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Veja como foi o Rally dos Sertões 2003


André Azevedo e Robson Pereira no Rally dos Sertões 2003 (foto: Donizetti Castilho)

São Paulo – A 11ª edição do Rally Internacional dos Sertões foi uma das mais difíceis. Depois de 3.825 quilômetros entre Goiânia e São Luís, José Hélio ganhou nas motos com uma KTM 520. Guilherme Spinelli e Marcelo Vívolo, da equipe Mitsubishi Racing, foram os vencedores entre os carros com Mitsubishi L200 Evolution. E nos caminhões Carlos e Guido Salvini, pai e filho, venceram de Mercedes-Benz. André Azevedo e Robson Pereira, da equipe Petrobras Lubrax, também de Mercedes, um 2428, foram vice-campeões.

Klever Kolberg e Lourival Roldan, de Mitsubishi L200 Evolution, chegaram a vencer duas etapas, mas tiveram que abandonar depois de problemas mecânicos no carro. Jean Azevedo, que completa o time com uma KTM 525, sofreu um acidente logo no primeiro dia quando bateu em uma porteira que estava fechada na etapa cronometrada (uma falha lamentável da organização).

A prova também ficou marcada como a maldição da liderança. Na categoria carros, líderes após líderes tiveram problemas. O primeiro deles foi Klever Kolberg, primeiro líder e na segunda etapa teve problemas mecânicos. Então a dupla Édio Füchter/Milton Pereira (Chevrolet S10), que assumiu a ponta na segunda etapa e quebrou na terceira. Reinaldo Varela e Edgar Fabre, da Greco Motorsports, herdaram a posição, mas na quarta etapa também teve problemas mecânicos. Chegou a vez de Edu Piano e Nilo de Paula, que resistiram na quinta etapa, mas na sexta quebraram e abandonaram. Guilherme Spinelli e Marcelo Vívolo passaram para a ponta, lado a lado com Paulo Nobre e Dico Teixeira, da equipe Palmeirinha Off Road, mas também com problemas mecânicos, foram para trás. Spinelli conseguiu espantar a maldição para as motos, que recaiu sobre o líder Juca Bala, que perdeu a prova no último dia.

Se por um lado o Sertões 2003 foi um dos mais difíceis da história, a competição deste ano também foi marcada pelo recorde nas ações sociais. Equipes e organização distribuíram 130 toneladas de alimentos, realizaram 2.000 exames de diabetes, doaram roupas, brinquedos e 21 mil livros para a montagem de 9 bibliotecas nas cidades por onde passou a competição. Só a equipe Petrobras Lubrax doou 20 toneladas de comida para a população carente. Toda ação do time foi coordenada pelo advogado Ary Kolberg, pai de Klever.

Televisão Klever Kolberg foi um dos personagens do reality show do canal AXN, da Sony/Columbia Pictures. Uma equipe com vários profissionais acompanhou cada passo do piloto antes da largada e durante o Sertões. As reportagens serão exibidas em cinco programas de 30 minutos cada para o Brasil e vários países da América Latina entre os dias 2 e 30 de setembro, com 10 reprises em horários alternativos.

Veja como foi a prova

23.07 – Prólogo
Num circuito de 2.200 metros em Goiânia (GO) foi realizado o prólogo determinando a ordem de largada da primeira etapa cronometrada, que teve início no dia seguinte. Os vencedores foram nas motos Jean Azevedo, da equipe Petrobras Lubrax, seguido de Juca Bala e o português Luiz Serra.

Nos carros, os mais rápidos foram Franco Giaffone/Alberto Fadigatti, Guilherme Spinelli/Marcelo Vívolo, Ingo Hoffman/Alberto Zoffmann, Klever Kolberg/Lourival Roldan, respectivamente. E nos caminhões a ordem de largada foi a seguinte: em primeiro ficou Ricardo Domingues/Henrique de Oliveira, André Azevedo/Robson Pereira na segunda posição e Luciano Cunha/Carlos Brites terminou na terceira colocação.

Dia 24 de julho: “Especial dos Pirineus”
Etapa 1: Goiânia (GO) – Padre Bernardo (GO)
Deslocamento inicial: 145 km
Especial: 110 km
Deslocamento: 37 km
Total do dia: 292 km
Característica: Pedras, cascalhos, erosões e trial.

