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Socorro correto em aventuras pode salvar vidas

Você está jogando futebol e, de repente, um dos seus companheiros de time se machuca. Parece uma fratura séria e ele sente muita dor. Então, você liga para o hospital mais próximo e pede uma ambulância, que chega em minutos. Depois de alguns exames, são tomados todos os procedimentos médicos tudo fica bem. O que fazer, porém, quando a mesma situação ocorre quando se está fazendo uma trilha ou praticando qualquer outro esporte de aventura em lugares muitas vezes ermos e inóspitos?

Para discutir a necessidade de conhecimentos de conceitos básicos de primeiros socorros, o Adventure Congress trouxe ontem, em uma de suas palestras, doutor Clemar Corrêa, responsável pela equipe médica em provas como o Rally dos Sertões e EMA (Expedição Mata Atlântica) e o comandante Jorge Alexandre Alves mostraram a importância da informação sobre procedimentos de segurança tanto para organizadores de provas quanto para praticantes de atividades outdoor.

Segundo o comandante, ao organizar uma prova de qualquer atividade esportiva, principalmente em cidades pequenas e com menos estrutura, deve-se contratar uma equipe médica especializada e não apenas contar com o serviço público. “Não é justo que, em uma cidade com apenas duas ambulâncias, uma delas tenha de ser deslocada para um evento. Isso faz muita diferença nos atendimentos a serem feitos para a própria comunidade local. Além disso, nem sempre acompanham esta ambulância profissionais treinados para prestar o socorro.

“Quando vocês forem participar de uma prova, procurem saber se a equipe médica que estará presente é preparada ou se haverá no local apenas uma ambulância com um motorista. Isso pode fazer muita diferença. E lembre-se da lei de Murphy: quando uma coisa pode dar errado, ela dará errado. Precaver é a melhor atitude”, explicou Jorge Alexandre

O comandante mostrou ainda a importância de se conhecer os procedimentos básicos no caso de uma parada cardíaca em que cada minuto diminui sensivelmente a possibilidade de sobrevivência. “As crianças deveriam aprender pelo menos como proceder diante de uma situação como esta. É um ensinamento precioso que pode, sim, salvar vidas”, explicou.

Calma, sempre! – Já o doutor Clemar Corrêa, mais renomado especialista em medicina na prática de atividades outdoor no país, deixou claro qual é a primeira coisa necessária, tanto para médicos quanto para praticantes de esportes de aventura: calma. Para ilustrar esta necessidade, o médico mostrou uma foto assustadora, de um homem completamente ensangüentado. Logo após o mesmo homem, com apenas três pontos em um corte na cabeça. “Quem visse aquele sangue todo, poderia se desesperar e aí não seria um paciente, mas dois”, brincou doutor Clemar.

Da mesma forma, carregar uma pessoa acidentada de forma incorreta pode trazer sérios problemas. “É preciso muito cuidado, principalmente com a região do pescoço. Uma manipulação incorreta pode transformar uma pessoa com uma lesão simples em um tetraplégico”, explica. Dar suporte para o pescoço para que a cabeça não se movimente bruscamente, utilizando uma blusa de lã, por exemplo, foi uma das opções apontadas no caso de uma emergência.

Saber se localizar, utilizando instrumentos como GPS , também é fundamental. “Em lugares ermos, muitas vezes é difícil chegar para prestar socorro. Porém, se a pessoa não souber dar as coordenadas de onde ela está, o nosso trabalho fica impossível de ser feito”, explicou doutor Clemar.

Para todos – Tanto o comandante Jorge quanto o doutor Clemar alertaram para a necessidade de os praticantes de esportes de aventura terem noções básicas de socorrismo, além de carregarem sempre quites de primeiros-socorros. Para quem quiser aprender mais, a dica de cursos dados na cidade de São Paulo. Basta discar 193 (Corpo de Bombeiros) e pedir o número da unidade do Cambuci, onde há cursos para a comunidade.

Este texto foi escrito por: Debora de Cassia