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Tripulantes do ABN Amro 2 falam da perda de Hans Horrevoets; velejadores não sabem se continuarão


ABN Amro 2 (foto: Jon Nash/ Team ABN Amro)

O triste capítulo no final da maior regata de volta ao mundo, da morte do velejador holandês Hans Horrevoets, regulador de velas e timoneiro do barco ABN Amro2, que caiu do barco no Oceano Atlântico, a Volvo Ocean Race, teve mais revelações nessa semana.

O comandante Sebastien Josse informou que o velejador holandês não estava usando os equipamentos de segurança que poderiam ter evitado o acidente: sem colete salva-vidas e sem a linha da vida (cinto que prende o velejador ao barco, um cabo preso na roupa e no corrimão do veleiro), pois seria o último a colocá-lo, já que estava regulando a vela mais importante para aquele momento, o balão . “Velejávamos com vento a favor de 25-30 nós”, disse Josse. “Eu estava na roda de leme e Hans regulando a vela balão. De repente, um mergulho e Hans não estava mais lá… quando conseguimos resgatá-lo, começamos com os procedimentos de socorrorismo”. Hans foi resgatado para o barco, mas morreu.

Simon Fisher, navegador da equipe, disse que a situação do mar se complicou naquele dia. “Descemos as escadas para colocarmos nossos coletes e Hans estava controlando a vela mais importante, por isso seria o último a descer”, explicou Simon. “Ainda estávamos no processo de nos fixar no barco quando Hans caiu”, lembrou. “Passei o tempo todo na cabine e como navegador, sou responsável por apertar o botão de aviso homem ao mar, por assegurar que voltaríamos ao ponto em que perdemos Hans. Somos velejadores e ao mesmo tempo que nos preocupamos com a segurança, estamos em competição.”

A equipe do ABN Amro 2 não decidiu se continuará na competição. “Tomaremos essa decisão como um time unido. Não precisamos correr; vamos anunciar isso mais tarde”, explicou Simon.

O Diretor técnico de vela do Team ABN Amro, Roy Heiner, também expressou seu pesar na coletiva. “Nada no mundo pode nos preparar para algo como isso. Hans era um amigo muito próximo, velejamos em volta do mundo juntos”, disse. Ele também falou sobre a continuidade da equipe. “Os velejadores irão decidir. Eles precisam decidir como um time, não iremos permitir o time se separar, mas primeiro de tudo, precisamos superar essa perda”, contou.

O brasileiro Lucas Brun – Lucas, o único brasileiro a competir na Volvo Ocean Race em barco estrangeiro estava no convés quando tudo aconteceu, ajudando Andrew Lewis a baixar a vela, preparando tudo. “Todos cumpríamos nosso papel a bordo. Assim que conseguimos colocar o Hans de volta ao barco, foi uma situação muito difícil de lidar. Ele estava regulando as velas, brincando conosco e no minuto seguinte estávamos o resgatando da água”.

“É uma situação muito difícil”, fala Lucas. “Depois do acidente, é preciso voltar para o convés, para o turno de cada um. Normalmente eram quatro velejadores em cada turno, depois ficaram só três. O que nós iríamos dizer? De que iríamos conversar? Não tem como se preparar para isso, não se pode imaginar”.

Lucas acho que todo o grupo, não somente ele, tomaria a decisão de velejar na Volvo de novo. “Acidentes acontecem: isso foi um acidente e poderia ter acontecido com qualquer um de nós. A vida é assim. Foi um momento muito difícil”.

Este texto foi escrito por: Redação Webventure