Eric Aubijoux morreu em 2007 sendo a 51ª vítima (foto: Divulgação)
Depois de cumprirem tabela ontem, os pilotos de carros, motos e caminhões largaram para valer na edição 2010 do Rally Dakar neste sábado. Mas o que parecia ser um dia tranquilo terminou em tragédia por volta das 13h45, quando o alemão Mirco Schultis perdeu o controle de seu carro e atropelou cinco pessoas.
Uma delas, a argentina Natalia Sonia Gallardo, de 28 anos, faleceu. Ela teve duas paradas cardíacas enquanto era socorrida de helicóptero e não resistiu. Outro argentino teve diversas fraturas pelo corpo, mas não corre risco de morte. O fotógrafo Tom Papp, do Webventure, também foi atingido pelo carro, mas passa bem. Ele fraturou a perna e está em observação no Hospital de Rio Cuarto, próximo ao local da prova de hoje.
Nunca na história do Dakar havia ocorrido uma morte logo no dia de estreia. Natalia se tornou a 55ª vítima fatal do rali, que já viu morrerem pilotos, navegadores, espectadores, jornalistas e até o idealizador do Dakar, Thierry Sabine.
A caravana prossegue – Sem imaginarem o que havia ocorrido, os pilotos de carros, motos e caminhões cumpriram sem sustos a especial deste sábado. E os primeiros quilômetros cronometrados da prova em solo argentino renderam elogios da maioria dos competidores. Foi uma especial estupenda para ir esquentando os motores, avalia o espanhol Nani Roma, que venceu a etapa entre os carros, a bordo de um BMW.
Terceiro colocado nas motos, o espanhol Marc Coma também era só elogios para o percurso entre Colon e Córdoba. Enfrentamos um trecho bastante técnico. A verdade é que foi uma boa forma de começarmos a tomar contato com a moto, justifica o atual campeão, que também destacou o calor ao longo do trajeto.
Além de belas paisagens, o que se viu foi bastante equilíbrio neste sábado. Nas motos, por exemplo, a diferença entre os três primeiros foi de apenas 12 segundos. David Casteu cravou a marca de 1h50min42, três segundos à frente do francês Cyril Despres e 12 segundos melhor do que Coma. Decidi me lançar ao ataque desde o começo, explica Casteu, que estreia com uma moto 450cc.
Entre os carros, Roma precisou de 2h11min15 para receber a bandeirada, superando Carlos Sainz em 2min07 e Stephane Peterhansel em 2min50. Nada que defina o futuro dos principais candidatos ao título. Todos nós acabamos indo bem, avalia Sainz, que corre num Volkswagen. Já Peterhansel se encantou com o cenário. Atravessamos paisagens muito verdes, com colinas. Foi uma especial muito bonita e das mais variadas, opina o francês.
Já com os peso-pesados, o domínio foi total de Wladimir Chagin, piloto russo da Kamaz. Ele foi o mais rápido durante todo o percurso e cruzou a linha de chegada com o tempo de 2h35min47. Quem mais se aproximou do caminhão da Kamaz foi o Tatra de Alain Loprais e Milan Holan. Os checos foram apenas 27 segundos mais lentos e têm totais condições de brigar pelo título. Na sequência ficaram Firdaus Kabirov e Aydar Belyaev, a quatro minutos dos líderes, na terceira colocação. Único representante brasileiro entre os caminhões, André Azevedo ficou em sétimo, a 11min36 do líder.
O dia para a caravana do Dakar começou agitada. Logo pela manhã, os pilotos foram avisados na mudança de horário das largadas e também da redução no percurso para as três categorias, em razão das fortes chuvas, que inundaram algumas regiões. As motos, por exemplo, encararam 168 quilômetros, enquanto os carros e os caminhões se depararam com 199 quilômetros cronometrados.
Este texto foi escrito por: Webventure