O caçula Fantozzi já foi campeão do Sertões em 2001 (foto: Theo Ribeiro/ www.webventure.com.br)
Direto de Corrente (PI) – Um dos campeões mais jovens do Rally dos Sertões, ao lado de Zé Hélio, Tiago Fantozzi brilha novamente em motos no maior evento off-road da América Latina. Campeão em 2001, o paulista Fantozzi freqüenta o rali deste muito jovem, acompanhando seu pai, Décio, que competia em motos e até dois anos atrás fazia a cronometragem do Sertões para cross-country.
Tiago lidera a competição após três etapas e corre na categoria Super Production de motos, em sua KTM 525cc, e quer este ano fazer bonito pois veio com uma estrutura redonda. Ele ainda se diverte na prova, afirma, mas ressalta que isso não quer dizer que vai andar devagar. Este ano Tiago está confiante.
Todos os anos eu estava de alguma forma com alguma coisa inferior, a moto; o equipamento; a equipe, isso sempre me prejudicava, lamenta. Esse ano eu vim com uma moto boa, uma equipe boa, com tudo funcionando perfeitamente. Estou realmente me divertindo, estou andando redondo e o resultado está surgindo, pois fizermos um trabalhão pra vim fazer bonito aqui, complementa.
O arame e o Despres – O piloto andou bem ontem e confessou dois probleminhas no percurso: o arame que enrolou na roda e o francês Cyril Despres.
Fui bem na especial e durante o percurso tive alguns probleminhas. Um arame enrolou na minha roda traseira e demorei um tempo para desenrolar. Assim, durante a parada, Cyril Despres o ultrapassou.
Após resolver este problema, Tiago acelerou e teve início uma disputa que só terminou no fim da especial. Andei quase toda a especial inteira com o Despres na frente e eu atrás. Eu o caçava, ele me caçava, foi uma especial que eu me diverti bastante, conta.
Ele não nega o cansaço da especial que passou ao largo do Jalapão: Teve bastante areião; foi uma especial longa, que exigiu muita navegação. Então você tinha de estar muito atento à planilha. Estava muito quente também! Mas no geral foi bacana, fiquei satisfeito com o que aconteceu.
Um fato marcante para Tiago é que desde pequeno ele é apaixonado por motos. Décio Fantozzi (o Fantozzi pai) e seus irmãos costumavam participar de diversas provas, como o Rally dos Incas e as primeiras edições do Sertões (que ainda levavam o nome de Rally São Francisco). Isso deixava Tiago com muita vontade de participar.
Eu sempre via de fora, pois era o filho mais novo, sempre queria vir e nunca tive oportunidade. Em 1997, vim a primeira vez acompanhando meu pai carregando as malas dele. Meu irmão estava participando de carro e aí eu pensei: quero entrar nesse trem também, lembra o caçula.
Assim, em 1999 ele deixou de ser apenas um expectador e começou a participar do Rally dos Sertões, no qual compete até os dias de hoje. O Sertões é um bichinho, quando te pica, você já está infectado, não consegue abandonar mais, diz ele, que dois anos depois foi campeão de motos na classificação geral.
Antes e depois do Sertões – Para explicar a relação com o Rally dos Sertões, Tiago Fantozzi faz uma comparação com a passagem de ano, um marco no seu calendário anual. Ou seja, tudo começa depois deste rali.
As pessoas usam a passagem de um ano para outro como o marco no calendário. Dizem que no ano que vem vão fazer viajar; mudar de emprego, etc. Eu considero o Sertões como marco. Depois do Sertões, ou seja, do ano que vem, eu vou fazer isso ou aquilo.
Este texto foi escrito por: Daniel Costa
Last modified: julho 30, 2006
