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Tetracampeão no Brasileiro de caminhões, Salvini revela paixão pelas motos

Redação Webventure/ Offroad

Guido irá trocar o Atego 1725 por um modelo mais novo em 2010 (foto: David Santos Jr./ www.webventure.com.br)
Guido irá trocar o Atego 1725 por um modelo mais novo em 2010 (foto: David Santos Jr./ www.webventure.com.br)

São quatro troféus do Campeonato Brasileiro de Rali Cross-country na categoria caminhões. O último, inclusive, conquistado antecipadamente no último domingo (15), em São Joaquim (SC). Mesmo competindo desde 2002 na categoria dos gigantes de mais de 10 toneladas, o piloto da Salvini Racing, Guido Salvini, não esconde sua paixão pelas motos, modalidade que o fez entrar para o esporte off-road.

“Eu sempre gostei muito de motocicleta. Meu hobby é motociclismo. Como moro desde moleque em Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, o primeiro esporte do pessoal é trilha. As pessoas vão fazer trilha de bicicleta, de moto. Então minha facilidade maior sempre foi com moto”, contou o piloto, que começou sua carreira no Motocross aos 16 anos.

Segundo Guido, a mudança de categoria foi feita depois que seu pai, Carlos Salvini, sofreu um acidente em uma competição, em 1999. Naquele ano, com o braço quebrado, Carlos não conseguiria recuperar-se a tempo para participar da modalidade de duas rodas no Rally dos Sertões. A solução: preparar um Land Rover que tinham e competir entre os carros.

“Na época ele precisava de um navegador e, como eu tinha experiência em regularidade de motos, conhecendo bem planilhas, acabei indo”, disse Guido. A partir daquele momento, o até então navegador mudaria de veículo. “Em 2002, quando ele estava na categoria caminhões, novamente me chamou para participar dos Sertões. Eu já me prontifiquei de imediato. Daquele ano para frente, participamos de todas as provas do Brasileiro, Copa Baja e Rally dos Sertões.”

De navegador para piloto – Em 2005, Guido passou de navegador para piloto, competindo em algumas disputas do Paulista. Prova que tirou de letra, faturando as duas últimas etapas.

Os bons resultados, inclusive, fizeram com que a Salvini Racing mudasse toda a estrutura. A partir daquele momento, a equipe começou a planejar melhor sua temporada. “No final daquele ano, tentamos programar e traçar a estratégia do time. Para começar, achamos melhor que eu fizesse o Campeonato Paulista sozinho e, no Brasileiro e nos Sertões, correria como navegador com meu pai”, contou.

Dois anos depois daquela decisão, as funções se inverteriam. Em 2007, Guido passou a ser piloto no Brasileiro e nos Sertões. “Como eu já navegava com ele, eu já conhecia bastante a prova e como o caminhão se comportava nas competições”, explicou o piloto, que teve como maior dificuldade equilibrar resistência e velocidade.

“O caminhão é muito grande e pesado, o que o torna muito resistente. Mesmo assim, ele não aceita usar além de sua condição. E eu, no início, ia com muita sede ao pote, acelerando mais do que deveria acelerar. Então, até eu conseguir aprender a dosar essa minha vontade em relação à resistência que o equipamento tem, eu penei um pouquinho”, disse Guido, que logo em seu primeiro ano nas provas foi campeão Brasileiro e campeão dos Sertões.

Além do tetracampeonato Brasileiro de Rali Cross-country, Guido conquistou outro título importante este ano: o Rally dos Sertões, na categoria T4.2. Mesmo tendo problemas nos três primeiros dias de prova, o que acabou desanimando um pouco a equipe, o piloto contou que deu o máximo para vencer.

“Nós pensamos ‘a prova é muito longa, temos que esperar as coisas acontecerem, não estamos correndo sozinhos’”, disse. “E para gente foi uma coisa positiva, porque levantamos a cabeça e continuamos. Quando chegamos no meio da disputa, percebemos que tínhamos condições reais de ganhar”.

Outro campeonato em que a equipe Salvini está muito confiante é o Paulista de Rali Cross-country. O time está com uma boa diferença para o segundo colocado. “Temos uma grande vantagem. Ainda falta uma etapa, mas é quase certo que levaremos o título paulista”, contou Guido, que, caso hoje não fosse profissional no esporte, estaria disputando como amador só pelo prazer de competir.

2010 – A Salvini Racing está com diversas pretensões para o próximo ano. A primeira, já confirmada, é a mudança de caminhão para um modelo mais novo de Atego 1725. “Trocaremos por esse modelo mais novo por causa da resistência do equipamento, afinal, já são quatro anos competindo com esse que corremos hoje. O novo é um caminhão semelhante, as mesmas características. Só o motor que é mais moderno, com redução na emissão de poluentes”, disse.

O segundo projeto de Guido é correr a Mitsubishi Cup, na categoria Triton NS. Depois de ter feito sua estréia na Cup de Ribeirão Preto, o piloto se interessou pela corrida com picapes. “Com o caminhão não temos muita chance para treinar, então achei muito válida essa nova experiência, por prazer também. É muito gostoso correr com um carro desses”, explicou Salvini, que está em busca de patrocínios não só para participar da nova categoria, mas também para competir, pela primeira vez, em um Dakar.

De acordo com Guido, as negociações para a maior prova de rali do mundo estão sendo feitas. No entanto, o local da competição de 2011 pode influenciar. “Precisamos aguardar ainda para saber se a disputa irá voltar para a África ou se irá continuar na América do Sul. Se ficasse por aqui, seria um pouco mais fácil para agente, por conta das distâncias”, contou. “Ainda fica como um sonho. Igual um piloto de kart no inicio, que sonha com a Fórmula 1”, finalizou.

Este texto foi escrito por: Caio Martins

Last modified: novembro 20, 2009

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