A equipe Suindara foi a vencedora da prova longa. (foto: Sammy W./Divulgação)
A terceira etapa da temporada 2003 do Caloi Adventure Camp contou com aproximadamente 500 atletas, recorde nas provas de corrida de aventura realizadas pela Caloi. Os competidores estiveram em Santa Rita do Passa Quatro (SP) no último fim de semana (31/05 e 01/06).
Além da prova longa, para atletas experientes, foram realizadas uma prova curta e uma clínica chamada de Camp, que deu orientações aos novatos sobre as modalidades trekking, orientação, técnicas verticais, canoagem e mountain bike.
A largada aconteceu às 8 horas de domingo, com a mountain bike. Cerca de uma hora após o início, os primeiros atletas estacionavam suas bikes na área de transição e seguiam de trekking ao próximo Posto de Controle. Na seqüência vieram bóias-cross, trekking e rapel.
Entre os iniciantes, a equipe Pedal Power foi a primeira a cruzar a linha de chegada em pouco mais de cinco horas, seguida pela equipe Mamelucos, vencedora da etapa passada, em Nazaré Paulista, e a Kanners.
Na prova longa, a primeira colocação ficou com a Suindara/ raid terra, que completou o percurso em 18h55. Logo atrás vieram Qualyfrut Rosa dos ventos e Marina go.
A próxima etapa será realizada em Brotas, interior de São Paulo, nos dias 12/07 e 13/07.
Resultados da 3ª etapa
Prova longa
1)Suindara/ raid terra
2)Qualyfrut Rosa dos Ventos
3)Aroera
4)Endorfina
5)Dupla de 4
Prova curta
1)Pedal Power
2)Mamelucos
3)Kanners
Confira o relato de Danilo Olzon de Souza, da equipe Suindara, que venceu a prova longa do Circuito Caloi Adventure Camp, no último fim de semana (31/05 e 01/06).
“Pessoal,
Depois de quase um ano sem correr (nossa última corrida foi o Mini-Ema), a equipe Suindara voltou a marcar presença em corridas de aventura. Desta vez foi em Santa Rita, no Adventure Camp. Seria uma corrida com cerca de 20hs e 130km e o time foi formado por por Victor, Rose, Danilo e Rafael, com os apoios de Alessandro, Andréia, Solange e Renata.
Após uma noite bem dormida acordamos, comemos e fizemos os últimos preparativos para a prova.”
Da largada ao PC3(bike)
“A largada foi tranqüila, fomos uns dos últimos a passar pelo pórtico, afinal em corrida longa não precisa se matar… Para sair da cidade fizemos um caminho diferente de todos. De repente pulamos para a estrada e atrás de nós tinha um pelotão de bicicletas. Era um trecho sem navegação e, no asfalto, apertamos o pé e chegamos em primeiro ao PC (posto de controle) 1, que era virtual.
Eu e o Rafael descemos até a base da cachoeira, que foi o rapel do ano passado. Quando chegando lá, tinha escrito em um papel: “Quantos degraus tem até em cima?”. Voltamos contando, concentrados, montamos nas bikes e fomos para o PC2, em direção aos famosos canaviais.
Chegamos em segundo lugar, 4 minutos atrás da Runner, que escolheu outro caminho. Seguimos animados e, ao chegarmos no ponto em que devíamos entrar no asfalto, um mal entendido com um fiscal fez com que pedalássemos o tempo todo ao lado da estrada em um pasto, enquanto várias equipes passavam pelo asfalto. Aquilo gerou um certo desânimo na equipe. No final, conversamos com o Du e algumas equipes foram penalizadas por isto. Mas tudo bem, ainda estávamos no começo da corrida e muita coisa iria rolar…
Chegamos ao primeiro AT (Área de Transição), 16 minutos atrás da Rosa dos Ventos, em quarto lugar.”
Do PC3 ao PC4 (duck e bóias)
“Chegamos um pouco nervosos ao AT 1 e nem curtimos muito a recepção que nosso apoio montou para nós. Comemos algumas coisas, bebemos e fomos para a água. Eu e o Rafa começamos nas bóias; o Victor e a Rose foram remando no duck. Era um riozinho estreito e raso, a bóia estava tranqüila até, mas o duck só encalhava… Depois a Rose passou para a bóia e eu fui remar. Quando chegou ao Mogi, achamos que a nossa tática de rebocar as duas bóias e o pessoal batendo pé com a nadadeira fosse dar certo… Não deu. Fomos ultrapassado por três equipes até sacarmos que o lance era subir três no bote para diminuir o arrasto. Chegamos ao AT 2 junto com os desestressados da TAM ;-), 17 minutos atrás da Rosa do Ventos.”
Do PC 3 ao PC7 (bike)
“Essa transição foi mais tranqüila. A Renata fez um curativo de emergência no meu pé. Montamos nas bikes e “vamo que vamo”. Para minha surpresa, minha bike que estava enlameada, com a corrente enroscando e as marchas pulando. Mas, quando deixei no AT, já estava zerada, mais uma mordomia do apoio (valeu Alê)!!!
Chegamos ao PC5 em segundo, meia hora atrás da Matero. No PC6, a diferença caiu para 10 minutos e mais uma vez encontramos com a galera da TAM, que cedeu um quarto de sanduba para mim (valeu!). No PC7/AT passamos para a ponta e a TAM chegou 12 minutos depois.”
