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Tibagi tem clima de cidadezinha e várias opções de aventura


Igreja Matriz Nossa Senhora dos Remédios (foto: Lígia Leme/ www.webventure.com.br)

Tibagi é uma cidade de aproximadamente vinte mil habitantes repleta de quedas d’águas, rios e formações areníticas impressionantes. Em suas terras está o sexto cânion mais extenso do mundo, o Guartelá, situado numa vegetação que mistura cerrado, mata ciliar, campo e muitas araucárias, árvore típica da região.

O clima é subtropical úmido, com geadas no inverno e um verão que varia entre 18 e 26 graus. Com área de 3105 km2, o maior município do estado do Paraná recebe turistas de todos os cantos do Brasil. Para os mais aventureiros, o local propicia diversas possibilidades de esportes como o rapel, cascading, trekking, canoagem, escalada e off-road, além de um dos raftings mais radicais do país.

A 216 km de Curitiba, Tibagi conserva o aspecto de cidade de interior. Na praça principal alguns moradores se encontram para jogar baralho e conversar, rodeados pela igreja matriz Nossa Senhora dos Remédios, a Prefeitura – palácio dos Diamantes, construída pelos padres seminaristas – e a Biblioteca Municipal. A poucos passos dali fica o Rio Tibagi, nome dado pelos índios tupi-guaranis, que significa muitas cachoeiras. Não era para menos: são mais de 50 corredeiras em 550 km de extensão, situados num relevo típico de cuesta.

Parque Estadual do Guartelá – O Parque Estadual do Guartelá foi criado em 1992 para proteger os 789 hectares da área do Cânion do Rio Iapó. A paisagem é lindíssima: são 32 km de canyon, em altitudes que variam entre 700 a 1200 metros acima do nível do mar. O trekking pode ser feito por pessoas de todas as idades e em alguns trechos não é necessária a presença de um guia.

A curitibana Maria Astrogilda Schimd, de 78 anos, surpreendeu a todos com sua animação. “É gostoso porque na cidade eu só ando de carro e aqui eu me exercito em contato com a natureza”, diz ela. Uma das grandes atrações do parque é a Cachoeira da Ponte de Pedra: trata-se da ação da água na rocha de formação arenítica que resultou numa ponte natural. Por segurança, não é permitido atravessar o local. Também pela ação da água no arenito foram criados buracos em meio às corredeira: são os Panelões do Sumidouro, verdadeiras banheiras de hidromassagem naturais. Quem encara a água gelada não se arrepende.

Com mais um pouco de caminhada se chega ao mirante, de onde se vê as águas do Lajeado do Pedregulho indo a caminho do Rio Iapó, o início da Gruta das Andorinhas e a Ponte de Pedra. A vista do morro do São Francisco é imperdível, além das inscrições rupestres que registram cenas do cotidiano dos habitantes de quase três mil anos atrás.

A vegetação de mata atlântica se mistura com manchas de cerrado num cenário que une espécies de bromélias, orquídeas, mandacaru e araucárias. Destaque para as esculturas naturais em arenito que despertam a curiosidade de todos, em formas de cachorro, tartaruga e o que mais a imaginação conseguir desvendar. O percurso todo dura cerca de quatro horas, com algumas paradas para o lanche.


A reporter Lígia Leme viajou a convite da Viagem Aventura.

Rapel na Cachoeira Puxa Nervos
A Fazenda Puxa Nervos é destino perfeito para quem curte o rapel. No local há paredões de pedra de aproximadamente 40 metros de altura indicados também para os iniciantes no esporte. A Cachoeira Puxa Nervos é grande e linda. São 45 metros de queda d’água, onde se pode praticar o cascading (rapel do lado da cachoeira) e o canyoing, descendo o leito do cânion de uma cachoeira a outra por cerca de três horas. Todas as atividades são feitas na presença de um instrutor e com os devidos equipamentos de segurança. Foi lá que o jornalista Thiago Medaglia fez seu primeiro cascading. “Tentei não olhar muito para baixo”, disse ele, que mesmo com a água gelada não sentiu frio, tamanha era a adrenalina. A Fazenda também oferece passeios a cavalo e um delicioso almoço típico. Como o lugar se situa em propriedade particular há uma taxa de R$ 5 a ser paga pela visitação e acomodação.

