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Subindo a Serra do Cipó de Bike

Tudo começa com uma subida, ou, bem dizendo, um banho da natureza. Durante todo o percurso fiquei deslumbrado com a beleza ímpar deste lugar, tudo aqui é inexplicável: as nuvens, as plantas, o ar, o “Juquinha”.

Ah…Importante não esquecer a máquina fotográfica e deixar o tempo passar vagaroso, para poder registrar a beleza da paisagem e plantas que só aqui irá encontrar. Durante todo caminho encontrará paisagens únicas e plantas exóticas, por isso pedale de forma bem relaxada. Aproveite para esvaziar sua alma de impurezas urbanas, e encha com o espírito da natureza, se entregue ao espírito da serra.

Este é um lugar repleto de uma infinita beleza, montanhas de Minas, montanhas de exuberância inexplicável. No caminho tive a sensação dos tropeiros quando passaram por aqui, nas suas paradas nos vilarejos contavam e ouviam casos destas montanhas, bebiam até se embriagarem mas saíam com aquelas montanhas nas lembranças, imagens nítidas do dedo de Deus. Lembranças que contavam nas suas cantigas e contos de ninar, quando acalentavam seus filhos e netos. Não deixem de sentir o que senti…Os convido para este túnel ao tempo.

A aventura – O objetivo desta pedalada é dar a volta pela Serra, circulando a reserva da Serra do Cipó. Tome muito cuidado como os carros que dessem a Serra, pois a estrada em alguns trechos só dá passagem para um carro. Não pedale em dia chuvoso. Esta região é muito fria e tem muitas nascentes ao longo do caminho.

A primeira etapa começa na portaria da ACM (Cachoeira do Véu da Noiva) e termina no município de Morro do Pilar (58 km). Este roteiro começa com 18 km de subida, leve, mas longa; o trecho mais pesado termina na estátua do Juquinha que está ha 18 km do início. Um detalhe importante: abastecer de suprimentos no restaurante Chapéu do Sol, depois só em Morro do Pilar.
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Siga sempre na via principal. Ha mais ou menos 25 km encontrará a entrada à esquerda para o Morro do Pilar. Da entrada até o Morro do Pilar são 25 km de longas decidas.
Cuidado com a estrada; ela não é movimentada, mas é estreita, com curvas sinuosas.
Fiquei fascinado como a vegetação primitiva deste lugar, samambaias enormes, plantas com folhas enormes e coqueiros gigantescos. No caminho está repleto de fontes de águas límpidas, boas para se abastecer e se refrescar.

Esporte Radical – Para quem gosta de radicalizar, tem decidas radicais e longas para descer o bambu. Aproveitando a descida, lembre que os acidentes são inevitáveis, e todo bom cicloturista tem que saber os primeiros socorros básicos. Tem um curso legal que é ministrado na cruz vermelha de BH.

Alguns km antes de chegar, tem uma área ótima de acampar, uma corredeira com lajes de pedras. Nós acampamos ha 6 km depois da cidade à beira do Rio Negro, já no caminho para Itambé do Mato Dentro. De qualquer forma, a primeira parada é nesta cidade, se chegar ainda a tempo conheça um pouco a cidade, não posso dar muita referência porque nosso o objetivo era Itambé.

Segunda etapa do passeio – A Segunda etapa começa na cidade do Morro do Pilar (0 km) e termina em Itambé do Mato Dentro (30 km). Pegue a saída para Itambé, mantenha sempre na estrada principal e cuidado para não entrar nas entradas das fazendas.

No caminho encontrei uma paisagem diferente a de Morro, tinha muitos jardins de margaridas e crisântemos. É uma região marcada com grandes rochas. Ha 12 km de Itambé tem um ermita que vive entre um aglomerado de rochas, Domingos. Uma figura popular naquela região.

As cachoeiras de Itambé são: Cachoeira do Lúcio (1km), Cachoeira da Vitória (3km), Cachoeira do funil (6km), Cachoeira Serenata (8 km) e Cachoeira do encantado (13km).
Na cidade, conhecemos duas cachoeira a do Lúcio e Vitória. Na região a maior é a cachoeira da Vitória, que tem mais de 70 m de queda. Para chegar nas cachoeiras é muito fácil e perto.

Ficamos hospedados no Hotel restaurante Estrela. Pagamos R$ 15,00 reais a diária, com direito a almoço e janta (preço durante a semana fora da temporada). Nossa viagem terminou aí. Pegamos um ônibus pela manhã até entrada de Santa Luzia. Tenho outros planos de pedalada por estas áreas. Logo estarei contando para vocês.

Figuras da Região
Juquinha – Era um andarilho que vivia naquela região, parava as pessoas para pedir fósforo e comida. Este personagem já faleceu.

Domingos – Ermitão que apaixonou por uma garota da região de Itambé do Mato Dentro, desiludido por ela não Ter aceito o convite de casamento foi morar em São Paulo. Lá mais tarde recebeu uma carta anônima, confirmando o convite que tinha feito. Chegou na cidade e encontrou a sua amada casada, desiludido novamente resolveu morar afastado de todos, encontrou sua morada entre as pedras da região. Este personagem existe mas não pude vê-lo.

Este texto foi escrito por: Marco Apolinário