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Tempo melhora no K2 e Niclevicz define a rota da escalada

Redação Webventure/ Montanhismo

Dia de sol ontem, no K2, a segunda maior montanha do mundo (8.611m), localizada no Paquistão. A pausa nas nevascas e na chuva animou o alpinista brasileiro Waldemar Niclevicz, um dos poucos que ainda insistem em escalar o K2 nesta temporada. Ele e o companheiro de expedição, o espanhol Pepe Garcez, decidiram que a melhor rota a seguir, caso comecem mesmo a escalar a montanha, é a Tomo Cesen. “Lá estão os coreanos e suas cordas fixas, mas é preciso esperar o excesso de neve desandar montanha abaixo”, alerta Niclevicz.

“Quase fomos pegos por uma gigantesca avalanche bem na base da Tomo que, na verdade, é um pronunciado esporão a cerca de uma hora de caminhada do acampamento-base. É do lado esquerdo deste
esporão que está o maior corredor de avalanches de toda a face sul do K2″, descreve o alpinista. “Bem no alto deste corredor, lá pelos 7 mil metros, existe a frente de um gigantesco serac (uma parede de gelo prestes a despencar). Assim, os primeiros 300m da escalada da Tomo Cesen, estão completamente expostos às
avalanches deste serac, isto quer dizer mais ou menos uma hora e meia de escalada com o risco de perder a vida.”

Projéteis – “Depois do susto da avalanche, nós seguimos mais uma hora e meia pelo Glaciar
Godwin Austen, até os 5.250m do chamado acampamento-base avançado, onde realmente se inicia o Esporão dos Abruzzos. A impressão já foi bem outra, mas também negativa: é incrível como o Abruzzos, em sua parte inferior, está praticamente sem neve, deixando aflorar uma rampa de rocha quebradiça. E nos poucos minutos que ficamos ali vimos um grande deslizamento e várias pedras que seguiam para baixo como verdadeiros projéteis. Não foi difícil imaginar como o romeno perdeu a vida semanas atrás”.

Preferindo o Tomo Cesen, Niclevicz terá de pagar pedágio para aproveitar as cordas já fixadas pelos coreanos – únicos que estão subindo o K2. “Agora não precisamos mais pagar ‘mil dólares’ para usar as cordas; o preço do pedágio baixou para 500 dólares”, alegra-se o brasileiro.

Em 66 dias de expedição, Niclevicz viveu crises com os companheiros – culminando com a desistência do italiano Abele Blanc na base do K2 -, teve um início de edema pulmonar e uma vitória: a escalada do Gasherbrum (8.035).

Este texto foi escrito por: Webventure

Last modified: julho 27, 1999

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