Comandante bate recorde de tempo a bordo (foto: Rick Tomlinson/ Volvo Ocean Race)
Segundo colocado na 5ª perna da Volvo Ocean Race, a mais longa de toda a história, com 12.300 milhas náuticas, aproximadamente 23 mil quilômetros, e líder na classificação geral da regata, Torben Grael encara as dificuldades do extremo sul do continente sem avarias na embarcação e sem problemas graves. Acompanhe o diário de bordo do comandante brasileiro.
Aqui, embora com as mãos meio amarradas para disputar com os nórdicos em função da ótima carona que eles pegaram num sistema climático favorável, estamos satisfeitos com nossa posição e um pouquinho mais aliviados por estarmos, nós tambem, com ventos mais favoráveis depois do sofrimento que foi o contravento interminavel que se seguiu à nossa passagem pela Nova Zelândia.
Nosso barco surfa a média de 20 nós direto no rumo, em lugar dos 11 que fazíamos antes, que com o zigue-zague do contravento equivaliam, na verdade, a uns 7 nós em direção ao objetivo.
Ainda falta muita água para o Cabo Horn, e essas condições podem mudar e termos a chance de encostar um pouco nos nórdicos, mas na verdade o importante para nós em relação ao geral da competição é que estamos à frente de nossos principais adversários até o momento – sendo que um deles, o Tele Azul, está enfrentando problemas.
Daqui a pouco entraremos no 25º dia de regata. O maior período que tinha passado a bordo até então haviam sido os 24 dias em uma regata Cape Town-Rio , aliás minha primeira regata oceânica de longo curso. Na verdade, esta etapa é tão longa que ficamos meio sem noção de tempo. Ainda falta mais de um terço… Acho que depois do Horn, quando começarmos a subir a costa, aí sim vai dar uma sensação de que estamos nos aproximando um pouco mais. Embora se navegue normalmente muito longe da costa, ao fazer a navegacao não tem como não acompanhar o que está se passando.
Acabamos de passar a marca de 5.000 milhas para a chegada. Ainda é longe pra chuchu, mas é melhor do que 12.300..
Este texto foi escrito por: Webventure