Ao final da primeira etapa aconteceu a “Etapa Maratona”, ou seja, os próprios pilotos deveriam fazer a manutenção de seus veículos, sem a ajuda dos mecânicos. Durante a especial, o piloto Jean Azevedo sofreu um acidente e saiu da prova. Ele estava fazendo uma curva de alta velocidade quando bateu em uma porteira fechada (a organização é a responsável pela abertura e manutenção das mesmas). O piloto de moto da Equipe Petrobras Lubrax fraturou o ombro e teve que fazer uma operação para colocar uma placa e dois parafusos no ombro direito. Ele vai ficar dois meses em recuperação.

Nos caminhões, Carlos Salvini e Guido Salvini foram os primeiros a completar o dia. A dupla André Azevedo/Robson Pereira terminou na quarta colocação, poupando o caminhão já que era uma etapa Maratona. Nos carros, um ótimo resultado para a equipe Petrobras Lubrax. Klever Kolberg e Lourival Roldan, de Mitsubishi L200 Evolution, ganharam a etapa do dia na frente de Édio Füchter e Milton Pereira. José Hélio venceu nas motos.

Dia 25 de julho: “Especial do Tranca”
Etapa 2: Padre Bernardo (GO) – Porangatu (GO)
Deslocamento inicial: 62 km
Especial: 200 km para carros, motos e quadriciclos e 137 km para caminhões.
Deslocamento final: 335 km
Total do dia: 597 km
Característica: pedras de diferentes tamanhos, erosões, rios, lombas e cascalho.

Klever Kolberg e Lourival Roldan enfrentaram problemas mecânicos na L200 Evolution (quebra da coluna de direção) e acabaram “forfetando” na etapa (terminar o trecho além do tempo permitido). Os vencedores nos carros foram Édio Füchter e Milton Pereira. Nos caminhões, a dupla vencedora foi Ricardo Domingues/José Saraiva. O caminhão Mercedes-Benz 2428 terminou a etapa em terceiro lugar (a dupla da equipe Petrobras Lubrax teve problemas ao cruzar um rio devido ao alto tráfego e, além disso, durante a especial, os freios dianteiros do caminhão ficaram desregulados). Nas motos, o mais rápido foi o piloto Juca Bala

Dia 26 de julho: “Especial do Labirinto”
Etapa 3: Porangatu (GO) – Palmas (TO)
Deslocamento inicial: 14 km
Especial: 214 km
Deslocamento final: 363 km
Total do dia: 591 km
Característica: estradinhas de fazenda com velocidade média e alta no início, com muitas lombadas. Nos últimos 50 quilômetros a especial será mais travada e estreita. Não há pedras.

A terceira etapa foi intitulada de “Especial do Labirinto” devido ao alto grau de dificuldade de navegação. A especial teve 214 km de extensão num trecho com estradinhas de fazenda com velocidades média e alta no início, com muitas lombadas. Outro dia de falta de sorte para a dupla Klever Kolberg/Lourival Roldan, que teve problemas com o carro (quebra da mangueira que liga o turbo ao intercooler), mas conseguiram reparar, terminando a etapa sem um bom tempo, mas sem forfetar. André Azevedo/Robson Pereira também não foram muito bem na especial: terminaram o dia na quinta posição, mas na classificação acumulada permaneceram em terceiro lugar. Nas motos, Juca Bala venceu o dia. Guilherme Spinelli e Marcelo Vívolo ganharam nos carros de L200 Evolution e nos caminhões a vitória ficou com Ricardo Domingues/José Saraiva.

Dia 27 de julho: “Especial Jalapinha”
Etapa 4: Palmas (TO) – Colinas (TO)
Deslocamento inicial: 76 km
Especial 1: 100 km
Deslocamento: 190 km

“Especial da Arroba”
Especial 2: 66 km
Deslocamento final: 33 km
Total do dia: 465 km
Característica: velocidade média e baixa, lombas, mata-burro e navegação.

Klever e Lourival largaram na 52ª posição e terminam em 4º. “Foi terrível, pois eram duas etapas cronometradas, ou seja, duas vezes largando na poeira. Era como um vôo cego”, disse Klever Kolberg.

