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Torben Grael escreve diretamente do mar e conta detalhes da Volvo Ocean Race

Redação Webventure/ Vela

Torben (no meio) contou sobre os primeiros dias (foto: Divulgação/ Gilbert Johnston)
Torben (no meio) contou sobre os primeiros dias (foto: Divulgação/ Gilbert Johnston)

Entre uma onda e outra, o brasileiro Torben Grael arrumou uns minutos para escrever e contar como estão os primeiros dias da Volvo Ocean Race. Acompanhe o relato enviado ao jornalista Murillo Novaes, cedido ao Webventure.

Estamos quase completando 3 dias de regata. Dessa vez nossa largada foi muito boa e também nos deu o melhor lado do pequeno contravento que tínhamos antes deixar Alicante.

Montamos a primeira bóia com boa vantagem e colocamos já o balão pequeno, ideal para deixar Alicante, e não para fazer o pequeno popa até a largada, pois essa perna era bem pequena e com isso evitaríamos mais uma troca de vela.

A tática deu certo, perdemos um pouquinho no início e logo abrimos bastante no través que se seguiu deixando esta bela e simpática cidade.

Mais adiante já começou o perde e ganha, com o vento meio instável. O primeiro a se aproximar foi o Tel Azul, mas em seguida o vento aumentou de novo e abrimos outra vez. Logo depois eles tiveram problemas.

Um pouco mais a frente acabamos perdendo bastante ao optar passar por fora de algumas lajes perigosas e com os americanos optando passar por dentro. Pegamos menos vento por fora e perdemos a liderança.

Gibraltar – Dai em diante até Gibraltar seguimos os planos dos nossos meteorologistas (Chris Bedford e Mike Quilter) de navegar mais próximo da costa espanhola, o que rendeu bons frutos e nos deu uma ótima vantagem ao chegar ao estreito, junto com os nórdicos.

A passagem por ali foi tranqüila, ao contrário do esperado, mas logo em seguida, próximo a Tarifa, passamos horas e horas lutando com a maré contra e o vento muito fraco. Bastante frustrante ver uma vantagem de 30 milhas se evaporar e não conseguir vencer a maré nem com um barco desses. Chegamos a andar para traz por bons trechos, sem opção de ancorar devido a grande profundidade.

Para nossa surpresa conseguimos manter a liderança, mas a duras penas. De lá para cá algumas alterações de colocação. Mais devido a alguma rajada de nuvem, pois a performance dos barcos ao nosso redor e impressionantemente semelhante.

Nas últimas 12 horas, finalmente um pouco mais de vento e todos os 4 primeiros barcos ainda no visual.

A bordo já estamos com a rotina mais estabelecida apos quase duas noites sem dormir caprichando para conseguir alguma vantagem.

Nossa rota agora nos indica passar bem próximo a Lanzarote, Ilhas Canárias, nossa casa neste ultimo ano de treinamentos.

Bons ventos, Torben.

Este texto foi escrito por: Redação Webventure

Last modified: outubro 17, 2008

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