Marcelo Ferreira depois da in-port (foto: Daniel Costa/ www.webventure.com.br)
Direto do Rio de Janeiro (RJ) – Ao montar a primeira bóia da in-port race deste sábado o Brasil 1 recebeu uma punição vinda de um protesto do Movistar. O veleiro brasileiro teve que baixar o balão e dar uma volta de 360 graus. Isso deixou o barco brasileiro em último lugar e foi decisivo para o resultado final da regata.
Queríamos muito essa vitória, mas tivemos problemas. No final o quarto lugar acabou salvando a nossa regata, disse João Signorini, o Joca. Nossa tripulação foi impressionante. Tomamos a penalidade e tivemos que fazer o 360, mudamos várias vezes de vela e as manobras saíram certas. Só temos que agradecer o pessoal que veio nos ver, falou o regulador de velas do Brasil 1.
Esse tipo de penalzação acontece durante a regata, é normal. O júri achou que nós estávamos errados e tivemos que tirar o balão. É mais um motivo para parabenizar a tripulação. Em um barco de 70 pés, com um balão de 500 metros quadrados de área, fazer essa manobra rapidamente como fizemos não é fácil, disse.
Palavra do comandante – Torben Grael saiu do Brasil 1 com a mistura de frustração e alegria. As pessoas vieram hoje para torcer para o Brasil 1 e não somente por curiosidade. Logo depois da penalização ficamos um pouco frustrados, mas a regata continua e não pode ficar lamentando, disse.
O comandante valorizou a disciplina dos espectadores brasileiros de seguir as normas da Marinha. Os estrangeiros estavam com uma preocupação enorme da raia ser invadida e ficar sem controle, mas felizmente isso não aconteceu, afirmou.
Na comparação com a regata da equipe vencedora, Torben tem a explicação para o bom desempenho do ABN Amro 1. Tivemos um vento mais forte do que o esperado, o que é bom para o barco deles. Para eles pode ter sido um passeio, mas para nós não foi bem assim, disse.
Outro que comentou a regata após a chegada do Brasil 1 na Marina da Glória foi Marcelo Ferreira. O que me deixa triste é não ter o resultado esperado para esse público que veio prestigiar a regata. Uma coisa que a vela nunca tinha visto, esse apoio tão grande, disse.
Para ele, o conhecimento da raia foi um fator que atrapalhou a equipe brasileira, ao invés de ajudar. Tem o problema de quando se conhece uma região, achar que o vento vai dar aquela rondada para o lado certo, mas acabou não acontecendo hoje. Quem foi por Niterói acabou se dando melhor, ao contrário de nós, lamentou.
Porém, o dia não foi só de lamentos para o velejador. Nós vimos o primeiro lugar ir embora quando estávamos velejando muito bem, principalmente no contravento, mas também com vento de popa. Vamos ver se para a próxima perna, que vai ser quase só contravento, vamos nos dar bem, concluiu.
Este texto foi escrito por: Daniel Costa