A Pororoca é um dos mais incríveis fenômenos da natureza. Ela acontece quando a água do mar se encontra com as águas do rio, gerando uma longa e barulhenta onda. Seu nome já é autoexplicativo: Pororoca em tupi significa causar grande estrondo.
A principal teoria defende que a Pororoca ocorre devido à mudança das fases da lua, principalmente nos equinócios que aumentam a propensão da massa líquida dos oceanos gerando um grande barulho, que pode ser escutado a quilômetros de distância.
O fenômeno é propenso a ocorrer em regiões com grandes marés, como nos rios Ganges (Índia) e no Sena (França), onde é conhecida pelos franceses como Mascaret. Na região amazônica do Brasil é onde ela ocorre de forma mais intensa, pois o Rio Amazonas lança 12 bilhões de litros no mar por minuto e por registrar as maiores marés do país. O nível do mar é capaz de subir até 7 metros.
Este cenário é um prato cheio para os aventureiros das ondas. É possível surfar na mesma onda por muitos minutos, muitos mesmo! Em 2009, o surfista e pioneiro da Pororoca, Serginho Laus chegou a surfar por 36 minutos pelo rio Araguari, um passeio de 11,8km.
O paraense abriu o caminho para que diversos apaixonados por aventura desbravassem essas ondas no Brasil. Entre eles, a atleta Roberta Borsari, primeira mulher a surfar na Pororoca, em 2011.
Em 2005, 19 surfistas em pé surfaram a mesma onda em São Domingos do Capim, quebrando o recorde brasileiro de surfistas na Pororoca e transformado a cidade na capital da modalidade.
Hoje, já é possível participar de tradicionais campeonatos de surf da categoria, mas todos têm que estar atentos a alguns cuidados especiais para surfar estas ondas. Na pororoca, as árvores são arrancadas como se fossem palitos, afirma o oceanógrafo francês Jacques Cousteau. Quando passa, a onda tem poder de levar tudo que estiver a caminho: animais, plantas e qualquer barqueiro desavisado.
Este texto foi escrito por: Gustavo Mazzucchelli
Last modified: fevereiro 25, 2017