Trekking na Fazenda São Damásio
A propriedade de cerca de 80 hectares esconde o outro lado do cânion do rio Iapó. A trilha exige uma certa preparação física, mas a beleza da paisagem supera qualquer cansaço, tudo isso ao som de quero-queros e curicacas. Na volta, um imenso café colonial espera os aventureiros, com direito a sucos, bolos e diversos tipos de pães.

Rafting no Rio Tibagi
A descida é feita em seis corredeiras de nível II, sendo a última de nível III, que garantem a adrenalina. Depois de escolher o grito de guerra é hora de prestar atenção nas instruções do guia. Alain Jourdant, treinador da seleção brasileira de canoagem e dono da agência Águas Vivas confere o colete e capacete de todos a bordo. As primeiras corredeiras são tranqüilas e deixam todos encharcados. Muita remada e água por todo lado. Quem estava com medo começa a dar as primeiras gargalhadas: a integração do grupo é imprescindível num esporte como esse. A última corredeira aparenta ser menor do que realmente é. O bote entra numa vala imensa que parece não ter fim. No final do trajeto, a sensação é de missão cumprida. Para encerrar o rafting com chave de ouro, uma cena bonita de se ver: o encontro das águas do Tibagi com as do rio Iapó.

Salto Santa Rosa
Como a maioria das cachoeiras de Tibagi, o salto Santa Rosa se situa em propriedade particular, porém mediante uma pequena taxa de ingresso o visitante pode fazer trilhas de ecoturismo, cavalgar e praticar o rapel. A Cachoeira é enorme, com cerca de 65 metros de altura que forma uma piscina natural. O local é tranqüilo, aconselhável para aqueles que buscam tranqüilidade. Quem gosta de fazer trilha não pode deixar de visitar o Itaytyba, reserva particular com programação diária de passeios.


A reporter Lígia Leme viajou a convite da Viagem Aventura.

Os primeiros povos a habitar a região foram os índios tupi-guaranis e os caiagangues, ambos catequizados pelos jesuítas no começo do século XVII. A maior parte dessas tribos foi extinta pela ação dos bandeirantes paulistas e paranaenses, levados até as margens do rio Tibagi pela descoberta de ouro e diamante, entre os séculos XVII e XVIII. Por essas bandas passaram também os tropeiros, que, vestidos com suas botas, chapéus e ponchos, transportavam gado e mercadoria para o interior do país.

Quem quiser saber mais sobre a história do município não pode deixar de visitar o Museu Histórico Des. Edmundo Mercer Jr. O acervo do local conta com objetos pessoais de antigos moradores, além de uma sala dedicada ao garimpo, atividade que nos anos 30 fez o local ficar conhecido como Eldorado Paranaense.

Atualmente, a economia de Tibagi se baseia no turismo e no agronegócio. A cidade é a maior produtora de grãos do Paraná e receberá investimento de 110 milhões de euros para a construção da maior usina de biodiesel do país, que será produzida a partir da soja.

Eleita neste ano a “melhor cidadezinha do país”, Tibagi oferece além de beleza natural outros grandes atrativos como o Carnaval de rua, gastronomia típica, festas religiosas, artesanato de lã que mantém a tradição tropeira e um povo extremamente acolhedor. A artesão Agnes Laurino orgulha-se do clima de paz de sua cidade. “Quem toma água do Tibagi sempre volta para tomar mais”, convida. Viagem perfeita para quem precisa esquecer a correria da cidade grande e respirar ar puro.

Como chegar – Partindo de Curitiba é preciso pegar a BR 376, no sentido de Ponta Grossa. De lá o melhor caminho é pela PR 151 até Castro, e então siga pelo acesso até Tibagi.

Castro também é referência para quem vem de São Paulo. A saída é pela SP 270, a Raposo Tavares. Logo após Itapetininga siga pela SP 258 até a divisa com o Paraná. A partir de antão a rodovia passa a ser a PR 151, que chega em Castro. De lá, siga pelo acesso até Tibagi. Veja o mapa em tibagi.pr.gov.br

  • Tibagi no Destino Aventura


    A reporter Lígia Leme viajou a convite da Viagem Aventura.

    Este texto foi escrito por: Lígia Leme