Dupla da Troller se tornou campeã com um terceiro lugar no Rally dos Amigos. (foto: Luciana de Oliveira / Webventure)
Uma especial, na última de cinco etapas, definiu o Campeonato Brasileiro 2002* de rali cross country em favor da dupla Reinaldo Varela/Edgar Fabre (Troller) com um terceiro lugar no Rally dos Amigos, disputado ontem. Eles chegaram na frente dos principais concorrentes, Édio Füchter/Milton Pereira (Chevrolet), saindo da vice-liderança no campeonato direto para o título.
Título não é novidade para Varela, primeiro campeão brasileiro da modalidade (2000). Mas a conquista vem logo na estréia de sua dupla com Edgar Fabre, navegador que ele conseguiu por indicação e com quem nunca tinha andado antes da primeira etapa do Brasileiro, o Terra Brasil (em maio/junho). Para saber os segredos do que já tinha sido anunciado como um casamento que deu certo, o Webventure entrevistou os campeões. Confira.
Webventure Dizem que vencer no final é mais gostoso. Vocês concordam?
Edgar Fabre Em todo o campeonato, você saía bem, mas acontecia alguma coisa… ninguém era favorito. Hoje foi igual: nós largamos e no início carro não fazia curva direito. Depois fomos vendo que os outros também tiveram problemas. O circuito era muito rápido, mas técnico, com várias árvores na área de escape. No final, chegamos em terceiro e conseguimos tirar a desvantagem que tínhamos contra o Édio Füchter, que foi um excelente concorrente.
Reinaldo Varela – Demorou mais de uma hora para confirmar o nosso título porque dependia de muitos resultados. E até o final, o coração ficou batendo forte… Mas é cada vez mais gostoso, tem sempre aquela adrenalina.
Webventure Esse título confirma a sintonia de vocês mostrada com a vitória no começo de tudo, no Terra Brasil.
Fabre – No Terra Brasil, eu nunca tinha andado com o Varela, fizemos só um treino rápido. Ele me chamou baseado em indicações. Quando fomos andar, saímos na frente já no prólogo, depois ganhamos aquele rali. Mesmo não tendo ganho as outras provas, vi que a confiança dele em mim foi aumentando. Hoje mesmo eu falava: Varela, vai devagar, vamos manter (o ritmo) neste trecho que está muito difícil… e ele me escutou bastante. Do mesmo modo eu aprendi muito. Ele não ficou com aquele estrelismo, ele confiou em mim. E esta confiança mútua é que deu certo.
Varela – A sintonia com o navegador não é só dentro do carro. Tem que ter aquela empatia, aquela namoradinha que a gente fala. É muito tempo junto. Até o cheiro, o ronco… Desde que começamos a conversa foi direito, como se fosse uma sociedade, colocamos os pingos nos is. Durante todo o campeonato não tivemos nenhuma desavença, isso é até meio anormal…
Webventure Varela, você que participou de todas as edições já realizadas do Brasileiro, como avalia esta terceira?
Varela – O Campeonato Brasileiro começou bem, desde o regulamento da ABRACC, da qual eu participo, que não deixou que se abrisse muita vantagem entre os primeiros colocados. Ficou um campeonato competitivo desde quando abriu até o final. Teve tudo para que não deixemos nada a desejar às provas lá de fora.
Webventure E os planos da dupla para 2003?
Varela – Existem novidades para 2003, mas não podemos dizer nada ainda.
Fabre – Espero que no ano que vem a gente tenha a mesma sorte, porque para ser campeão não basta competência e um carro muito bom, a gente tem que ter sorte. E quem quiser começar, vamos lá, andar de jipe, fazer rali de regularidade que é o começo de tudo e bom para pegar macetes de navegação.
(*) A classificação final do Campeonato Brasileiro ainda não foi oficialmente divulgada.
Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira