O velejador Torben Grael (foto: Guy Salter/ Ericsson 4)
O velejador Torben Gral visitou a Volvo Ocean Race, que está de passagem por Itajaí, Santa Catarina. Na ocasião, ele falou de sua trajetória no campeonato o brasileiro foi o campeão da edição passada, (com o barco Ericsson 4) e das impressões da maior regata oceânica do mundo. A entrevista foi concedida à equipe de mídia oficial da Volvo Ocean Race.
Você tem acompanhado a Volvo Ocean Race?
Sim, tenho acompanhado o campeonato de perto. A Volvo Ocean Race é muito especial para mim e tenho vários amigos aqui, de várias áreas diferentes. Foi divertido ver tudo isso.
O que você acha sobre os danos aos barcos que aconteceram até agora na corrida?
Penso que algumas das equipes pressionaram bastante os barcos e talvez não tiveram sucesso nisso. Alguns barcos foram demasiadamente empurrados contra a água. É difícil dizer estando fora da competição, mas ao que parece algumas pessoas ultrapassaram os limites.
Você acha que a competição está mais acirrada nesta edição do que na anterior?
Nós temos três barcos que apresentam basicamente o mesmo design, então certamente esta edição está mais acirrada. Da última vez [edição passada da competição], nós estávamos muito bem preparados enquanto uma equipe de vela. Parceria até que tínhamos uma vantagem de velocidade o que eu não acredito que foi o caso. Eu acho que ao fim da corrida pôde-se ver que a diferença não era tão grande. A maioria dos pontos que fizemos no início foi porque estávamos mais preparados do que os outros. Desta vez, acho que os times estão preparados de forma bem equivalentes e três barcos são bem similares. É tudo uma questão de fazer as decisões corretas.
Quais as comparações que você faz entre a Volvo Ocean Race, as Olimpíadas e a Copa América de Vela?
As três competições são todas de vela, mas apresentam diferenças uma das outras. Acredito que as Olimpíadas são o topo da pirâmide, mas vejo que os outros dois também são importantes. Tanto a Volvo Ocean Race quanto a Copa América nesta eu não venci, mas cheguei bem perto são dois eventos que tenho orgulho de ter participado. Tenho orgulho de ter competido em modalidades diferentes e obtido sucesso.
Como você se sente ao ver a Volvo Ocean Race de volta ao seu país de origem?
Eu acho que a decisão de trazer a corrida para um lugar como Itajaí foi muito boa – muito boa para a corrida e muito boa para a região. É uma ótima combinação, pois a corrida tem grande impacto e ganha ainda mais força fora de uma área como essa, a exemplo de grandes cidades como Nova York e Rio de Janeiro. Há tanta coisa acontecendo nesses outros lugares que o evento não teria o mesmo impacto quanto está tendo em Itajaí.
Seria a Volvo Ocean Race algo que a pessoa faça apenas uma vez caso vença? Veremos você de volta ao campeonato algum dia?
Eu gosto dessa corrida. Eu realmente gosto do modo de velejar da Volvo Ocean Race. Não é porque eu ganhei a edição passada que não estou participando desta. Não é o tipo de esporte que você faz especialmente depois de ter ganhado sem estar completamente preparado, em um time com boa estrutura e possibilidades de ir bem. Para entrar na corrida você precisa ter compromisso é o que barco Brasil 1 tinha. Foi um desafio em todos os sentidos, mas tive a sorte de fazer parte do Brasil 1 porque ele me abriu as portas para entrar no Ericsson. Repetir um desempenho do nível do Ericsson seria muito difícil hoje. Para estar em um time, uma equipe brasileira ou até mesmo qualquer outra, teria que fazê-lo em um altíssimo nível.
Há muita conversa sobre como a competição deve se adaptar para a próxima edição. Quais são os seus pensamentos sobre isso?
Acho que seria legal ter por volta de 10 barcos. Mais que isso seria complicado por conta das paradas e da infraestrutura. Acho que temos reduzido bastante o número de participantes, então se chegássemos a dez seria fantástico. Como sempre, os custos são um problema e economizar é sempre bom. Acho que a organização sabe disso e está tentando introduzir limites. Eles não estão no caminho errado.
Você seria corajoso o bastante para prever quem vai vencer esta edição?
Certamente, o Telefónica está indo muito bem. Mas ainda estamos no meio da competição e muita coisa pode mudar. Há muita vela para correr. Basta uma coisinha aqui, ou outra ali, ou mesmo uma quebra, e isso pode significar que tudo estará aberto novamente. Talvez o Telefónica seja o favorito por agora, mas eles ainda têm muito por fazer. Eles estão indo bem, mas acho cedo para prever quem vai ser o vitorioso.
Este texto foi escrito por: Da Redação