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Três dias históricos para o Enduro a Pé


Expectativa é de que enduro a pé se torne uma mania. (foto: Elias Luiz/Divulgação)

O colunista do Webventure George Hirata, que também é membro da equipe Curtlo Caravana, fala neste texto sobre o sucesso do Brasileiro de Enduro a Pé e as conseqüências do I Congresso da modalidade. Confira.

No final de semana, junto ao feriado nacional da Proclamação da República, tive o privilégio de participar do III Campeonato Brasileiro de Enduro a Pé, realizado em Paraty, Rio de Janeiro, onde mais de 350 competidores de 70 equipes (50 graduadas e 20 trekkers), provenientes de cinco estados nacionais (São Paulo, Rio, Minas, Espírito Santo e Bahia), estabeleceram um novo recorde de equipes graduadas em um mesmo campeonato.

Tudo isso foi possível graças à iniciativa corajosa da equipe organizadora, a mesma que realiza o Campeonato Paulista de Enduro a Pé, e à rivalidade entre as equipes criada pelo RBT – Ranking Brasileiro de Trekking administrado pela Abrapep – Associação Brasileira dos Praticantes de Enduro a Pé. O apoio de outras 16 organizacões e federações (Circuito Capixaba, Copa Alto Tietê, Cidades do Interior, Copa dos Bandeirantes, Copa North, Ecosistema, Enduro de Aventura, Fecatep, Femep, Fepep, Iron Racing, Minas Trekking, Paletada, SP Trilhas, Sul Paulista, Trilha Carioca), possibilitou também a realização do I Congresso Brasileiro de Enduro a Pé.

Além da oportunidade de equipes de diferentes estados se conhecerem e se enfrentarem, observamos, pela primeira vez na história do esporte, diversos organizadores, que no passado viam-se simplesmente como concorrentes, tentando acertar as diferenças para trabalhar juntos por um bem maior, o crescimento do Enduro a Pé.

As três provas tiveram a largada no mesmo local, a praia do Jabaquara, e percorreram ruas da simpática e histórica cidade de Paraty, além de trilhas nas montanhas que cercam a cidade. Na opinião da maioria dos competidores, as provas poderiam ter sido mais exigentes em termos de complexidade técnica e física.

Pequenas diferenças de pontos perdidos separaram as equipes. Qualquer erro de navegação ou de metragem acarretou a perda de muitas posições. Muitos pontos foram apontados para serem melhorados nas próximas edições. Entretanto, o saldo foi considerado extremamente positivo.

Apesar de não haver favoritos ao título tendo em vista o altíssimo nível das equipes presentes, a experiência da equipe Anta, da cidade de Itu-SP, acabou prevalecendo.

Por uma diferença de apenas cinco pontos na classificação geral, ela tornou-se a única equipe bicampeã brasileira, deixando a By-Istaporaí com o vice-campeonato e a equipe Maizena em terceiro lugar, ambas equipes paulistanas.

As decisões mais importantes tomadas durante o I Congresso, realizado simultaneamente ao campeonato, foram as seguintes:

1. Criação da Cobepe – Confederação Brasileira de Enduro a Pé – órgão nacional que integra em sua diretoria diferentes organizadores e atletas, com o intuito de regulamentar o esporte e torná-lo conhecido em todo o território brasileiro.

2. Reconhecimento da Abrapep – Associação Brasileira dos Praticantes de Enduro a Pé como órgão nacional representativo de todos os praticantes do esporte, vinculado à Cobepe.

3. Criação de uma comissão de organizadores e atletas para a padronização das planilhas utilizadas nas competições.

4. Criação de um grupo de discussão virtual para a unificação do regulamento do esporte.

Foram eleitos pelos participantes do Congresso os seguintes integrantes para compor a diretoria da Cobepe:

Presidente: Esdras Martins (organizador dos campeonatos Paulista e Brasileiro – São Paulo – SP)
Vice-presidente: Cadú Freitas (organizador da Trilha Carioca – Rio de Janeiro – RJ).
Diretor Tesoureiro: Paulo N. Tonello (organizador da SPTrilhas – São Paulo – SP).
Diretor Técnico: Edson Maciel (organizador do Cidades do Interior – Valinhos – SP).
Diretor Executivo: Dr. José Maurício Ferreira Lemos (advogado-atleta da equipe Eu, o Zé e as Mina – SP).
Diretor de Relacionamentos: George Hirata (conselheiro da ABRAPEP e atleta da equipe Curtlo Caravana – São Paulo – SP).
Diretor de Captação: Demétrius Alexandre (organizador da Ecossistema-S. J. dos Campos-SP).
Diretor Financeiro : Felipe Barwick (contador e auditor- atleta da equipe Nu Mato Sem Cachorro-São Paulo-SP).
Diretor de Eventos: Silvio Roizentul (organizador do Minas Trekking – Belo Horizonte – MG).
Diretor Administrativo: Leonardo C. da Silva Azevedo (organizador do Circuito Capixaba de Trekking – Vila Velha- ES).
Representante da Bahia: Cassio Nagato (organizador da Paletada – Salavador – BA).
Representante de Minas Gerais: Wellington Coelho (organizador do Iron Racing – Belo Horizonte – MG).
Representante do Espírito Santo: Márcio Borgo Bezerra (organizador do Enduro de Aventura – Vitória- ES).

Os demais estados serão representados pelos organizadores atuantes que se filiarem à Cobepe.

O enduro a pé é um esporte que tem tudo para competir com o futebol em termos de preferência nacional. E a criação da Cobepe trará como conseqüência imediata o fortalecimento do esporte perante a mídia e os patrocinadores. Certamente todos os organizadores filiados serão beneficiados com uma maior credibilidade na hora de solicitar um patrocínio.

Além disso, com a crescente divulgação de forma legalizada e profissional, todos os atuais patrocinadores poderão vislumbrar um aumento do retorno de seus investimentos, uma vez que o mercado de praticantes para este esporte é muito amplo e numeroso.

Vamos torcer juntos para que este momento, tão propício para uma evolução positiva do esporte, seja muito bem aproveitado por todos aqueles que realmente acreditam e investem no Enduro a Pé.

Este texto foi escrito por: George Hideyuki Hirata