Piloto se diz mais bem preparado que nos anos anteriores (foto: Tom Papp/ www.webventure.com.br)
Entrar em um percurso de 4.474 quilômetros a bordo de um carro e atravessar Goiás, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte em dez dias não é para qualquer piloto. Uns estão na briga no 16º Rally dos Sertões para chegar ao lugar mais alto do pódio, e outros pretendem, com calma, completar o desafio, e de quebra levar o título de campeão.
O piloto Carlos Guilherme Clauset, o Cacá Clauset, venceu o Rally dos Sertões em 1996, e nesses 11 anos seguintes o título passou pelas mãos de 6 duplas diferentes. Em 2008, ele busca mais uma vitória, mas afirma que terá tranqüilidade na prova, e acredita que valendo como etapa do mundial para carros pela primeira vez, o rali será bem mais disputado, já que contará com pilotos internacionais.
Eu até acho pouco só seis duplas nesses anos. Talvez o correto fosse ter 11 vencedores diferentes. Na verdade houve um domínio das equipes de fábrica, onde a Chevrolet e a Mitsubishi ganharam a maioria desses títulos. Claro que houve surpresas também com pilotos privados como o Franciosi e Riamburgo, analisou Cacá, que correrá com José Bosco Tomish Junior na navegação.
Com relação à etapa do mundial, Clauset afirma que isso pode ser muito bom para o evento, porém dificulta para os pilotos nacionais vencerem seus adversários na briga off-road. Vai ser muito difícil um carro brasileiro subir no lugar mais alto do pódio. Porém, tendo uma referência de como é uma equipe oficial estrangeira, talvez nossos pilotos consigam dar um passo à frente com mais facilidade. Eu acho que o Maurício (Neves) e o (Fellipe) Bibas não estão fora do páreo. Se os gringos bobearem, vão tomar bola nas costas, disse Cacá Clauset.
Praticamente original – Na equipe CR Rally Raid Team, Cacá correrá o Sertões com uma Nissan Frontier, na categoria F2. Para a prova, o piloto quase não fez modificações no carro para que ele atendesse as exigências da Federação Internacional de Automobilismo, a FIA. De acordo com ele, as modificações foram somente na preparação de segurança, como manda o Anexo J da FIA, e nos amortecedores, que serão especiais para a prova.
Clauset ressalta a importância de um carro praticamente original, igual aos que vendem nas concessionárias. A vantagem é que por ele não ser preparado, as peças não serão submetidas a um esforço extra, mas os caminhos dos Sertões também não são fichinha e muita coisa pode acontecer. Vou fazer uma prova tranqüila, meu objetivo é levar o carro até Natal (RN) sem muita dor de cabeça, explicou.
A busca pelo título no Rally dos Sertões envolve não só a preparação do carro, como também uma preparação pessoal do piloto. Cacá, que busca um título após 12 anos, se diz mais bem preparado que nos anos anteriores, e seguro de um bom rali.
Fisicamente me sinto muito bem, e como todos os envolvidos na equipe (patrocinadores, apoiadores e pessoal) sabem qual é o objetivo principal, eu estou com pressão zero. Não devo resultado pra ninguém, mas claro que se der pra ganhar, vamos estar na briga, declarou o piloto que contará com a concorrência de nomes como Maurício Neves, campeão de 2007, e Giniel de Villiers e Mark Miller, ambos pilotos da única montadora internacional no rali, a Volkswagen.
Cacá analisa que o Rally dos Sertões é um rali em que a administração do carro e da prova contam mais do que potência. Para ele, essa administração vai ser essencial durante as especiais, principalmente nas etapas maratona, quando os carros não podem ter qualquer tipo de manutenção.
Nesses dias maiores, com etapa maratona, quem não tiver cabeça, fica pelo caminho. O limite é o carro. Se judiar demais ele responde na hora, advertiu o piloto.
Este texto foi escrito por: Lilian El Maerrawi
Last modified: junho 16, 2008