Vista do cume do Lhotse. (foto: Divulgação)
Após colocar a bandeira brasileira a 8.501 metros de altura, no cume do Lhotse, com seu companheiro de escalada Irivan Gustavo Burda, Waldemar Niclevicz emocionou-se. Veja o depoimento do alpinista, extraído do site www.obrasilnoeverest.com.br.
É com extrema alegria, com grande satisfação, que lhes escrevo do acampamento-base, depois de sete dias de intensa atividade nas altitudes elevadas do Everest e do Lhotse. Saber que estou em lugar seguro, longe dos ventos enfurecidos, bem abaixo do insuficiente ar rarefeito, me traz uma imensa tranquilidade, tenho certeza que ao Irivan também.
Fomos recebidos com entusiasmo, hoje, às 15 horas, pelos nossos amigos aqui no acampamento-base, depois de uma longa descida desde o acampamento 2, com uma mochila extremamente pesada. Marcelo Bonga, Alir Wellner e Paulo Máfia nos abraçaram emocionados, afinal, também vivenciaram cada segundo de nossa aventura e tiveram cada um sua importante parcela nesta grande vitória.
Sim, meus amigos, uma grande e inesquecível vitória para o esporte brasileiro foi conseguida com duros esforços nesses últimos dias. Escalamos o Lhotse, a quarta maior montanha do mundo, uma das mais difíceis (só existem 14 montanhas no mundo com mais de oito mil metros).
Condições inadequadas – Sim, infelizmente não escalamos o Everest. Tentamos, e com muita vontade, mas entendemos que as condições no Everest estavam fora de nosso controle, quando fomos carregados por uma avalanche. A quantidade de neve acumulada pelo caminho oferecia o perigo eminente de novas avalanches, risco que preferimos não correr novamente.
E também, é bem provável que apenas o Irivan e eu não conseguíssemos abrir caminho até o cume sobre tanta neve fresca sozinhos, uma vez que nossos colegas de expedição, e também nossos sherpas, não estavam em condições de nos ajudar, por questões de saúde.
A expedição japonesa, chefiada pelo Katayama, composta por três alpinistas e por três sherpas bastante fortes, fez um ataque ao Everest ontem e retornaram exaustos, sem atingir o cume principal. Bravamente chegaram até o cume sul, de 8.751m.
E hoje, como se os deuses estivessem apenas esperando a nossa descida, nuvens escuras tomaram conta da atmosfera. Quando chegamos no acampamento-base, começou a nevar. Aproveitamos a janela de bom tempo, estivemos no lugar certo, na hora certa.
Este texto foi escrito por: Webventure