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TSO calcula os prejuízos com a operação de transporte

Dois cargueiros Antonov 124s não foram o suficiente para dar conta da operação de transporte montada pela organização do rali Paris-Dakar-Cairo. Hoje pousou em Niamey um terceiro avião para participar para auxiliar no transporte de todo o rali até a Líbia. Enquanto isso a TSO tenta calcular os prejuízos, já avaliados na faixa de 5 milhões de dólares com o aluguel dos aviões e o cancelamento das etapas. Com a mudança o rali perdeu 3.720 km do percurso original o que forçou a mudança na estratégia de muitas equipes.

Nas motos a equipe KTM entrou hoje com um recurso frente a organização da prova, acusando os pilotos Richard Sainct, Oscar Gallardo e Jean Brucy da equipe BMW pela assistência recíproca praticada por eles na Especial do dia 9. Na ocasião, o líder da equipe Richard Sainct teve seu pneu furado, sendo assistido por Oscar Gallardo que lhe passou o seu próprio pneu para que Sainct pudesse continuar na prova. De acordo com a KTM este tipo de assistência não seria permitido de acordo com o regulamento do rali.

Enquanto isso as equipes aproveitaram os dias de folga para realizar realizar acertos nos carros, motos e caminhões. A movimentação entre as equipes de mecânicos durou até o meio-dia de hoje, horário em que os veículos foram entregues a organização do rali para o transportes. Os carros ficam a partir de hoje em regime de parque fechado.

Enquanto não são transportados para a Líbia, os pilotos e navegadores aproveitam para descansar em Niamey, o que não chega a ser um dos pontos mais agradáveis do rali. “Para mim é horrível ficar aqui sem ter o que fazer. A cidade é muito pobre, suja, marron. Não temos aonde ir e no hotel somos alertados o tempo todo sobre riscos de assalto. Ontem peguei um táxi, fui até o mercado da cidade e acabei experimentando uma especialidade do lugar: gafanhoto frito. Tirei a cabeça e as pernas e comi, ele é grande 15 cm, tem gosto de peixe”, contou o navegador Alberto Fadigatti, companheiro de Reinaldo Varella na equipe Hollywood Troller.

Já o piloto Cacá Clauset, aproveitou o dia para re-encontrar Jean-Louis Schlesser com quem trocou informações sobre o Dakar em outubro, na Argentina. Schlesser se mostrou bastante impressionado com os Trollers. “Vocês que estão estreando, não conhecem, não têm prática, precisam ir muito devagar, poupem os carros”, aconselhou o francês, campeão do Dakar 1999 e um dos favoritos para vencer a prova este ano. Marcos Moraes, navegador em dupla com Roberto Macedo, aproveitou para convidar Schlesser para participar do Rally dos Sertões, em julho. O francês se mostrou interessado e prometeu pensar com carinho na posibilidade.

Hoje o brasileiro André Azevedo, segundo colocado aproveitou o dia livre para fazer um balanço da sua situação no Dakar. André está 40 minutos atrás do caminhão Kamaz dos russos Vladimir Tchaguine, Semion Yakoubov e Serguei Savostine. “As cinco etapas restantes são fortes, mas a do dia 23 é muito pequena, será mais uma festa de chegada. Mas nas outras cinco, a navegação será muito importante e podemos melhorar. Mas não será fácil”, declarou André.

Este texto foi escrito por: Gustavo Mansur