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Thiago e Tambor defendem skysurf do Brasil no Mundial

Arquivo/ Páraquedismo

Campinas (SP)Thiago Minniti e João Tamborindeguy são daqueles poucos pára-quedistas do Brasil que estão invadindo as competições internacionais movidos pela única arma que encontram: o esforço individual. Correndo atrás de patrocínio e na ponte entre Boituva, EUA e Espanha, eles buscam ficar entre os cinco melhores do Sky Surf. Depois da conquista da 1ª etapa do Circuito Ford Ranger, Thiago conversa com o Webventure sobre o próximo Mundial.

Webventure – Mais uma medalha para vocês com a vitória nesta etapa…
Thiago Minniti
– Isso é muito bom. Teremos o Mundial agora (em junho), na Espanha, e participar do Circuito serve para dar uma quebrada, uma amolecida para chegar lá e estar mais à vontade. E também para divulgar o esporte para quem está começando, mostrar as novidades.

Webventure – Descreva o que é o sky surf…
Minniti
– É uma modalidade do pára-quedismo em que o atleta usa uma prancha no pé e, nas manobras, usa a prancha e o seu corpo. É como um balé, só que você gira pra caramba, passa o limite do homem. E não salta sozinho, junto está um câmera que faz parte do salto. Se ele não filmar, de nada adianta. É 50% um, 50% outro.

Webventure – Como está a preparação para o Mundial?
Minniti
– Eu e o João, em um ano e pouco de parceria, já fizemos 370 saltos juntos. Este ano não treinamos muito porque, no fim do ano passado, na última etapa do Ford Ranger, a minha prancha quebrou, machuquei o pé e passei quatro meses de molho. Então, ficou em cima da hora. Mas já fizemos 30 saltos para entrar na competição. Semana que vem vamos para a Espanha, dar mais uns 150 saltos, treinar numa area lá. Eu e o João temos muita vontade de fazer um trabalho bonito no Mundial. A gente está longe de ser os primeiros, estamos em 10º. Mas acho que dá pra ‘comer’ umas cinco posições. Ficar entre os top-5 é o nosso objetivo.

“Se a galera se unisse mais, a gente deixaria aqui no Brasil o dinheiro que gasta para treinar lá fora.”

Webventure – Qual é a diferença na técnica de um salto aqui para o Circuito e um para o do Mundial?
Minniti
– Aqui você sempre pode dar uma erradinha. No Mundial, se errar fica pra trás. Os juízes são mais críticos. Você tem de girar bastante, ter um giro forte. E, de sete saltos que a gente dá, dois são rotinas compulsórias, todo mundo é obrigado a fazer as mesmas coisas. Isto é só em campeonato da Federação Aérea Internacional (FAI). E na compulsória são 50 segundos para fazer a performance, se ultrapassar perde pontos, tem de buscar as rotinas diferentes para bônus de pontuação… É horrivel, nenhum atleta gosta, é muito chato treinar e fazer (risos).

Webventure – Você ainda está indo muito para os Estados Unidos?
Minniti
– Sempre vou. Este ano, não fui por causa do pé. Mas vamos para a Espanha, que tem uma área tão boa quanto a americana. Já está dando para treinar no Brasil, tem muitos times interessados em treinar durante a semana, estamos conseguindo rodar avião até de segunda a sexta… Acho que, se a galera se unir mais, nas áreas diferentes, a gente deixaria aqui mesmo o dinheiro que gasta para treinar lá fora.

Webventure – E o que achou da saída do sky surf dos X-Games (as Olimpíadas radicais)?
Minniti
– É uma grande perda porque o skysurf cresceu muito por causa dos X-Games. Mas tem o Mundial, a Copa do Mundo… meu patrocinador (Red Bull) quer agitar uma competição no ano que vem, aqui no Brasil, convidando o pessoal que participou dos X-Games. Vai ter premiação, juízes internacionais… A gente perdeu os X-Games mas vai ter outras competições. Ninguém morreu (risos).

Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira

Last modified: maio 28, 2001

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