Neste dia os competidores enfrentaram duas etapas cronometradas: a primeira de 138 km e a segunda de 66. Os trechos tinham muitas lombas e pontes de tora. A Equipe Petrobras Lubrax se recupera. Nos carros, Klever Kolberg/Lourival Roldan chega em quarto lugar ao final do dia. Nos caminhões, André Azevedo/Robson Pereira terminaram na quarta posição e subiram na classificação acumulada para o segundo lugar. Eles tiveram um dos pneus dianteiros furado (o único do rali) e, já que dispõem de um macaco pneumático juntamente com uma máquina pneumática para tirar os parafusos das rodas, demoraram apenas 20 minutos para trocar o pneu (antes demoravam 40 minutos). José Hélio vence nas motos. Guilherme Spinelli e Marcelo Vívolo ficaram com a primeira colocação nos carros e Ricardo Domingues e José Saraiva venceram entre os caminhões.

Dia 28 de julho: “Especial do Voa Baixo”
Etapa 5: Colinas (TO) – Araguaína (TO)
Deslocamento inicial: 13 km
Especial: 138 km.
Deslocamento final: 62 km
Total do dia: 213 km
Característica: média e alta velocidades, piso de areia, pouca pedra com boa navegação e sinuosidade.

O dia foi mais tranqüilo do rali, com apenas uma especial de 138 km. Os últimos quilômetros desta etapa foram de alta velocidade, com pouca pedra, piso de areia e sinuosidade. Nos carros, Klever Kolberg/Lourival Roldan foram os grandes vencedores do dia, ao lado de Juca Bala nas motos e Alfredo Yahn/João Hermann nos caminhões. André Azevedo e Robson Pereira terminaram em quarto lugar com problemas na barra de direção (ela abriu após um salto).

Dia 29 de julho: “Especial dos Meninos”
Etapa 6: Araguaína (TO) – Carolina (MA)
Deslocamento inicial: 41 km
Especial 1: 66 km.
Deslocamento: 15 km (haverá travessia de balsa)
Característica: areia, trecho travado, trilhas estreitas, pedras e lombadas.

Especial 2: 140 km
“Especial do Jalapão”
Deslocamento final: 47 km
Total do dia: 309 km
Característica: areia e navegação no cerrado.

Segunda etapa do rali com duas especiais. A primeira teve 66 km com trilhas estreitas, pedras e lombadas. A segunda foi de 140 km de areia e navegação no cerrado. Contando com os deslocamentos, o dia terminou com 309 km no total.

Klever Kolberg e Lourival Roldan tiveram mais problemas com a Mitsubishi L200 Evolution. Eles se perderam no km 50 da segunda etapa especial e tentaram algumas alternativas erradas, cruzando o mato. Eles acabaram batendo num tronco, escondido na vegetação. “O troco entrou entre o chassi e a roda dianteira esquerda, forçando a suspensão (bandeja inferior) para trás, que acabou rompendo a fixação. Com a ajuda de uma corrente, fixamos a peça no improviso e saímos da especial muito lentos, mais uma vez forfetando”, lamentou Klever.

O vencedor nos carros foi Guilherme Spinelli/Marcelo Vívolo. Luciano Braga da Cunha e Carlos Brites ganharam nos caminhões. Já a dupla André Azevedo/Robson Pereira chegou em terceiro lugar “Um pedaço de madeira ou pedra arrancou nossa tubulação de ar comprimido do freio traseiro esquerdo. Dessa maneira, o freio travou e a roda ficou bloqueada. Tiramos a cuíca do freio para conseguirmos andar e o desempenho do caminhão ficou comprometido”, argumentou André. Nas motos, Juca Bala ganha mais uma etapa 4min41s na frente de José Hélio.

Dia 30 de julho
Etapa 7: Carolina (MA) Barra da Corda (MA)
Deslocamento inicial: 230 km
Especial: 202 km
Deslocamento final: 4 km
Total do dia: 436 km
Característica: velocidades baixa, média e alta, além de muita areia e depressões na pista.

Na etapa especial deste dia havia uma grande reta com aproximadamente 30 quilômetros. Muitos competidores atingiram a velocidade máxima no trecho. A etapa consistia em uma especial de 202 quilômetros.

O carro da dupla da Equipe Petrobras Lubrax teve problemas com a bandeja e Klever e Lourival abandonaram a prova. “Os mecânicos passaram a noite fazendo o melhor possível para continuarmos na prova, mas a solda no chassi não ficou com a resistência necessária e acabou rachando. Novamente abandonamos a especial. No final do dia, a difícil decisão de abandonar a competição. Para um reparo definitivo no carro seria necessária a troca do agregado da suspensão dianteira, um trabalho enorme para muitas pessoas, o que desviaria a atenção da equipe do carro que liderava a prova (Guilherme Spinelli), colocando em risco a vitória da Mitsubishi. Como nós não tínhamos qualquer chance de uma boa classificação, abandonamos”, contou Kolberg.

