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Velejadores brasileiros comentam a perna

Redação Webventure/ Vela

Lucas Brun no Rio de Janeiro (foto: Théo Ribeiro/ Team ABN Amro)
Lucas Brun no Rio de Janeiro (foto: Théo Ribeiro/ Team ABN Amro)

Satisfação e decepção. Esses são os maiores sentimentos dos velejadores brasileiros ao chegar na Marina da Glória na madrugada deste sábado. O primeiro brasileiro a chegar em casa competindo pela Volvo Ocean Race foi Lucas Brun, proeiro do ABN Amro 2. Cerca de meia hora depois foi a vez do Brasil 1 encostar, trazendo mais cinco brasileiros a bordo.

Para os tripulantes do barco brasileiro, a satisfação de chegar em casa, rever a família e amigos, e ter a sensação de já ter dado uma volta ao mundo superou a decepção de ter sentido o gosto do segundo lugar e terminar em quarto. “Estou bastante satisfeito, mas decepcionado com esse final. Queria ter dado um resultado melhor para essa torcida que veio nos recepcionar por aqui”, disse o comandante Torben Grael.

“Por outro lado, estou contente com o nosso desempenho nessa perna, em ter cruzado o Cabo Horn em terceiro. A subida para o Brasil foi muito cansativa, com ventos fracos, várias trocas de vela, chuvas e buracos sem vento”, comentou.

O Cabo Horn – A etapa dos mares do sul é a mais esperada e temida da Volvo Ocean Race. O marco dessa perna é a passagem pelo Cabo Horn. Dos brasileiros a bordo do Brasil 1, somente o comandante Grael já havia passado por lá, e fora de competições.

“Passar pelo Horn é um marco, ainda mais em uma regata e em excelente colocação. Mesmo com o resultado que não foi o que a gente sonhava por aqui, a proximidade de meia hora que os barcos chegaram depois de sete mil milhas velejadas mostrou como essa regata foi disputada”, disse Grael.

João Signorini também falou sobre os mares do sul. “Foi uma perna bem diferenciada. Saímos de uma água gelada e entramos em uma água mais quente. Tivemos também muita variação de clima. Nos mares do sul a água a seis graus incomoda bastante, tanto que quando pegamos a água aqui com 14 graus já achamos bastante quente”, contou.

André Fonseca é outro que não esquece a passagem por um dos locais mais temidos do planeta. “Chegamos no Cabo Horn com 40 nós de vento e muita onda. Foi duro, mas conseguimos passar em um dia bonito. Tivemos uma feliz passagem pelo Cabo Horn. Podemos dar o exemplo do Marcel, que já passou cinco vezes por lá e essa foi a primeira que ele pode ver o Cabo com clareza”, disse Bochecha, que vai participar do Pré-olímpico da classe 49er em Santos neste fim de semana.

Lucas Brun foi o primeiro brasileiro a chegar em casa competindo na Volvo Ocean Race. O ABN Amro 2 conseguiu o terceiro lugar na perna e aportou na Marina da Glória às 4h da manhã de hoje.

“É como um sonho se tornando realidade. Eu sempre quis fazer isso da vida e finalmente estou conseguindo. Estou muito feliz de ter velejado para casa no ABN Amro 2, chegar aqui e ver todo mundo”, disse o mais jovem velejador da Volvo Ocean Race, de 22 anos. “Agora quero curtir minhas férias.”

“Só dava pra ver quando estávamos chegando mesmo quando eu vi a entrada da Baía de Guanabara, antes disso foi o tempo todo de muito trabalho, muita coisa acontecendo no barco. A aproximação foi muito difícil. Tivemos um dia duro no barco, 36 horas que ninguém dormiu, todos estavam de stand-by. Mas valeu a pena”

Ultrapassagem – Na última hora antes da chegada, o ABN Amro 2 ultrapassou o Brasil 1 e chegou na terceira colocação. “Não conseguíamos ver o Brasil 1. Sabíamos que estávamos perto dele, chegamos a ver luzes, mas não deu pra ter certeza se eram eles. A passagem por eles foi bem difícil”, contou Lucas.

Este texto foi escrito por: Daniel Costa

Last modified: março 11, 2006

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