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Sul Brasilis coloca o Sul nas corridas de aventura


Terreno arenoso foi desafio no mountain bike (foto: Milena Luna)

Em uma das mais belas regiões do Sul do Brasil, aconteceu no último fim de semana a primeira edição da Sulbrasilis Adventure, a Floripa 2001, com a presença de vinte equipes de quatro integrantes cada, incluindo duas equipes estrangeiras.

A Sulbrasilis foi uma prova de 150 km com um desenho bastante original, contando com as modalidades tradicionais mountain bike, treking, caiaque, técnicas verticais e natação e ainda incluiu um trecho de orientação em que as equipes tiveram de encontrar 10 prismas indicados em um mapa. A prova iniciou no continente e praticamente deu a volta na ilha de Florianópolis.

As equipes eram compostas por 4 atletas sendo que apenas as mistas concorriam à premiação e não havia equipes de apoio. Todo o material necessário a cada equipe deveria caber em quatro caixas que a organização da prova transportou para cada Área de Transição (AT).

Começa o desafio – Os atletas receberam o briefing da competição na noite do dia 06, no Parque Aquático Usina d’Água, em Antonio Carlos, cidade rural distante 25 km ao norte de Florianópolis.
Antônio Carlos foi a primeira cidade de colonização alemã do Brasil e mantém até hoje fortes características da Europa rural, com casas de madeira e canteiros de flores em meio às plantações que se estendem até o quintal das casas.

A largada ocorreu rigorosamente como o planejado pela organização e os atletas partiram precisamente às 7h, com um trecho inicial de mountain bike. A equipe Visite Punta del Este largou na frente. Porém, logo na primeira bifurcação da trilha, as equipes se dispersaram e apenas duas seguiram o caminho correto.

O trecho bastante montanhoso permitiu à direção da prova a montagem de um trajeto muito intenso de mountain bike, com inúmeros e longos trechos de aclives acentuados.

A etapa entre os PCs 2 e 3 foi particularmente difícil para os atletas que enfrentaram um terreno muito molhado, com lama, chuva e frio. Por essas condições, algumas equipes preferiram carregar as bicicletas mesmo em terreno plano.

Já no PC4, na região da cidade de Santo Amaro, a prova começou a se definir, com a equipe uruguaia Visite Punta del Este abrindo cerca de uma hora de diferença para o segundo colocado, a equipe Ale, de São Paulo.

No PC5 ocorreu a primeira transição de modalidades onde os atletas deixaram suas bikes e partiram de caiaque pelo Rio Cubatão, no continente, desembocando no canal que atravessariam até o extremo sul da ilha de Florianópolis.

Foram utilizados caiaques duplos do tipo aberto e o percurso previa 20 km de remo. Com a entrada de um vento sul muito forte, a organização suspendeu a travessia do canal, que foi cumprido na baleeira do Corpo de Bombeiros por algumas equipes e de carro por outras. Apenas uma equipe completou o percurso de caiaque, a Visite Punta del Este, que chegou ao canal antes da entrada do vento sul.

Os times começaram a chegar à ilha, após a etapa de caiaque, no início da noite, quando mudaram de modalidade para percorrer uma etapa de 33 km de um treking muito conhecido em Florianópolis, que terminava na Praia da Armação. Nesta etapa ocorreram quatro desistências de equipes e o cansaço começou a ficar visível na face de alguns atletas.

Ao final da etapa de treking as equipes encontraram novamente suas bicicletas, que haviam sido transportadas pela organização para o barracão da Associação de Pescadores. Os atletas atravessaram diversas vilas e venceram morros e montanhas da geografia acidentada da ilha de Florianópolis. Por fim, pedalaram por toda a extensão da Praia da Joaquina, uma das mais bonitas e badaladas praias do Brasil até chegarem ao AT4.

Os atletas abandonaram suas bikes e partiram para uma etapa de treking com costeira, em que tiveram de cruzar diversas praias sempre pelas pedras. Nesta etapa os competidores também tiveram a oportunidade de presenciar outro cartão postal de Florianópolis, a Praia Mole, um ponto de surf muito conhecido na região sul.

Também neste trecho ocorreu a etapa de técnicas verticais com um rapel de 50 metros em uma rocha exposta no alto do Morro do Farol, com vista para o mar aberto, um dos visuais mais bonitos da ilha. Havia duas cordas de rapel e as equipes que estavam na liderança levaram apenas cinco minutos para a descida.

À caça do prisma -Após o rapel as equipes recebiam da organização um novo mapa de uma região da Reserva Municipal de Florianópolis, onde ocorreu um exercício de orientação. No mapa estavam indicados dez pontos onde havia prismas de sinalização. As equipes deveriam encontrar todos os dez prismas sob pena de perder 30 minutos ao final da prova para cada prisma não encontrado.

Algumas equipes que já tinham alguma vantagem de tempo preferiram não procurar todos os prismas enquanto outras se esforçaram para garantir que não seriam penalizadas no final.

Após a orientação, as equipes chegaram à AT5. De lá, partiram para atravessar um trecho de 750 m de natação na Lagoa da Conceição e mais 5 km de caminhada pela região de Ratones. Algumas equipes conseguiram chegar ao rio ainda de dia, mas muitas fizeram a natação à noite, quando a temperatura do ar estava a cerca de 18 graus e da água a 15 graus.

Apesar de terem usado roupas de neoprene (tecido que ajuda a manter a temperatura do corpo), a baixa temperatura causou um forte desgaste nesta travessia que era cumprida em cerca de uma hora, já na segunda noite de prova.

“O colete salva vidas ficava abrindo a minha roupa de neoprene, deixando a água fria entrar, e o frio ficou intenso depois de meia hora na água. Aí o jeito foi nadar o mais rápido possível para chegar à outra margem e se aquecer com roupas secas” comenta o capitão da equipe BY, Renato Terzi.

Após a natação as equipes percorreram um trecho a pé, vencendo algumas montanhas e chegando até o Rio Ratones aonde, na AT6 voltaram a usar os caiaques para uma etapa de cerca de 10 horas de remo. O percurso desta etapa previa uma parte no Rio e outra pelo mar, no litoral norte da ilha, contornando a Praia do Pontal e chegando na próxima AT na Praia da Daniela, um local bem reservado e de pouca badalação.

Chegando ao fim – Após o desgastante percurso de caiaque, uma etapa bastante tranqüila aguardava os competidores para a finalização da prova, uma vez que a etapa prevista de mergulho com um PC submerso, na Ilha de São Francisco foi cancelada.

A partir daí, restava apenas uma caminhada de cerca de dez quilômetros pelas Praias do Forte, Jurerê, Jurerê Internacional e Canasvieiras, até chegar à Praia da Cachoeira do Bom Jesus, onde o pórtico de chegada aguardava os competidores.

Das vinte equipes que largaram sete chegaram completas ao final e outras cinco chegaram com menos de quatro integrantes. As outras oito equipes desistiram durante o percurso. Confira abaixo os resultados da Sul Brasilis 2001.

Sul Brasilis 2001

1) Visite Punta del Este
2) Team Tiburones
3) Tabajara
4) By
5) Paz na Terra
6) Prontomed
7) All Track

Desistiram:

Elo Perdido
Gralha Azul
Guaska
Carijós
Unha Encravada
Grupos
Fala Sério
Athletic Way
Neoprene Brasil LTA
Webtreino.com.br
BY
All Track
ALE
Formados

Este texto foi escrito por: Milena Luna