Em Santa Catarina o Trekking Cup atraiu trekkers de todo o estado (foto: Divulgação)
Caminhar em contato com a natureza, enfrentando desafios bem diferentes dos encontrados em grandes capitais como São Paulo, Rio de Janeiro ou Belo Horizonte. Em 2000, muitas pessoas deixaram suas rotinas serem invadidas por um tipo de aventura que vem ganhando, a cada ano, mais adeptos por todo o país: o enduro a pé, também chamado rally a pé. Em outras palavras, o trekking de competição.
Eventos ligados a esta modalidade esportiva foram organizados em estados como Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Ceará, contando com estrutura e organização específicas para este tipo de prova.
Em São Paulo, onde a modalidade está consolidada, pelo menos uma vez por mês os trekkers puderam testar sua habilidade ou iniciar-se no esporte em competições como o Paulista de trekking, a Copa Paulista – apoiada pelo Webventure – e o Paulista de Rally a pé. Na maioria desses campeonatos, notou-se um crescimento no número de participantes e um aumento no nível técnico dos competidores.
“Foi através da proposta de implantação de várias competições
fora do estado de São Paulo, onde iniciou-se o esporte, que notamos a grande aceitação desta modalidade”, explica Esdras Martins, um dos precursores do trekking no Brasil.
Exemplo disso, segundo Esdras, é o fato de competições como o Circuito Capixaba de Trekking, em Vila Velha, Espírito Santo, contarem hoje com a participação de mais de 110 equipes por etapa. O Trekking Ecológico do Cerrado, em Brasília, tem mais de 60 equipes por prova. Também o Catarinense e o Mineiro de Rally a pé estão prontos para começar.
Já são mais de de 500 equipes diferentes nas diversas competições no país e quase 3000 praticantes por mês, só nas provas organizadas pela Liga Nacional de Enduro a Pé.
Invadindo territórios – Em 2000 também surgiram a Copa Rio de Trekking e o Circuito Mineiro de Trekking, que já tiveram suas primeiras etapas implantadas e devem ser estruturados como circuitos estaduais em 2001.
Para Jenny, uma das organizadoras da Copa Paulista de trekking, o principal motivo para o crescimento do esporte em todo o país é o fato de ele apresentar a possibilidade de lazer e relaxamento, principalmente para quem vive em grandes cidades.
“O número de participantes da Copa Paulista de Trekking aumentou muito. Tanto que de 60 equipes com as quais iniciamos a VIII Copa (que foi realizada de janeiro a junho) passamos para 120. Os ‘urbanóides’, principalmente, estão encontrando no trekking uma forma ideal de lazer e aventura, com segurança”, explica.
O prazer de competir só não foi maior do que a preocupação com a segurança. Os campeonatos, em sua maioria, apresentavam desafio até mesmo antes de cada etapa começar, com a organização testando todo o percurso (veja matéria especial sobre a Copa Paulista, em novembro). Importante lembrar que no trekking, seja competitivo ou por lazer, o conhecimento da trilha é fundamental e é preciso ser humilde para avaliar se você e seu grupo são mesmo capazes de encarar sozinhos o desafio. Com esta consciência, 2001 reserva muitas outras aventuras…
Este texto foi escrito por: Débora de Cássia
Last modified: dezembro 27, 2000