Certa vez, eu e alguns colegas decidimos ir visitar um outro colega em um sitio em Ibirité (MG). Depois de chegarmos e nos hospedar, Flávio, o dono do sítio fez um comentário sobre um lugar de mata fechada que havia nas proximidades. Nossos corações, que mais parecem bússolas e os indicadores de aventura logo apitou.
Colocamos roupas adequadas e fomos desvendar o lugar desconhecido. Andamos aproximadamente uns 20 minutos mata adentro e nos deparamos com um lugar onde parecia que o homem nunca havia posto os seus olhos.
A água do rio ribeirão que corria parecia estar uns 10 graus abaixo de zero, era muito gelada, mas mesmo assim resolvemos continuar a expedição. Ao olhar para a copa das árvores podíamos ver uma quantidade enorme de micos que, pulando de galho em galho, nos observavam.
Cada vez que nos aprofundávamos pela mata, descendo pelo rio (o único caminho que ainda dava para passar), a mata a nossa frente ia se fechando e chegou em um ponto que não dava mais para seguir.
Por estarmos de certa forma despreparados, pois não tínhamos ido ali para expedicionar e sim de visita, tivemos que voltar de certa forma decepcionados por não poder seguir em frente, mas também, de certa forma vitoriosos por termos sido privilegiados com tanta beleza numa paisagem a qual meus olhos nunca tinham visto antes e quem sabe jamais verão outra vez…
Este texto foi escrito por: Vanderlei Ramalho
Last modified: março 8, 2002