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SOS Mata Atlântica e Quasar Lontra comentam Adventure Meeting

Redação Webventure/ Corrida de aventura

Após um ano inteiro de competições em circuitos regionais, as campeãs de 13 estados se encontrarão na grande final nacional do circuito Try On Adventure Meeting de corrida de aventura, a ser realizado no Rio Grande do Norte entre 09 e 11/03. Entre as paulistas, estará a finalista SOS Mata Atlântica, além das convidadas Quasar Lontra, Landscape e Paz na Mata.

Apesar da experiência das três equipes em grandes provas, os atletas se mostram bastante cautelosos quanto à final. Uma corrida de 200 quilômetros logo no início da temporada exige muito treinamento, mas também muito cuidado. “É preciso ser um pouco cauteloso numa prova grande assim logo no começo da temporada, tanto no treino como na prova, para não forçar muito e não se machucar logo no começo do ano”, disse o capitão da Quasar Rafael Campos.

A equipe decidiu participar da competição neste ano. “A nossa preparação ainda não está sendo feita porque não tínhamos planejado de verdade fazer essa prova. Nesse ano que veio o convite e nós decidimos entrar”, contou Campos. Além de Rafael Campos, a equipe irá contar com Victor Teixeira, Ricardo Tamaoki, o Xuxa, e Tessa Roorda.

Marcelo Macuco, da SOS Mata Atlântica, também admitiu que a longa distância logo no início do ano será um fator negativo. Mas além da extensão do percurso, os paulistas também enfrentarão situações adversas no que diz respeito ao terreno e o clima. “Lá tem areia, caatinga, o calor é muito forte e o clima é muito seco, coisas que a gente não está acostumado. Então isso já dificulta de começo”, considerou Macuco.

Treinos – Sua equipe está se esforçando para simular as condições nordestinas, treinando na areia e em horários mais quentes. “Estamos tentando fazer um treinamento específico”, confessou. A equipe concilia o emprego em São Paulo e treinamentos tanto na capital, como no litoral.

Durante a semana passada a organização anunciou que o trecho de canoagem do Adventure Meeting será feito em ducks, tentando assim minimizar a vantagem das equipes locais por serem habituadas ao clima quente da região. Rafael Campos concorda com a decisão. “Se fosse utilizada uma embarcação local ou regional quem é de lá sem dúvida teria mais chance, mais conhecimento do que nós. Acho que é uma forma de equilibrar mais”.

Já Macuco acredita que essa seja “a pior coisa” para a SOS Mata Atlântica. “Para nós a canoagem em duck nivela por baixo, não é legal para gente. É uma vantagem que poderíamos estar tirando se fosse uma embarcação mais rápida e técnica”, afirmou. A equipe conta com Márcio Franco, instrutor de canoagem, Zé Pupo, diretor da Canoar Rafting e Expedições, além de Marcelo Macuco. A mulher da equipe ainda não está decidida.

Os competidores irão enfrentar 200 quilômetros em local ainda não divulgado no Rio Grande do Norte, que devem ser percorridos em aproximadamente 30 horas. Além da canoagem, também haverá trechos de trekking, mtb, travessia a nado, técnicas verticais e uma prova surpresa. O percurso será baseado no romance potiguar “As Pelejas de Ojuara: o homem que desafiou o diabo”.

A SOS Mata Atlântica disputará uma cota de patrocínio para o ano, além de uma vaga no Try On Spirit Team. Já Quasar Lontra e Landscape concorrerão, juntamente com outras equipes que se inscreveram, à premiação em dinheiro para os três primeiros colocados.

Acompanhe abaixo a entrevista completa com Marcelo Macuco, integrante da equipe SOS Mata Atlântica, que concorre ao título da final nacional do Try On Adventure Meeting. Macuco fala sobre as dificuldades da prova, os treinamentos, além das expectativas da equipe para a competição e sua opinião sobre a utilização do duck no trecho de canoagem.

WebventureO fato da prova ser realizada no Rio Grande do Norte irá dificultar? Vocês esperam uma prova mais dura?
Macuco – A prova vai ser muito dura, a gente tem certeza disso, primeiro porque é num lugar de clima nada ameno. Lá é muito quente e todo mundo sabe disso. Vai ser uma prova de 200 quilômetros e tem equipes muito boas lá de cima, que já estão acostumadas com o clima. Lá tem areia, caatinga, o calor é muito forte e o clima é muito seco, coisas que a gente não ESTÁ acostumado. Então isso já dificulta de começo. As equipes de lá já estão acostumadas com isso, quer dizer, a gente vai concorrer com gente local, que já tem costume de correr por ali.

Tem também o fator de ser uma prova de 200 quilômetros logo no início do ano, a gente nem está com ritmo de prova ainda, é um negócio complicado. Também não vamos com a nossa equipe de apoio por causa de custos. São quatro passagens para atletas, então nós vamos ter um apoio de lá, que não está acostumada com o nosso esquema de transição e tal. Nós vamos ter que simplificar muita coisa que costumamos usar nas provas com apoio próprio. Esses são fatores que a gente sabe que vão dificultar.

WebventureVocês estão realizando treinamento específico?
Macuco – Estamos tentando fazer um treinamento específico. A gente vai para praia correr na areia, mas é só de final de semana porque não temos como ir para lá de dia de semana, todo mundo tem um emprego aqui. Também estamos tentando treinar mais ao meio-dia para acostumar um pouco com o calor. Agora vem o carnaval e é quando conseguimos imprimir um ritmo melhor de treino. Vamos treinar na pior hora do dia para sofrer um pouco já, assim já vamos nos acostumando com o clima lá de cima.

WebventureDurante a semana passada a organização do Try On Adventure Meeting anunciou que o trecho de canoagem será feito em ducks, o que, segundo eles, equilibrará a competição já que as equipes locais não estão acostumadas com a embarcação. O que você acha dessa afirmação?
Macuco – Para gente a pior coisa é ser em duck porque somos uma equipe forte em canoagem. Temos o Márcio que é instrutor e o Zé Pupo que é da Canoar. Na verdade eu sou o menos capacitado. Somos uma equipe que sempre foi bem em canoagem.

Para nós a canoagem em duck nivela por baixo, não é legal para gente. É uma vantagem que poderíamos estar tirando se fosse uma embarcação mais rápida e técnica. O duck chega a uma velocidade em que todo mundo fica igual, você pode remar com muito mais técnica mas o duck é tão largo que ele não permite que você use essa técnica.

WebventureQuais são as expectativas para a prova?
Macuco – É difícil prever. A gente vai tentar, está todo mundo treinando. No entanto, não como gostaríamos de estar treinando para essa prova mais específica, em que o clima é muito diferente. Essa vai ser uma prova difícil, todo mundo sabe. O pessoal lá de cima é muito forte, eles correm demais. A gente tem que apostar na navegação, pois a navegação também é o forte da nossa equipe. O Zé Pupo e o Marcinho são orientadores excepcionais. Tendo um o backup do outro vai ser difícil fazermos um erro muito grave. Temos que contar com isso porque no físico não tem vantagem nenhuma.

Este texto foi escrito por: Roberta Spiandorim

Last modified: fevereiro 12, 2007

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