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Vela em Pequim: Adriana Kostiw aponta os favoritos à medalha

Adriana Kostiw é atleta da classe Laser Radial e já participou de uma Olimpíada: Atenas 2004, onde conquistou a 17ª colocação. Em 2007, ela faturou a medalha de bronze no Pan do Rio. A velejadora irá comentar para o Webventure a participação dos brasileiros nas provas de vela das Olimpíadas de Pequim.

As meninas (Fernanda e Isabel) da classe 470 estão subindo cada vez mais, os ventos estavam muito fracos e estão cada vez piores, e mesmo com isso, a dupla está melhorando. Elas não podem tirar nenhum 11º ou 12º lugar, devem manter-se no top 10. No geral, estão em 9º, com 39 pontos.

A sexta colocada está apenas dois pontos na frente e, para se ter uma idéia, a israelense está com 32 pontos. Todas as competidoras estão emboladas. A Fernanda e a Isabel tem chances de conseguir medalha, basta se manter uma média e velejar bem na Medal Race.

O Bimba deu uma caída na classificação, está em 9º devido as condições do vento: 6 nós apenas, o que para a RS:X é muito complicado de velejar. O israelense é mais leve que o brasileiro, que é puro músculo. O Bimba não tem mais onde perder peso e ele está se segurando para chegar na Medal Race.

Previsão dos ventos – A boa novidade é que eu olhei na meteorologia e no sábado vamos ter ventos de 14 e 15 nós, e é bem no dia que o Robert vai estrear. Ele já chega com bons ventos! Espero que essa previsão corresponda, pois é traumatizante olhar a meteorologia e não ter nada de vento.

O Bruno Fontes caiu mais uma posição e está complicado. Ele tem que melhorar a partir de agora, pois ele não pode ter resultados ruins. Ele descartou já resultados e tem resultados acima de 18. E na Olimpíada não tem como vacilar é apenas um descarte. O vento é constante e se largar lá atrás, fica complicado de recuperar e manter uma regularidade.

No 49er, o Rodrigo e o André caíram também uma posição, em 9º, e estão mantendo a média. E a Patrícia Castro está na 18ª colocação, quase sem chances de entrar na Medal Race.

A surpresa é o Eduardo Couto, da classe Finn, que está superando as expectativas. Falei com ele e perguntei se ele lembrava de um quadro que eu tinha dado a ele, uma foto pedalando na frente de uma montanha e disse que isso daria sorte. A montanha ia lembrá-lo de quando ele chegasse no topo da competição. Ele está velejando de cabeça tranqüila e descontraída.

Olimpíada é psicológico. As meninas do vôlei, quando chegaram do Mundial, falaram que precisavam de psicóloga nas Olimpíadas. A mexicana da minha categoria (Laser Radial) estava ganhando tudo nos últimos quatro anos, e agora está em último. O brasileiro carrega muita emoção, diferente de europeus que são mais frios. Temos muito calor e emoção. Seria legal inventarem um chip para colocar na cabeça durante as Olimpíadas!

Este texto foi escrito por: Adriana Kostiw, especial para o Webventure