Fabricantes queriam desencalhar os estoques (foto: Ricardo Dubeux)
Direto de Miami (EUA) – Durante os cinco dias do Miami Internacional Boat Show de 2009, as fábricas vieram dispostas a reduzir os preços para desencalhar barcos para fora das suas áreas de estoques.
Com o preço médio de barco novo em US$ 13.944, pela primeira vez, o salão mostrou barcos que podem ser financiados por menos de US$ 300 / mês.
Se não bastassem os altos preços dos barcos, ao pensar em comprar um barco, as pessoas ainda tinham que levar em consideração que teriam pela frente o custo de manutenção do barco, ou seja, por exemplo: um barco de 20 pés, em uma marina de Miami, pode chegar a US$ 400 por mês ou mais, embora a concorrência na economia tenha empurrado para baixo dos preços em alguns casos.
Stephen Bogner, gerente de uma marina da cidade de Miami, disse que as taxas variam de cerca de US$ 15 mensais para um pé seco (fora d´água) e de cerca de US$ 20 para um pé molhado (vaga molhada).
Ainda temos as apólices de seguros para pequenos barcos que, geralmente, chega a casa de US$ 400 a US$ 500 por ano, ou cerca de 5% do valor do barco. Comprar um barco é como fazer uma família, tem custo alto, mas nos dá muitas felicidades.
Como fazer um evento náutico no meio de uma crise econômica? – Passei todos os dias da feira pensando em como a indústria náutica estava passando depois do inicio da crise americana. A realidade é que a crise econômica mexeu muito com o ramo náutico, pois esse ano existiu menos 75 expositores em relação a feira do ano passado. Tivemos menos pessoas participando da feira sem falar nos hotéis que também não obtiveram os mesmos resultados positivos dos anos anteriores.
Ainda assim, existiram alguns pontos positivos, como foi o caso do estande da Donzi, onde o vendedor Blane Aarup disse que na sexta-feira a empresa havia feito duas vendas muito boas: uma de um barco modelo Sarasota, de 35 pés (10,6 metros), no valor de US$ 200.000. E uma outra venda um de 38 pés (11,6 metros), fechado por US$ 350.000.
Consegui ver pessoalmente inúmeros negócios sendo fechados, sinos sendo tocados e vibração de vendedores e fabricantes. Mas o que mais me chamou a atenção foi a adequação a realidade da recessão econômica que assola os Estados Unidos, onde os organizadores do evento criaram o “Pavilhão Acessível”, mostrando barcos que poderiam ser comprados através de financiamento com os pagamentos de US$ 300 por mês.
Como seria bom se no Brasil tivéssemos planos de financiamentos para todos os tipos de barcos, facilitando assim o acesso de toda população ao esporte que tantas medalhas traz para nosso país.
Este texto foi escrito por: Ricardo Dubeux
Last modified: fevereiro 26, 2009