano (foto: Helena Coelho)
Atingido pelo ‘mal de montanha’, o alpinista sérvio Pavle Milosevic, de 50 anos, membro de uma expedição polonesa, morreu no último dia 11, no acampamento-base do Cho Oyo (8.201m), uma das 14 maiores montanhas do mundo. Ele chegou a ser resgatado e socorrido por equipe médica, mas sofreu um ataque cardíaco, além do edema pulmonar.
No último dia 3, Milosevic foi encontrado pelo alpinista David Le Pagne na descida do acampamento 1, cansado e necessitando de auxílio. Ao chegar ao acampamento da expedição americana liderada pelo veterano Dan Mazur, o sérvio, ainda lúcido, só conseguia engatinhar, dizendo: “Por favor, preparem um lugar para mim, eu fico aqui, eu não tenho mais forças.”
Mais tarde descobriu-se que Milosevic chegara a Kathmandu (capital nepalesa) depois de dar alguns telefonemas ao líder de sua expedição e sem nenhum equipamento de alpinismo e algum material comprado de um mercado de segunda-mão na cidade.
Operação descida – Os americanos contactaram os membros da expedição polonesa e, depois de certa resistência, eles concordaram em ajudá-los a descer com o sérvio. A única chance de Milosevic sobreviver seria voltando o mais rápido possível ao acampamento-base.
Chegando lá, o alpinista foi medicado com Decadron (que reduz o inchaço no cérebro causado pela falta de circulação do sangue, uma reação possível em alta montanha), água e adrenalina. No acampamento, quase mil metros a menos em altitude, foi diagnosticado edema pulmonar e a vítima chegou a receber oxigênio artificial e ser colocado por duas horas numa câmara especial, que simula o ar com a mesma taxa de gases que se tem no plano. Milosevic reagiu bem ao tratamento.
“Fui dormir após todo aquele esforço e, no dia seguinte, fui até a barraca dos poloneses onde descobri que ele morrera às 7h (horário local) com problemas no coração”, contou Philip Crampton, no relato ao site Mountain Zone.
Este texto foi escrito por: Webventure