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Vento e tempo farão diferença na prova de vôo livre


Pedra Bonita local da decolagem das asas-delta (foto: Pedro Arruda/ Divulga?§ão)

Direto do Rio de Janeiro (RJ) – O tempo parece querer colaborar com o Red Bull Giants of Rio, competição multiesportiva de revezamento que acontece amanhã (05/12) na cidade do Rio de Janeiro. A chuva e o tempo nublado, que ontem assustaram os 80 atletas de vôo livre e organizadores desta prova, estão quase desaparecendo hoje.

O Cristo Redentor, cartão postal do Rio no pico do Corcovado, está quase descoberto, dando mais alegria e tranquilidade para estes atletas que terão como “pilão” o morro. O percurso de asa-delta parte da Pedra Bonita, ao lado Pedra da Gávea. Lá, está a rampa freqüentada pela maioria dos pilotos que voam no Rio, e é também ponto de encontro de turistas que fazem vôos duplos.

A organização desta prova tinha pensado na decolagem da Pedra da Gávea (840 metros), mas a possibilidade de mau tempo neste época do ano lá era bem maior que na Pedra Bonita, pois a umidade e a chance de estar com nuvens em volta é bem maior no verão.

O vôo terá extensão de 10 quilômetros e cada piloto deverá contornar o Cristo Redentor e descer no Jardim de Alá, na praia do Leblon. É bom lembrar que o pouso no Leblon é uma exceção, pois só é permitido aos pilotos no Rio pousarem na praia de São Conrado, que fica em frente ao conjunto de morros da Gávea.

Vôo livre, mas rápido – Neste esporte, em que o mais belo é ficar por horas sobrevoando a Cidade Maravilhosa, o que conta na competição é a velocidade. Vai ganhar neste trecho o piloto que fizer seu vôo mais rápido, algo calculado pelos coordenadores da prova como 30 minutos.

“Mas tudo depende das condições de decolagem”, diz o experiente piloto Sidney Esch, que está na comissão de organização da prova de vôo livre. Na prova de revezamento, cada atleta tem de fazer bem a sua parte, neste caso, nos esportes de natação, mountain bike, vôo livre e corrida. A modalidade anterior à asa-delta é o mountain bike, que chegará na rampa de vôo livre da Pedra Bonita e passará a responsabilidade da equipe para o piloto.

“Chegou na rampa, tem de decolar. E se as condições não forem ideais, o piloto vai ter de ser ainda mais habilidoso para não gastar o tempo no vôo”, completa Esch. “Se a equipe estiver bem, mas não houver vento bom na decolagem, o piloto pode fazer um vôo mais lento, ao contrário de um bom vôo de um piloto cuja a equipe esteja até atrás naquele momento da competição. Assim, este piloto pode ganhar o tempo da equipe devido à sua experiência, é claro, mas muito também devido às condições de vôo”.

Muita experiência no ar. O Red Bull Giants of Rio não poupou esforços (e investimento) para levar o que o Brasil tem de melhor na organização da prova de vôo livre. Frank Brown (que já foi campeão pan-americano de parapente) está há 23 anos no vôo livre e é o coordenador da modalidade.

Para ele, a principal dificuldade dos pilotos será no pouso, em que será exigida a velocidade ideal. “Os pilotos terão de fazer um vôo rasante por baixo das balizas que estarão na praia. A técnica será imprescindível para baixar a velocidade”, acredita Brown.

No trajeto dos 80 pilotos que participarão do evento o ponto máximo era de 1.500 metros de altura e o local mais difícil deve ser o sobrevôo do Morro do Vidigal, um trecho que não possui área de pouso, com três quilômetros de extensão, cercado de serra e mar.

Vento bom do mar – “O vento bom será importante no dia até para a realização da prova”, diz Haroldo Castro Neves, piloto e técnico da organização responsável pela área de decolagem. Os organizadores estão monitorando o tempo todo as condições climáticas para amanhã, já que as nuvens não devem estar abaixo da decolagem. “O vento também precisa vir do quadrante do mar, pois é mais favorável para o vôo”, explica Haroldo.

Na comissão da prova de vôo livre estão ainda Bruno Menescal, responsável pela segurança, e Caio Salles, que ficará na área de pouso.

Este texto foi escrito por: Cristina Degani