Jutta Kleinschmidt vai buscar o bicampeonato. (foto: Luciana de Oliveira / Arquivo Webventure)
Eles têm a organização que a gente costuma ver nos times de Fórmula-1: uma série de mecânicos, carros de apoio que funcionam como os boxes, gente para cuidar dos pilotos e navegadores, muito dinheiro para investir em veículos cada vez mais potentes para vencer os desafios do Dakar.
Mais uma vez os supertimes devem roubar a cena no rali mais famoso do mundo. Ao todo, a edição 2002 do Dakar conta com das 170 motos, 119 carros e 34 caminhões.
A categoria Carros é a mais badalada. A Mitsubishi, maior vencedora do rali com seis títulos, virá com quatro Pajeros e uma picape L200. O objetivo da equipe oficial é repetir o título da atual campeã, Jutta Kleinschmidt (ALE). Mas o time é reforçado por outros candidatos ao primeiro lugar: o japonêses Kenjiro Shinozuka e Hiroshi Masuoka, o francês Jean-Pierre Fontenay e o português Carlos Sousa.
Novo Schlesser – O principal adversário da fábrica será o campeão mundial de rali cross-country Jean-Louis Schlesser (FRA), que virá com um novo protótipo Schlesser-Renault-Kangoo, com motor a diesel. O francês está convencido de que a perda de potência com a nova versão será compensada com a perda de peso do carro. Completa o tipo de Schlesser, Josep-Marie Servia.
A Nissan terá duas novas picapes que alcançariam 190 km/h e foram testadas na África do Sul. Elas serão pilotadas pelo belga Gregoire de Mevius, atual campeão do grupo N no Mundial de rali, e o maior vencedor do Dakar, Stephane Peterhansel. Ele já foi campeão seis vezes, sempre em moto. Em 2000, venceu a categoria TT1 com a Mitsubishi.
Um protótipo da Ford Ranger será testado nesta edição por Bruno Saby, vencedor de 93, que pretende se tornar novamente o campeão entre os carros no Dakar 2004 com este veículo.
O Brasil será representado nos Carros pela equipe paulista BR Lubrax, com Klever Kolberg e o francês Pascal Larroque, a bordo de uma Mitsubishi Pajero que não faz parte do time oficial da fábrica.
Outras categorias – Entre as motos, o cenário é dominado pela austríaca KTM, que se dividiu em equipes-satélite formadas na França, Alemanha e Itália. Fazem parte delas o atual campeão, Fabrizio Meoni (ITA), Richar Sainct (campeão em 1999 e 2000), Jordi Arcarons, o chileno Carlo de Gavardo, Alfie Cox, o alemão Andrea Mayer e o francês Cyrill Despres, que chegou a vencer algumas etapas na geral de Motos neste ano de 2001.
É nesta categoria que o Brasil tem mais representantes neste ano: cinco, ao todo. Juca Bala e Luís Mingione, da equipe BR Lubrax, vivem situações opostas: um vai defender o título nas motos até 400cc e o outro estréia na competição. A equipe paranaense CDI Competições enviou Luizão Azevedo, que no ano passado foi o mecânico da BR Lubrax, e Marcelo Quelho. Já o carioca Armando Pires está integrado a um time estrangeiro, Team Drakkar Normand, com outros quatro franceses.
A categoria caminhões terá 29 veículos, com times oficiais da Tatra, Kamaz e Hino. A dupla campeã de 2001 foi Karel Loprais e Josef Kalina, da Tatra. O Brasil tem boas chances de um título com André Azevedo (BR Lubrax), que pela terceira vez participa na categoria pilotando também um modelo da Tatra, comprado especialmente para a edição 2002.
A caravana do Dakar não tem só isso: mais de 75 veículos de apoio fazem parte dela, além de uma frota de helicópteros e aviões que transportam jornalistas, médicos e os integrantes das equipes.
Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira
Last modified: dezembro 27, 2001