Fabio no cume do Kilimanjaro (foto: Helena Coelho)
Helena fala em sua nova coluna as conquistas de um grupo que chega ao topo do Kilimajaro e o que isso pode significar para cada um de nós.
Às 6h30 da manhã, o sol vem aparecendo devagar no horizonte… Uma lágrima de emoção brota nos olhos extasiados da Ângela, e o Fábio não perde tempo: pega a câmera digital, tira as luvas para melhor sentir os botões da máquina e começa a disparar sem parar, o Matsumoto fica só observando as “neves eternas do Kilimanjaro”.
Nada mais que um momento e as reações foram completamente diferentes, todas carregadas de emoção.
Chegar ao Uhuru Peak no Kilimanjaro, Tanzânia – o ponto culminante da África, com 5.895 metros – foi uma experiência forte para o grupo. Após cinco dias de caminhada, fazendo a ascensão pela Machame Route, um caminho que permite uma diversidade de flora e de visual além de fazer uma travessia em altitude contornando a montanha em uma das faces, acampamos ao lado do Barafo Hut 4.600m de altitude – apenas descansamos algumas horas e saímos à meia-noite e meia para a subida ao cume.
O objetivo era chegar antes do amanhecer. Pegamos muito vento e fortes rajadas durante a subida; o pessoal resistiu bravamente, sem muitas paradas para não correr o risco de congelamentos devido ao frio que o vento nos causava. Uma looooonga subida que nos leva a boca da cratera, antes de galgarmos os últimos metros até a chegada ao cume.
A subida desde a Machame Gate está bastante conservada pelo pessoal do parque; o caminho que antes era um lamaçal na rain forest agora foi todo refeito, com madeiramento escorando as laterais e escoamento para água; as áreas de acampamento estão bem estabelecidas e há banheiros rústicos em vários pontos da trilha.
A floresta de lobélias e algumas quedas de água do rio Karanga parecem formar um Jardim do Éden permeando o caminho para o acampamento Barranco que fica na boca de um vale. O tempo todo avistando o Mt. Meru pairando acima do mar de nuvens, enquanto subíamos para os campos mais altos.
No caminho, “escalaminhamos” os poucos mais de 100 metros do conjunto de rochas LavaTower – 4600 m de altitude no ponto mais alto.
A subida toda é muito bonita pelo visual do Kilimanjaro e da região; isso sem falar da convivência com os carregadores, cozinheiro e guia local que somos obrigados a ter conosco por norma do parque; aliás isso acontece lá e também no Brasil, onde o pessoal tem obrigado em alguns Parques a contratação de guias locais.
Porém, com eles aprendemos um pouco mais da vida desse povo que habita a Tanzânia e faz da montanha a sua sobrevivência. Uma convivência bastante cordial quando se está aberto para um jeito diferente de ser, uma cultura diferente da nossa. Uma convivência bastante boa com uma natureza que ainda nos presenteia com um amanhecer inesquecível com as “neves eternas do Kilimanjaro” compondo o cenário.
Este texto foi escrito por: Helena Coelho