No último feriado de Páscoa resolvi aceitar o convite dos meus amigos Paulo Isnard, de Belo Horizonte (MG), e Nildécio Domingos, de Guaratinguetá (SP), para passar o feriado na cidade de Brotas. Pacote completo, hospedagem simples e a promessa de muita adrenalina. Eu só não imaginei que era isso mesmo que eu tinha pela frente durante cinco dias…
Junto conosco estavam o Renato, Edney, Henrique, Roberto e Wálter, companheiros de cinco anos de mergulhos autônomos por esse Brasil a fora. Já havíamos passado várias situações de adrenalina (ou medaço, como queiram…) em nossas viagens, como um encontro com um tubarão galha-branca oceânico em Abrolhos ou o Edney perdido num mergulho noturno, etc… Mas nada comparado ao meu primeiro rafting.
Batismo de fogo
No começo, tudo parecia moleza, o pessoal da Mata A’dentro supercamarada, solícito, profissional até debaixo d’água. Eis que, após comermos um pouco de pó, chegamos ao Rio Jacaré-Pepira para meu batismo de fogo. Um dia antes já haviamos descido o mesmo rio durante o dia, levando aproximadamente 3 horas para percorrer um trecho de 21 km (se não me enganaram…).
Tudo tranqüilo e maravilhoso, as quedas foram vencidas com muito medo, confesso, mas com espírito de equipe, camaradagem e adrenalina. Na noite seguinte, foi tudo diferente. Chegamos ao Sítio do professor Maurício às 22h da noite, tudo muito escuro apesar da lua cheia. Após um briefing e a distribuição dos localizadores sea-lumen, fomos para o lago treinar os comandos e manobras debaixo de chuva e trovoada (tudo pra me travar mais ainda).
Ao colocarmos o primeiro dos 15 botes no rio (o meu, é claro…) SURPRESA! Ela apareceu toda de branco, linda, imensa, majestosa, nos banhando com sua luz de prata, iluminando as margens e o leito do Jacaré-Pepira, adeus medo, adeus cagaço (o nosso grito de guerra…), que venham as quedas, o labirinto, o surf, estamos prontos para a viver o melhor momento da minha vida.
O ator principal
Era tudo como se fosse um filme muito bem rodado e ensaiado e eu um dos atores principais. Encalhamos muito, perdemos (e recuperamos 1 km abaixo) um dos remos de frente, mas nem assim nos abatemos. Era simplesmente inacreditável e maravilhoso, meus amigos. As margens iluminadas pelo luar, os rostos daqueles garostos e garotas emoldurados pela luz dos sinalizadores e os sorrisos avivados pela lua. E eu ali vivendo aquela aventura inesquecível.
Valeu moçada da Mata A’dentro, valeu Waltinho, nosso guia, valeu meus melhores amigos, valeu DEUS, tô te devendo mais uma. Deixa chegar o verào que aí estou eu de novo… Enquanto isso vamos por aqui nos aperfeiçoando e praticando canyoning nas cachoeiras da minha maravilhosa cidade de São Sebastião. Meu melhor beijo para a Lua.
Este texto foi escrito por: Webventure
Last modified: agosto 5, 1999
