Em nova coluna, a fotógrafa Fernanda Preto relembra a evolução da fotografia desde a criação dos primeiros processos.
Por sugestão de um internauta, vou contar um pouquinho da história da fotografia no Brasil e no mundo, apenas relembrando brevemente a descoberta dessa arte que revolucionou a história da comunicação, dando início à era da imagem.
Muito tempo antes de surgir a primeira fotografia, seus materiais básicos da química e óptica já eram conhecidos. No tempo de Aristóteles, já se conhecia o fenômeno da produção de imagem pela passagem da luz através de um pequeno orifício. No século 5, Alhazen, um sábio árabe, descreveu como observar um eclipse solar no interior de uma câmara escura. Na Renascença, se acrescentou uma lente neste orifício.
Leonardo da Vinci observou o fenômeno quando fechou todas as janelas e portas de seu quarto, ficando no escuro. Naquele momento, notou que na parede em frente à janela estava projetada a imagem do quintal, com os lados invertidos e de cabeça para baixo. Reparou que um pequeno orifício selecionava os numerosos raios de luz refletidos pelos objetos do quintal, projetando sua imagem nítida na parede oposta ao quintal.
A primeira imagem – Foi o francês Niépce que, com betume branco (asfalto natural, semelhante ao asfalto que vem da destilação do petróleo bruto), conseguiu a primeira imagem, cobrindo uma placa de estanho com essa substância que endurece quando exposta à luz. Deixou cerca de 9 horas dentro da câmara escura e depois retirou as partes não expostas à luz. Ele chamou esse processo de heliografia.
Durante um tempo trocaram informações e, após a morte de Niépce, o pintor Louis Daguerre impressionou a todos com uma técnica chamada Daguerreotipia, que era um aperfeiçoamento de suas descobertas e das de Niépce. Ele utilizava chapas de cobre, que eram cobertas por uma fina camada de prata, revelando a imagem latente com vapor de mercúrio.
No dia 19 de agosto de 1839, a daquerreotipia foi apresentada aos franceses e se tornou uma data histórica na cronologia da fotografia mundial. O governo francês anunciou a todo o mundo a descoberta de um processo fotográfico chamado daguerreotipia.
Em pouco, tempo a daguerreotipia se espalhou, fazendo a vontade daqueles que queriam ter sua imagem para sempre. Com a impossibilidade do daguerreótipo de fazer cópias, o físico inglês William Talbot desenvolveu o processo negativo/positivo, que é usado ainda hoje. Essa técnica era feita em papel sensibilizado com nitrato de prata, o negativo e o positivo eram prensados entre chapas de vidros, depois expostas ao sol.
Várias inovações foram feitas para melhorar este método, pois era necessário preparar as chapas uma a uma logo após a foto. As chapas secas apareceram em 1871 e já eram preparadas antes. Foi então que George Eastman decidiu tornar acessível a fotografia ao mundo, desenvolvendo em quantidades as chapas secas e, logo depois, filmes em rolo com base de celulóide.
As câmeras – Para esses filmes serem utilizados, Eastman inventou, em 1888, a primeira Kodak, que era vendida já carregada. Quando terminava o filme, as fotos eram reveladas e a câmera era devolvida carregada novamente.
Com o tempo, a fotografia se popularizou e novas marcas foram aparecendo, como Leica, Hasselblad, Rolleyflex e Nikon.
Daguerreótipo
Foi o processo fotográfico mais perfeito que já existiu. Mas tinha um ponto fraco: que quem via a foto enxergava uma imagem em positivo ou em negativo, ou uma combinação das duas. Por isso não era possível pendurar em uma parede. Era feito com chapa de cobre e não era possível fazer cópias.
Calótipo
William Fox Talbot foi quem inventou esse processo. Foi a primeira fotografia que podia ser copiada de um negativo. Tinha um aspecto macio e rico, resultante das fibras de papel do qual o negativo era feito. Mas as linhas não eram bem definidas, o que tornava os detalhes apagados e enevoados.
Chapa úmida
Cópias feitas em vidro. Tinham a vantagem de se adaptar de um negativo a ser formado em positivo. E as pessoas podiam ficar com o negativo.
Ambrótipo
É uma chapa úmida de colódio, com o dorso escurecido por um tecido de verniz. Os fotógrafos descobriram que colocar o negativo sob fundo escuro com a emulsão para cima proporcionava uma imagem positiva. Não era possível mais cópia do negativo, mas era uma forma mais rápida.
Ferrótipo
Chapa úmida de colódio em fundo escuro, porém, ao invés de tecido ou verniz escuro, era usada uma folha de material esmaltado de preto ou marrom, como suporte do colódio. Mas também não permitia cópias.
Enquanto na Europa a valorização da fotografia estava sendo discutida como arte ou não, no Brasil ela foi muito bem recebida e não existia tal preocupação. Foi trazida para o Rio de Janeiro em 1840 por Louis Compte, e o brasileiros consideravam a novidade do momento.
Uns anos antes, em 1830, Hercules Florence, francês radicado brasileiro, em uma de suas invenções, descobriu a fotografia no Brasil, primeiro chamada de “polygraphie”, um meio de impressão. Depois ele pesquisou a possibilidade de reprodução usando a luz do sol, que foi quando a chamou de “photographie”, em 1832. Esses acontecimentos não tinham ligação nenhuma com o descobrimento da foto na Europa.
Para saber mais:
www.kodak.com.br
www.cotianet.com.br/photo
Fonte de pesquisa: Manual da Fotografia.
Este texto foi escrito por: Fernanda Preto
Last modified: junho 12, 2003