Nos caminhões a dupla André Azevedo/Robson Pereira vence a especial do dia com um Mercedes-Benz 2428 apesar de achá-la uma das etapas mais difíceis deste rali. Esta foi uma etapa cheia de árvores e a dupla teve até que arrancar o vidro dianteiro do caminhão para que este não caísse em cima dos pilotos. Para tornar a briga das motos mais acirrada, desta vez José Hélio é quem chega na frente, apenas com 6min29s de vantagem para Juca Bala. Rimaburgo Ximenes e Rogério Almeida, de Chevrolet S10, ganharam nos carros.

Dia 31 de julho: “Especial do Vietnã”
Etapa 8: Barra da Corda (MA) – Barreirinhas (MA)
Deslocamento inicial: 228 km
Especial 1: 132 km
Deslocamento: 110 km
Característica: especial travada de cascalho, com erosões, buracos, depressões e boa navegação.

”Especial das Deps”
Especial 2: 66 km.
Deslocamento final: 17 km
Total do dia: 553 km
Característica: erosão, depressões e areia.

Penúltimo dia de Rally dos Sertões. A etapa é dividida em duas especiais, uma de 132 km e outra de 66 km. Em ambas as especiais há muitas depressões na pista. André Azevedo e Robson Pereira chegam em segundo lugar atrás da dupla Carlos Salvini/Guido Salvini, também de Mercedes-Benz. “Nesta etapa tinham várias porteiras de fazenda e acabei batendo a ponta do pára-choque, amassando o degrau usado para subir na cabina. Este degrau ficou bem em cima do pneu dianteiro esquerdo e toda a vez que a suspensão trabalhava ele encostava nos pneus. Paramos para tirar esta estrutura do degrau e perdemos minutos preciosos.”, lamentou André. Quem vence nas motos desta vez é Juca Bala, seguido por José Hélio. Nos carros, Riamburgo Ximenes/Rogério Almeida são os vencedores da oitava etapa do Sertões.

Dia 1º de agosto: “Especial do Afonso”
Etapa 9: Barreirinhas (MA) – São Luís (MA)
Deslocamento inicial: 0 km
Especial : 93 km
Deslocamento final: 276 km
Total do dia: 369 km

O Rally dos Sertões chega ao fim. Após 3.825 quilômetros os grandes vencedores foram definidos principalmente na última etapa da prova, com alto grau de dificuldade. Nas motos, Juca Bala fica “preso” em um rio e é ultrapassado por José Hélio, que acabou sendo o campeão. Nos carros, Guilherme Spinelli e Marcelo Vívolo por pouco não perderam o título. Eles ficaram atolados em um rio menos de um quilômetro antes da chegada. A dupla foi resgatada pelos jornalistas André Ramos e Ricardo Lopes, que estavam competindo na Categoria Imprensa. Nos caminhões, a vitória ficou com a dupla Carlos Salvini/Guido Salvini, seguidos por André Azevedo/Robson Pereira. “Umas dez pessoas me ajudaram a levantar o caminhão e calçar as rodas. O Luiz (Luiz Antonio Pinto Matheus) e o Alfredo (Alfredo Yan de Andrade) e um trator agrícola 4X4 nos ajudaram e saímos daquele sufoco. Se não fosse a ajuda alheia não teríamos chegado à festa de premiação, que seria no dia seguinte”, afirmou André.

A Equipe Petrobras Lubrax tem patrocínio da Petrobras, Petrobras Distribuidora, Mitsubishi Motors do Brasil, Pirelli, e apoio da Minoica Global Logistics, Banco DaimlerChrysler, Controlsat Monitoramento Via Satélite, Mitsubishi Koala, IBM, Planac Informática, Nera Telecomunicações, Telenor Satellite Services AS, Kaerre, Capacetes Bieffe, Lico Motorsports, Artfix, Sadia, Dakar Promoções, Vista Criações Gráficas, Adventure Gears, Kodak Professional, Mercedes-Benz Caminhões, ZF do Brasil e Behr.

Assessoria de Imprensa Equipe Petrobras Lubrax
Pabx.: (11) 3865-5741
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Site oficial da equipe: www.parisdakar.com.br

Este texto foi escrito por: VipComm