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SuperCarmem de malas prontas para o Eco-Challenge

Supermulher. Não tem adjetivo mais usado para Carmem da Silva, uma das representantes do Brasil no Eco-Challenge, que seguramente não é aquela “pessoa comum” que se fantasia de aventureira. O desafio está no sangue dessa atleta, famosa pela grande resistência física e pelo bom-humor em qualquer circustância – enquanto muitos só conseguem expressar cansaço e estresse durante o desafio de uma corrida de aventura. Deixando para trás o cotidiano de arquiteta e mãe, ela embarca nesta segunda-feira com a equipe EMA Brasil para Bornéo, ilha da Malásia, rumo à corrida de aventura mais famosa do mundo.
“Minha vida está um caos. Faz uma semana que avisei meus clientes que estava indo para Bornéo… Mas tudo bem, eu quero é viver, não sou escrava do trabalho mesmo”, filosofa Carmem. Campeoníssima de canoagem oceânica, ela começou na corrida de aventura quando o esporte nasceu no Brasil, em 98, na Expedição Mata Atlântica. De lá pra cá vem sendo disputada por equipes, formada em maioria por homens.

A perfumada – Na edição brasileira do Elf Authentique Aventure, a prova mais longa no estilo, realizada em abril passado, Carmem diz que “passeou”. Ela fazia parte da Reebok Endurance, time brasileiro melhor colocado na corrida (5º lugar). “Eu estava sobrando na prova, até disseram que eu era a perfumada… Isso porque enquanto o pessoal estava dormindo, supercansado, eu aproveitava para ir tomar banho de cachoeira, passar creme, perfume, me cuidar e ainda sobrava tempo para bater papo com os moradores locais…”, conta. “Achei até fácil comparando com a segunda EMA. Dormimos cinco noites inteiras.”

Mas a história deve mudar no Eco-Challenge. “Acho que vai exigir o máximo de mim, é a Copa do Mundo da corrida de aventura”, define. Treino específico? A vida é o treino de Carmem. “Eu vivo vestida de atleta, vou visitar obras em costeiras subindo 2km, pedalo para buscar meu filho (Wagner, de 7 anos) na escola… aqui em Angra dos Reis, onde moro, está todo mundo acostumado comigo assim.” Tanto que muitos clientes começaram a se aventurar no encalço de Carmem.

Foi na cidade, com supervisão dos bombeiros, que a EMA Brasil treinou para o mergulho, modalidade que faz parte deste Eco-Challenge. “Foi uma barra, eles nos amarraram uns nos outros, à noite, e a água era tão escura que não enxergava um palmo à frente. Acho que simulamos todas as dificuldades possíveis”, analisa.

Santo Expedito – Para Wagner, a mãe é uma heroína. “Ele quer me acompanhar sempre, mas eu não dou moleza quando ele vem comigo, tem que acompanhar o meu ritmo. E minha luta diária é ser chefe de família, sustentar a ele e à minha mãe.” Nas horas de aperto, Carmem apela para Santo Expedito. “Tenho uma oração infalível no caso de alguém estar lhe devendo”, revela, com o característico bom-humor.

O objetivo em Bornéo é completar a prova, “nem que eu tenha que carregar alguém na minha mochila”, brinca. E quando chegar, promete a superatleta, já vou pensar na EMA de outubro e assim por diante, não quero parar nunca, estar na natureza me dá muito prazer.

Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira