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Vitor e Rodrigo voltam do Everest e anunciam escalada no Fitz Roy em janeiro de 2006


Setani Negrete e Raineri na coletiva de imprensa de retorno da expedição Everest 2005 (foto: Theo Ribeiro)

O retorno dos três montanhistas de Campinas (SP) que foram para o Everest no fim de março e retornaram no sábado passado (11/6) foi registrado em fotos e depoimentos na tarde de hoje (13), na coletiva de imprensa que concederam em São Paulo. Rodrigo Raineri, Vitor Negrete e Guilherme Setani falaram para os jornalistas e patrocinadores o que foi a expedição Everest Sem Oxigênio Try On Expedition II.

Os dois principais montanhistas da expedição, Vitor e Rodrigo, anunciaram a próxima expedição, a escalada do Fitz Roy, uma montanha de granito de 3.375m, localizada na Patagônia argentina, no Parque Nacional do Glaciares. A escalada é mista gelo e rocha com paredes com fendas e fissuras. A escalada é técnica e os dois patrocinados já estão montando a equipe de logística, que pode contar com o montanhista e consultor do Webventure Tom Papp.

Veja os principais momentos da coletiva:

Sobre o cume – Vitor fez sozinho o cume, porque Rodrigo voltou a 50 metros de desnível. Ele foi seguindo com a descrição que tinha na cabeça, que foi passada pelo companheiro Rodrigo. Primeiro escalão e segundo eram mais difíceis do que imaginou, com dificuldades técnicas, contou. Do segundo ao terceiro escalão muito vento, que ele acredita que chegava a 80km/h. “Não fiquei mais de 25 minutos no cume”, diz.

Ele falou ainda que a passagem depois do terceiro escalão, uma aresta com pouco espaço para os pés era bem desafiadora. Então, depois de subir muito, Vitor tinha certeza que estava próximo, pois uma chaminé com inúmeras pessoas tentando descer e subir anunciavam o cume. “Vi pessoas bem lentas na minha frente e com cuidado passei-as para não ficar parado”.

Sobre o encontro com Waldemar Niclevicz e Irivan Burda No cume, ele viu dois alpinistas com roupas parecidas com as dele. “Engraçado, essa roupa me é familiar”, conta. Depois ele vê que estão tirando fotografias, filmando e mostrando uma bandeira para a câmera. “Hum, essa bandeira me é familiar”. Opa! “São Waldemar e Irivan!”, capta Vitor. Ele se aproximou dos brasileiros e ainda ouviu piadinhas dos colegas: “chegamos primeiro!”

Como Rodrigo havia voltado, e com ele a câmera fotográfica, a sorte foi mesmo encontrar lá os brasileiros da outra expedição, que foram pela via sul. Quem registrou Vitor no cume foi Irivan, com a câmera. Vitor tinha levado filmadora.

Quando os dois já estavam descendo, Vitor observou que eles tinham pouco oxigênio no cilindro e ofereceu a garrafa dele, com metade da capacidade de oxigênio. Os sherpas dos dois Waldemar e Irivan que deveriam seguir para o cume com eles, não conseguiram seguir adiante e deixaram os cilindros de reserva no cume sul. Assim, Vitor trocou com eles o seu cheio e ficou com a reserva, cheia e que estava na sua mochila.

Este texto foi escrito por: Cristina Degani