Trilha no Patrimônio

Canaviais enfeitam a paisagem. (foto: Eduardo Abranches)

O conteúdo desta reportagem pertence à revista Aventura e Ação, número 126. Ela traz um roteiro por uma região que abriga diversas trilhas de pedal e belas cachoeiras: o distrito de Patrimônio.

Por Eduardo Abranches

Chegar ao distrito de Patrimônio de São Sebastião da Serra, situado bem no meio do estado de São Paulo, não é difícil se você estiver de carro. De ônibus, como eu fui, a coisa complica um pouco. Chegando em Brotas, principal cidade da região, não existe transporte coletivo até Patrimônio aos finais de semana. Durante a semana, a prefeitura disponibiliza ônibus gratuitos ligando uma cidade à outra.

Levei minha bike no ônibus desde São Paulo e explorei a região. O percurso tem como ponto de saída na rodoviária de Brotas. Passa pelo centro da cidade e vai sentido sudeste às plantações de cana. O asfalto segue por um caminho sinuoso, com duas rotatórias e um aclive acentuado, chamado de “Cuesta”.

Os 25 quilômetros que separam a cidade do distrito é um bom começo de viagem àqueles que gostam de pedalar por antigas fazendas de café, estradas de terra, subidas, descidas e cachoeiras, muitas cachoeiras. Inclusive, a maioria das operadoras de ecoturismo de Brotas utiliza as cachoeiras da região de Patrimônio como suas principais atrações na promoção de práticas de turismo de aventura.

Chegando em Patrimônio, você pode esticar um pouco até o centro da cidade e conferir a Represa Jacaré-Pepira. Esta fica no alto da serra, ocupando uma área de aproximadamente 14,5 hectares, onde se pode desenvolver atividade de lazer como nado, pesca, caiaque e passeios de barco, sendo cobrado uma pequena taxa para embarcações (vale lembrar que nos finais de semana, o lugar fica um pouco cheio).

Mas se você quiser distância da multidão, vire à esquerda na estrada de terra logo na entrada do distrito (confira a planilha no final da matéria) e se esbalde por uma trilha deliciosa de se pedalar, passando por diversas cachoeiras.

É cobrada uma taxa de entrada para visitar essas quedas d’água, já que elas se encontram em propriedades particulares. Uma sugestão é levar um cadeado e prender a bike enquanto você aproveita as águas da Cachoeira Escorregador, Quatis, Cassorova e Astor.

Depois de recarregar as baterias nas cachoeiras, continue o pedal por mais uns cinco quilômetros, até chegar nas ruínas de uma antiga fazenda de café. Mais adiante, depois de 10 km, o asfalto aparece de novo. Daí para frente é só seguir em direção a Brotas, observando as placas nas estradas vicinais, totalizando uma distância de 56,63 km.

Cassorova e Quatis – Uma pequena trilha leva até a Cachoeira dos Quatis, com 40 metros de queda. Após um breve descanso, vale a pena fazer mais um curto e moderado trekking, chegando na Cachoeira Cassorova, com 60 metros.

Astor – Constituída por duas quedas, a cachoeira do Astor encanta pelo volume d’água do Ribeirão do Pinheirinho. A primeira queda é ideal para um banho, com 35 metros. Quem já tem um espírito mais aventureiro, pode caminhar por uma trilha mais difícil, para chegar na segunda queda, com 25 metros.

Cachoeira Escorregador – No sítio do “Seu Benedito”, uma pequena trilha margeia um rio. Um pouco mais adiante, uma cascata forma uma piscina natural.

Como chegar lá:
De carro – Saindo de São Paulo, seguir pela Rodovia Anhangüera até Limeira (km 145). Entrar na rodovia Washington Luis, sentido Itirapina. Pagar a SP-225 até Brotas (totalizando 261 km). De Brotas, seguir mais 25 km ao sudeste, sentido Represa Jacaré-Pepira.

De ônibus – Existem 3 saídas diárias de São Paulo diretamente para Brotas. A lei permite o embarque de bicicletas, mas alguns motoristas podem encrencar alegando que o bagageiro está lotado, a bike é grande demais ou pode sujar a bagagem dos demais passageiros. Argumentos válidos. Embalar a magrela ou usar a mala-bike (bolsa especialmente desenhada para esse fim) resolve a questão.

Telefones Úteis