DO PC 7 ao PC 15 (trekking)
“A transição foi show: antes que sentássemos tínhamos macarrão quentinho para comer. Lembramos que tínhamos que correr, então fomos embora para o trekking. Descemos para o trilho de trem e entramos em um túnel. O Edu tinha dito que só passava trem de vez em quando…
Depois de muito andar pelo trilho, chegamos ao PC 8. Eu e o Rafa colocamos o “equipo” de verticais e descemos para baixo da ponte, onde subimos uma escada de 35m, a mesma que estava no primeiro trecho do Raid Terra Itirapina. Provei do meu próprio veneno (em Itirapina era um lance de 35m e mais um de 60m, debaixo de uma cachoeira. A todos que subiram as escadas em Itirapina, meu respeito ;-)).
A segunda equipe chegou 18 minutos depois. A partir daquele trecho, a navegação começou a pegar mais. Já era noite e não tinha lua. Chegamos ao PC 10 com 26 minutos de vantagem sobre o time que chegou em segundo. No meio do caminho vimos um tamanduá-mirim, olhando, pasmo, para aqueles quatro loucos ali no meio do nada…
O PC 11 estava na parte baixo da serra e a tal estradinha que desce não estava nada fácil de achar. A segunda equipe só chegou 2hs e 12 minutos depois da gente.
Para chegar no PC 12, mais um caminho complicado. Chegamos à meia-noite e quarenta; a segunda equipe chegou 2h13 depois. A partir dali entramos em um riozinho, bem gelado por sinal, e fizemos aquele trecho com os pés roxos de frio. O PC 13 era virtual e ali estava escrito “Que frio, hein?”.
No PC 14 encontramos um pessoal legal, tinham uma fogueirinha e nós ficamos descongelando ali por um tempo. O pessoal deu chá para nós, foi maravilhoso. Na hora de sair do PC, com o corpo quente, foi terrível. E ainda tivemos de passar por uma ponte de Indiana Jones…
Precisávamos então subir a serra para chegar no AT. Procuramos a tal trilha do mapa e nada… Resolvemos arriscar e, ao invés de ficarmos procurando, demos uma volta que nos atrasou em 1h. Quando chegamos ao PC estávamos crentes que as outras equipes teriam passado na nossa frente, pois estávamos o tempo todo achando que havia luzes atrás de nós.” (continua no link abaixo).
“Chegamos ao AT e, beleza, ainda estávamos na frente. Mais comida quente, trocamos de tênis e fomos embora que a outra equipe devia estar na cola. Corremos para pegar o cavalo ali perto, pois naquele trecho seguiria um a cavalo, dois de bike e um correndo.
A escolha do cavalo não foi das melhores. Eu e o Rafa fomos na frente e ficamos esperando o cavalinho chegar. Quando vimos a velocidade com que o Pocotó se deslocava, ficamos pasmos. Com aquela desenvoltura, com muita sorte, o Pocotó faria uma média horária de 5km. A Rose pegou o bichinho e foi correndo e puxando.
Quando chegamos no local do PC 16, não encontramos nada. Vai daqui, acorda um ali, e nada de Sítio do Nivaldo. Conferimos tudo, batia tudo com o mapa, as fazendas que estavam indicadas existiam, os azimutes da estrada batiam, a altitude, etc.”
De volta – “Depois de mais de 2 horas procurando, resolvemos voltar para onde pegamos o cavalo e perguntar para eles. No meio do caminho encontramos com a Rosa dos Ventos. O Victor desceu com eles até o suposto PC. Eles viram que não tinha ninguém, mas que o local era ali mesmo. Optaram por deixar as bikes lá e seguir, como se o PC fosse lá.
Decidimos procurar a organização, pois também não sabíamos o que fazer. Encontrei o Du e ele foi comigo até lá embaixo. Chegando lá, constatou-se que o PC estava plotado errado. Foi feita uma reunião com as equipes que estavam ali (àquela altura tinha umas 4 ou 5) e foi resolvido que a prova havia terminado no PC anterior.
Então vencemos a prova, de uma forma inusitada, mas eu acho justo, pois estávamos mais de 2 horas à frente da segunda equipe e aquele trecho final deveria levar entre 3 e 4 horas. Tivemos de ir dali para Santa Rita puxando o Pocotó. Foi bem sofrido, pois o nosso ânimo esta beirando o zero.”
Conclusões – “Ficamos felizes com o resultado, depois de tanto tempo não sabíamos o que aconteceria. Deu para ver que a Rose continua forte com sempre e o Victor, navegando muito bem. O Rafa recebeu seu batizado na Suindara, sendo inclusive mordido por um cachorro.
É isto ai, valeu! Agradecemos a academia Max Gym, que nos apóia, e também ao apoio da Andréia, Solange, Renata e Alessandro. Sem eles não chegaríamos tão bem colocados, eles foram surpreendentes e já estão prontos para atuar em equipes de ponta (mas espero que continuem com a gente…).
E parabéns ao Edu e ao Zolino, a prova estava como sempre muito boa e técnica, pena que não conseguimos completar todos os PCS.”
Este texto foi escrito por: Webventure
Last modified: junho 4, 2003