El Ghallaouiya (Mauritânia) Onze de janeiro. Esse é o dia mais esperado pelos pilotos, organização, assistência, equipes de apoio e jornalistas que acompanham o rali Paris-Dakar, a competição off-road mais difícil do mundo e que conta com cobertura on line do Webventure. Afinal, é dia de descanso.
Mas o efeito da palavra “descanso” é apenas psicológico, não prático. Na verdade quase ninguém pára. A única diferença é que não há corrida pelo deserto. No entanto,nos bastidores, as marteladas, o barulho de geradores de energia e o ronco dos motores não dão trégua.
Onze de janeiro é o dia em que a caravana do rali receberá os mecânicos que viajam em aviões, o primeiro trabalho deles desde a largada, no dia 1o de janeiro. Este ano, a ação desses profissionais está limitada a apenas três dias, ao contrário das edições passadas, em que podiam varar as madrugadas tentando consertar os estragos de
cada sofrida etapa.
Mas se alguns ficam felizes com a pausa de um dia no maior rali do planeta, outros temem só de pensar na etapa da véspera, tradicionalmente dificílima. É o que promete a organização para amanhã, no trecho entre El Ghallaouiya e Atar, na Mauritânia.
Serão 440 quilômetros no total, sendo apenas cinco de deslocamentos e o resto todo cronometrado. A etapa começa com um trecho rápido, de areia e vegetação rasteira, com pequenas moitas que servem, às vezes, de comida para camelo. No quilômetro 66, um pedacinho travado, que exigirá técnicas de trial dos pilotos. Depois vêm as dunas, terra batida, pedras…
E quem sobreviver às centenas de quilômetros pelo meio do nada, terá a mísera tarefa de percorrer cinco quilômetros de asfalto até o acampamento de Atar. Depois, é só saborear o tal “dia de descanso” e se preparar para o desafio final: chegar às praias de Dakar.
Este texto foi escrito por: Ricardo Ribeiro