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Sexta etapa deu trabalho para navegadores


Caravana aguarda a balsa (foto: Luciana de Oliveira)

Navegação. Esta foi a principal característica da sexta etapa do Rally Internacional dos Sertões, que largou de Araguaína, no Tocantins, e chegou em Carolina, já no Maranhão, último estado a ser percorrido pela caravana. Pilotos e navegadores tiveram trabalho nas duas especiais do dia, a primeira com 66 km e a segunda com 140 km.

Juca Bala novamente foi o mais rápido nas especiais, mas Zé Hélio continua buscando o primeiro lugar e já está perto do ponteiro. A dupla da equipe Mitsubishi Racing, Guilherme Spinelli/Marcelo Vívolo, foi a mais rápida nos carros e com mais esta vitória, assumem a liderança da geral do Rally dos Sertões. Nos caminhões, Luciano da Cunha e Carlos Brites venceram a etapa.

“A segunda especial foi um mini Paris-Dakar, muita navegação e trechos perigosos, com estradas abandonadas. Meu GPS apagou e eu não tinha outra ferramenta a não ser o hodômetro, e confesso que estava com medo de me perder”, disse Juca Bala, que na primeira especial esqueceu de levar o aparelho de navegação.

“Esta última etapa me matou, mas o Marcelo, meu navegador, deu um show de navegação e vamos ver no que vai dar estes 3 últimos dias”, disse Spinelli, ao completar o trecho cronometrado.

Problemas com as motos – As duas especiais desta sexta etapa exigiram muita navegação, o que complica um pouco mais para os pilotos de moto, que precisam navegar e acelerar ao mesmo tempo.

Uma das especiais tinha três lombas seguidas de erosão, a travessia de um riacho e mais erosão. Foi neste trecho que Cláudio Nogueira caiu. O piloto e a moto não sofreram nada e voltaram para a prova. Tiago Fantozzi parou para ajudar e percebeu que um arame tinha enroscado na sua moto, o que fez com que ele perdesse muito tempo até voltar a acelerar.

“Na segunda especial dei uma vacilada, bati numa árvore, furou o tanque da moto e começou a vazar muita gasolina, mas por sorte o furo foi na parte de cima do tanque, então a gasolina foi contada nos mililitros até chegar no final”, disse Cláudio Nogueira, que voltou a ter problemas no segundo trecho.

Eduardo Archer foi outro que teve problemas com a moto, que quebrou poucos quilômetros depois da largada da primeira especial. O piloto de quadriciclo Péricles de Carvalho tomou um susto. Ele quase caiu de uma ponte depois que seu quadriciclo ficou enroscado e a única maneira de tirá-lo dali foi soltando-o no rio. O piloto nada sofreu.

Sobre as especiais, o piloto Francine Rossi explicou: “Foi um trecho duro, com areia pesada, caí três vezes e no último tombo danifiquei a frente da moto e fiquei sem o freio dianteiro. Meu GPS caiu, fiquei sem navegação, mas vim com a intenção de chegar até Sãu Luís e vou chegar lá”.

Quem também teve problemas foi o líder dos quadriciclos, Carlo Collet. “Eu me perdi, tive problemas de superaquecimento, então resolvi andar devagar para administrar a diferença que tenho em relação ao segundo colocado. Como a vantagem é boa o negócio agora é continuar poupando. Não posso quebrar”, disse. Outro piloto da categoria, Maurício Ramos, o Índio, teve problemas mecânicos, mas conseguiu consertar a máquina e voltou para a prova.

Perdas e danos – Nos carros, quebras de veículos e competidores perdidos. Teve de tudo nestes 206 km de especiais. A S10 de Édio Füchter e Milton Pereira quebrou logo no início do primeiro trecho cronometrado, depois pararam no meio da especial, com problemas na barra de direção.

“Quebramos nas duas especiais, na primeira o pivô, na segunda a barra de direção. Não foi nosso dia de sorte! Não tem sido nosso rali de sorte”, comentou Édio ao terminar a especial.

Já Klever Kolberg e Lourival Roldan, que largaram na primeira posição na etapa, se perderam na segunda especial.

Quebras nos carros também atrasaram a prova de Edu Piano e Nilo de Paula, Daniel Ferrari e Alberto Neto, Marco Nahas e Ricardo Yamasaki. Paulo Bertolini e Vanderlei Costa bateram em uma árvore e felizmente não tiveram maiores problemas.

Para o 12 vezes campeão da Stock Car, Ingo Hoffmann: “Hoje foi muito difícil para a navegação, mas o Albertinho foi dez! É um carro muito difícil de guiar para pedras e areião, mas conseguimos chegar”, comentou Ingo, elogiando seu navegador Alberto Zoffmann.

Reinaldo Varela também achou a prova muito exigente. “Na primeira especial fomos bem, mas a segunda foi muito difícil! Chegamos no bagaço fisicamente, mas chegamos! Voltamos para ponta! Carro e piloto tiveram que dar de tudo”, disse Varela.

Já para a dupla cearense Riamburgo/Rogério, acostumados a andar em areia, o dia foi perfeito. “Foi o melhor dia da prova. Se o Sertões fosse todo dia assim seria uma prova que não tinha favorito e mudava de líder a todo momento. Gosto muito deste tipo de prova. Como somos do Ceará, estamos familiarizados com a areia. Demos um passeio aqui!”, comentou Riamburgo.

Palmeirinha também gostou do trecho. “Tivemos nosso melhor dia no Sertões. Eu voltei ao ritmo Palmerinha de guiar! Se o Palmeiras tem o São Marcos, hoje foi o dia do São Dico. Ele não errou nada. Nossa tocada foi tranqüila! Fizemos o que dá para fazer neste rali. Foi um prazer guiar!”, comemora Palmerinha junto com seu navegador, o Miúdo.

Cumprindo uma das determinações do regulamento, o piloto de caminhão André Azevedo parou seu veículo para dar passagem para Ricardo Domingues, em outro caminhão. No momento da ultrapassagem, Domingues saiu da estrada e caiu em uma vala e precisou esperar pelo apoio para voltar para a trilha.

Imprensa capota Uma das duplas da categoria imprensa capotou na especial desta sexta etapa. Dênis de Almeida (Revista Universo Rally) e Ranimiro Lotufo (Programa É Show) deram uma volta completa no capotamento, voltando com as quatro rodas no chão e com tudo funcionando. Só o pára-brisa é que ficou danificado. Tudo foi registrado pela câmera onboard de Lotufo.

Outra dupla de imprensa que teve problemas foi Luciano Lancelloti (ESPN Brasil) e Fernando Solano (Rádio Eldorado). O carro teve dois pneus furados e problemas na suspensão traseira.

Um carro da Expedition também capotou. Foi o veículo de Natalie Klein, número 511, que felizmente não machucou os participantes, nem danificou o carro.

Nesta quarta-feira os competidores percorrerão, entre Carolina e Barra do Corda, 436 km ao longo do dia, contabilizando deslocamento de 230 km, especial de 202 km e outro deslocamento de 4 km. Os pilotos encontrarão muita areia e depressões na pista, além de grandes retas que proporcionarão maiores velocidades durante a etapa.

Este texto foi escrito por: Webventure